Criação e Queda da Humanidade
(por Ellen
White - História da Redenção, cap. 2 e 4- pág. 2-23; 32-41)
A
criação (Este capítulo é baseado em Gênesis 1)
‘Pai e
Filho empenharam-Se na grandiosa, poderosa obra que tinham planejado — a
criação do mundo. A Terra saiu das mãos de seu Criador extraordinariamente
bela. Havia montanhas, colinas e planícies, entrecortadas por rios e lagos. A
Terra não era uma extensa planície, mas a monotonia do cenário era quebrada por
montanhas e colinas não altas e abruptas como hoje são, mas de formas regulares
e belas. As rochas altas e desnudas não podiam ser vistas sobre ela, mas
estavam debaixo da superfície, correspondendo aos ossos da Terra. As águas
estavam distribuídas regularmente. As montanhas, as colinas e as belíssimas
planícies eram adornadas com plantas, flores e árvores altas e majestosas de
toda espécie, muitas vezes maiores e mais belas do que são agora. O ar era puro
e saudável, e a Terra parecia um nobre palácio. Os anjos deleitavam-se e
regozijavam-se com as maravilhosas obras de Deus.
Depois
que a Terra foi criada, com sua vida animal, o Pai e o Filho levaram a cabo Seu
propósito, planejado antes da queda de Satanás, de fazer o homem à Sua própria
imagem. Eles tinham operado juntos na criação da Terra e de cada ser vivente
sobre ela. E agora disse Deus a Seu Filho: “Façamos o homem à Nossa imagem.” Ao
sair Adão das mãos do Criador era de nobre estatura e perfeita simetria. Tinha
mais de duas vezes o tamanho dos homens que ora vivem sobre a Terra, e era bem
proporcionado. Suas formas eram perfeitas e cheias de beleza. Sua cútis não era
branca ou pálida, mas rosada, reluzindo com a rica coloração da saúde. Eva não
era tão alta quanto Adão. Sua cabeça alcançava pouco acima dos seus ombros.
Ela, também, era nobre, perfeita em simetria e cheia de beleza.
Esse
casal, que não tinha pecados, não fazia uso de vestes artificiais. Estavam
revestidos de uma cobertura de luz e glória, tal como a usam os anjos. Enquanto
viveram em obediência a Deus, esta veste de luz continuou a envolvê-los. Embora
todas as coisas que Deus criou fossem belas e perfeitas, e aparentemente nada
faltasse sobre a Terra criada para fazer Adão e Eva felizes, ainda manifestou
Seu grande amor plantando para eles um jardim especial. Uma porção de seu tempo
devia ser ocupada com a feliz tarefa de cuidar do jardim, e a outra porção para
receber a visita dos anjos, ouvir suas instruções, e em feliz meditação. Seu
labor não seria cansativo, mas aprazível e revigorante. Este belo jardim devia
ser o seu lar.
Neste jardim o Senhor colocou árvores de toda
variedade para utilidade e beleza. Havia árvores carregadas de luxuriantes
frutos, de rica fragrância, belos aos olhos e agradáveis ao paladar, designados
por Deus para alimento do santo par. Havia deleitosas vinhas que cresciam
verticalmente, carregadas com o peso de seus frutos, diferentes de qualquer
coisa que o homem tem visto desde a queda. Os frutos eram muito grandes e de
coloração diversa; alguns quase negros, outros púrpura, vermelhos, rosados e
verde-claros. Esses belos e luxuriantes frutos que cresciam sobre os ramos da
videira foram chamados uvas. Eles não se espalhavam pelo chão, embora não
suportados por grades, mas o peso dos frutos curvava-os para baixo. O feliz
trabalho de Adão e Eva era amoldar em belos caramanchéis os ramos das videiras,
formando moradias de beleza natural, árvores vivas e folhagens, carregadas de
fragrantes frutos.
A Terra
era coberta de uma bela verdura, onde miríades de perfumadas flores de toda
variedade cresciam em profusão. Todas as coisas eram de bom gosto e
esplendidamente dispostas. No meio do jardim estava a árvore da vida,
sobrepujando em glória a todas as outras árvores. Seu fruto assemelhava-se a
maçãs de ouro e prata, e destinava-se a perpetuar a vida. As folhas continham propriedades
curativas.
Adão e
Eva no Éden
O santo
par era muito feliz no Éden. Ilimitado controle fora-lhes dado sobre toda
criatura vivente. O leão e o cordeiro divertiam-se pacífica e inofensivamente
ao seu redor, ou dormitavam a seus pés. Pássaros de toda a variedade de cores e
plumagens esvoaçavam entre as árvores e flores e em volta de Adão e Eva, enquanto
seu melodioso canto ecoava entre as árvores em doces acordes de louvor a seu
Criador.
Adão e Eva estavam encantados com as belezas
de seu lar edênico. Eram deleitados com os pequenos cantores em torno deles, os
quais usavam sua brilhante e graciosa plumagem, e gorjeavam seu feliz, jubiloso
canto. O santo par unia-se a eles e elevava sua voz num harmonioso cântico de
amor, louvor e adoração ao Pai e a Seu amado Filho pelos sinais de amor ao seu
redor. Reconheciam a ordem e a harmonia da criação, que falavam de sabedoria e conhecimento
infinitos.
Estavam
continuamente descobrindo algumas novas belezas e excelências de seu lar
edênico, as quais enchiam seu coração de profundo amor e lhes arrancavam dos
lábios expressões de gratidão e reverência a seu Criador.’ (História
da Redenção, cap. 2- pág. 2-23)
Tentação
e queda (Este capítulo é baseado em Gênesis 3)
‘Satanás
assumiu a forma de serpente e entrou no Éden. A serpente era uma bela criatura
com asas, e quando voava pelos ares apresentava uma aparência brilhante,
parecendo ouro polido. Ela não andava sobre o chão, mas ia de uma árvore a
outra pelo ar e comia frutos como o homem. Satanás entrou na serpente e tomou
sua posição na árvore do conhecimento e começou vagarosamente a comer do fruto.
Eva, a
princípio inconscientemente, absorvida em suas ocupações separou-se do marido.
Quando percebeu o fato, sentiu a apreensão do perigo, mas de novo imaginou
estar segura, mesmo não estando ao lado do marido. Tinha sabedoria e força
suficientes para discernir o mal e resistir-lhe. Os anjos haviam-na advertido
para que não fizesse isso. Eva logo se achou a contemplar com um misto de
curiosidade e admiração a árvore proibida. Viu que o fruto era muito belo, e
pensava consigo mesma porque Deus decidira proibi-los de comê-lo ou tocar nele.
Era então a oportunidade de Satanás. Dirigiu-se a ela como se fosse capaz de
adivinhar seus pensamentos: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a
árvore do jardim?” Assim, com palavras suaves e aprazíveis, e com voz musical,
dirigiu-se à maravilhada Eva. Ela se sobressaltou ao ouvir uma serpente falar.
Esta exaltava sua beleza e excessivo encanto, o que não lhe desagradava. Mas
Eva estava espantada, pois sabia que Deus não tinha conferido à serpente o
poder da fala.
A
curiosidade de Eva aumentou. Em vez de escapar do local, ficou ouvindo a
serpente falar. Não ocorreu à sua mente que este pudesse ser o inimigo decaído,
usando a serpente como médium. Era Satanás quem falava, não a serpente. Eva
estava encantada, lisonjeada, enfatuada. Tivesse encontrado uma personagem
autoritária, possuindo uma forma semelhante à dos anjos e a eles se parecendo,
teria ela se colocado em guarda. Mas essa estranha voz devia tê-la impelido
para junto de seu marido, a fim de perguntar-lhe por que outro podia assim livremente
dirigir-se a ela. Mas entrou em controvérsia com a serpente. Respondeu a sua
pergunta: “Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que
está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para
que não morrais.” Então a serpente disse à mulher: “Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e
sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.”
Satanás
desejava infundir a ideia de que pelo comer da árvore proibida eles receberiam
uma nova e mais nobre espécie de conhecimento do que até então tinham
alcançado. Este tem sido seu trabalho especial, com grande sucesso, desde a
queda — levar o homem a forçar a porta dos segredos do Todo-poderoso e a não
estar satisfeito com o que Deus tem revelado, e não cuidar de obedecer ao que
Ele tem ordenado. Gostaria de levá-los a desobedecer aos mandamentos de Deus, e
então fazê-los crer que estão entrando num maravilhoso campo de saber. Isto é
pura suposição, e um miserável logro.
Eles
deixam de compreender o que Deus tem revelado, menosprezam Seus explícitos
mandamentos e aspiram a mais sabedoria, independente de Deus, e procuram
compreender aquilo que Lhe aprouve reter dos mortais. Exultam com suas ideias
de progresso e se encantam com sua própria vã filosofia, mas apalpam trevas de
meia-noite quanto ao verdadeiro conhecimento. Estão sempre estudando e nunca
são capazes de chegar ao conhecimento da verdade.
Não era
da vontade de Deus que este santo par tivesse qualquer conhecimento do mal.
Dera-lhes livremente o bem, mas retivera o mal. Eva julgou sábias as palavras
da astuta serpente quando ouviu a audaciosa asserção: “É certo que não
morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os
olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” — fazendo de Deus um
mentiroso. Satanás insinuou insolentemente que Deus os tinha enganado impedindo
que fossem exaltados com um conhecimento igual ao Seu próprio. Deus disse: “Se
dela comeres, certamente morrerás.” A serpente disse: “É certo que não
morrereis.”
O
tentador assegurou a Eva que tão logo comesse o fruto ela receberia um novo e
superior conhecimento que a faria igual a Deus. Chamou sua atenção para si
mesmo. Ele comera livremente da árvore e a achara não apenas perfeitamente
inofensiva mas deliciosa e estimulante, e disse-lhe que era por causa de suas
maravilhosas propriedades de comunicar a sabedoria e o poder que Deus lhes
tinha proibido experimentá-la ou mesmo tocá-la, pois Ele conhecia estas
maravilhosas qualidades. Declarou que ter comido o fruto da árvore proibida era
a razão de ter obtido o dom da fala. Ele insinuou que Deus não levaria a cabo
Sua advertência. Isto era meramente uma ameaça para intimidá-los e privá-los do
grande bem.
Disse-lhes mais que não poderiam morrer. Não tinham comido da
árvore da vida que perpetuava a imortalidade? Disse que Deus os estava
enganando e privando-os de um mais elevado estado de felicidade e mais exaltada
alegria. O tentador colheu um fruto e passou-o a Eva. Ela o tomou nas mãos.
Ora, disse o tentador, vocês foram proibidos até mesmo de tocá-lo, pois
morreriam. Não observariam maior sensação de perigo e morte comendo o fruto,
declarou ele, do que nele tocando ou manuseando-o. Eva foi encorajada pois não
sentia os sinais imediatos do desagrado de Deus. Pensou que as palavras do
tentador eram de todo sábias e corretas. Comeu, e ficou encantada com o fruto.
Ele pareceu delicioso ao paladar, e ela imaginava sentir em si mesma os maravilhosos
efeitos do fruto.
Eva
torna-se tentadora
Ela
então colheu para si do fruto e comeu, e imaginou sentir o excitante poder de
uma nova e elevada existência como resultado da exaltadora influência do fruto
proibido. Em um estado de excitação estranha e fora do natural, com as mãos
cheias do fruto proibido, procurou o marido. Relatou-lhe o sábio discurso da
serpente e desejava conduzi-lo imediatamente à árvore do conhecimento.
Disse-lhe que havia comido do fruto, e em vez de experimentar qualquer sensação
de morte, sentia uma agradável e exaltadora influência. Tão logo Eva
desobedeceu tornou-se um poderoso agente para ocasionar a ruína do esposo.
Vi a
tristeza sobrevir ao rosto de Adão. Mostrou-se atônito e alarmado. Uma luta
parecia estar sendo travada em sua mente. Disse a Eva que estava bem certo
tratar-se do inimigo contra quem haviam sido advertidos; e se assim fosse, ela
devia morrer. Ela assegurou-lhe que não estava sentindo nenhum mau efeito, mas
ao contrário, uma influência muito agradável, e insistiu com ele para que
comesse.
Adão
compreendeu muito bem que sua companheira transgredira a única proibição a eles
imposta como prova de sua fidelidade e amor. Eva arrazoou que a serpente
dissera que certamente não morreriam, e que suas palavras tinham de ser
verdadeiras, pois não sentia qualquer sinal do desagrado de Deus, mas uma
agradável influência, como imaginava que os anjos sentiam.
Adão
lamentou por Eva ter deixado o seu lado, agora, porém, a ação estava praticada.
Devia separar-se daquela cuja companhia ele tanto amara. Como podia suportar
isso? Seu amor por Eva era muito grande. Em completo desencorajamento resolveu
partilhar a sua sorte. Raciocinou que Eva era uma parte dele, se ela devia
morrer, com ela morreria ele, pois não podia suportar a ideia da separação.
Faltou-lhe fé em seu misericordioso e benevolente Criador. Não compreendia que
Deus, que do pó da terra o havia criado, como um ser vivo e belo, e tinha
criado Eva para ser sua companheira, poderia suprir seu lugar. Afinal, não
poderiam ser verdadeiras as palavras da serpente? Eva estava diante dele, tão
bela, e aparentemente tão inocente como antes deste ato de desobediência.
Exprimia maior amor para com ele do que antes de sua desobediência, com os
efeitos do fruto que tinha comido. Não viu nela nenhum sinal de morte. Ela lhe
havia contado da feliz influência do fruto, de seu ardente amor por ele, e
decidiu afrontar as consequências. Tomou o fruto e comeu rapidamente, e como
ocorreu com Eva, não sentiu imediatamente seus maus efeitos.
Eva
pensava ter capacidade própria para decidir entre o certo e o errado. A
enganadora esperança de entrada num mais elevado estado de conhecimento levou-a
a pensar que a serpente era um amigo especial, que tinha grande interesse em
sua prosperidade. Tivesse procurado o marido, e ambos relatado ao Seu Criador
as palavras da serpente e teriam sido imediatamente livrados de sua astuciosa
tentação. O Senhor não desejava que investigassem o fruto da árvore do
conhecimento, porque então seriam expostos ao embuste de Satanás. Sabia que
eles estariam perfeitamente a salvo se não tocassem no fruto.
A livre
escolha do homem
Deus
instruíra nossos primeiros pais quanto à árvore do conhecimento, e eles foram
plenamente informados da queda de Satanás, e do perigo de ouvirem as suas
sugestões. Ele não os privou da faculdade de comerem do fruto proibido. Deixou
que como agentes morais livres cressem na Sua palavra, obedecessem a Seus
mandamentos e vivessem, ou cressem no tentador, desobedecessem e morressem.
Ambos comeram, e a grande sabedoria que obtiveram foi o conhecimento do pecado
e o senso de culpa. A veste de luz que os rodeara, agora desapareceu, e sob um
senso de culpa e a perda de sua divina cobertura, um tremor tomou posse deles,
e procuraram cobrir suas formas expostas.
Nossos
primeiros pais escolheram crer nas palavras, como pensavam, de uma serpente,
ainda que esta não tivesse dado nenhuma prova de seu amor. Nada tinha feito
para sua felicidade e benefício, enquanto Deus lhes tinha dado todas as coisas
que eram boas para comer e agradáveis à vista. Em qualquer lugar que a vista
repousasse havia abundância e beleza; ainda assim Eva foi iludida pela
serpente, a pensar que existia alguma coisa oculta que podia fazê-la sábia,
como o próprio Deus. Em vez de crer e confiar em Deus, ela vilmente descreu de
Sua bondade e acatou as palavras de Satanás.
Depois
de sua transgressão, Adão a princípio imaginou-se a entrar para uma nova e mais
elevada existência. Mas logo o pensamento de seu pecado o encheu de terror. O
ar que até então havia sido de uma temperatura amena e uniforme, parecia
regelá-los. O culposo par experimentava uma intuição de pecado. Sentiam um
terror pelo futuro, uma sensação de necessidade, uma nudez de alma.
Desapareceram o doce amor e a paz e feliz contentamento que haviam gozado, e em
seu lugar veio uma sensação de carência que nunca tinham experimentado antes.
Pela vez primeira puseram sua atenção no exterior. Eles não tinham estado
vestidos, mas rodeados de luz como os anjos celestiais. Esta luz com a qual
estavam circundados tinha sido retirada. Para aliviar o senso de carência e
nudez que experimentavam, trataram de procurar uma cobertura para suas formas,
pois como podiam, desvestidos, defrontar o olhar de Deus e dos anjos?
Seu
crime está agora diante deles em sua verdadeira luz. Sua transgressão do
expresso mandamento de Deus assume um caráter mais claro. Adão censurara a Eva
por sua insensatez em sair de seu lado, e deixar-se enganar pela serpente. Mas
ambos procuravam tranquilizar-se de que Deus, que lhes tinha dado todas as
coisas para fazê-los felizes, perdoaria esta transgressão devido a Seu grande
amor por eles e que o castigo não seria afinal tão terrível.
Satanás
exultou com seu êxito. Tinha agora tentado a mulher a desconfiar de Deus, a
duvidar de Sua sabedoria, e a procurar penetrar em Seus oniscientes planos. E
por seu intermédio ele também causou a ruína de Adão, que, em consequência de
seu amor por Eva, desobedeceu ao mandado de Deus e caiu com ela.
As
novas da queda do homem se espalharam através do Céu. Toda harpa emudeceu. Os
anjos com tristeza arremessaram da cabeça as suas coroas. Todo o Céu estava em
agitação. Os anjos sentiram-se magoados com a vil ingratidão do homem em
retribuição da rica generosidade que Deus proporcionara. Um concílio foi
convocado para decidir o que se deveria fazer com o par culpado. Os anjos
temiam que eles estendessem as mãos e comessem da árvore da vida, tornando-se
pecadores imortais.
O
Senhor visitou Adão e Eva, e tornou conhecidas as consequências de sua
transgressão. Em sua inocência e santidade tinham eles alegremente recebido a
majestosa aproximação de Deus, mas agora escondiam-se de Sua inspeção. Mas
“chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a Tua
voz soar no jardim, e temi porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem
te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não
comesses?” Esta pergunta foi formulada pelo Senhor, não porque Ele necessitasse
de informação, mas para fixar a responsabilidade do culpado par. Que fizeste
para te tornares envergonhado e com medo? Adão reconheceu sua transgressão, não
porque estivesse arrependido de sua grande desobediência, mas para lançar
censura a Deus: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e
eu comi.” Quando foi perguntado à mulher: “Por que fizeste isto?” ela
respondeu: “A serpente me enganou, e eu comi.”
A
maldição
O
Senhor então dirigiu-se à serpente: “Porquanto fizeste isto, maldita serás mais
que toda a besta, e mais que todos os animais do campo: sobre o teu ventre
andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.” Como a serpente tinha sido
exaltada acima de todas as bestas do campo, seria agora degradada abaixo de
todas elas e odiada pelo homem, porquanto fora o agente pelo qual Satanás
agira. A Adão disse o Senhor: “Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e
comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela; maldita é a
terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do
teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste
tomado; porquanto és pó, e em pó te tornarás.”
Deus
amaldiçoou a terra por causa do pecado de Adão e Eva em comer da árvore do
conhecimento e declarou: “Com dor comerás dela todos os dias da tua vida.” Deus
tinha partilhado com eles o bem, mas retido o mal. Agora declara que comerão
dele, isto é, devem ser relacionados com o mal todos os dias de sua vida.
Daquele
tempo em diante o gênero humano seria afligido pelas tentações de Satanás. Uma
vida de perpétua labuta e ansiedade foi designada a Adão, em vez do alegre e
feliz labor que tivera até então gozado. Estariam sujeitos ao desapontamento,
pesares, dor, e finalmente à morte. Foram feitos do pó da terra, e ao pó deviam
voltar.
Foram
informados de que teriam que perder seu lar edênico. Tinham cedido aos enganos
de Satanás e crido em suas palavras de que Deus mentira. Pela sua transgressão
tinham aberto o caminho para Satanás ganhar mais fácil acesso a eles, e não era
seguro permanecer no Jardim do Éden, pois em seu estado pecaminoso poderiam ter
acesso à árvore da vida e perpetuar uma vida de pecados. Suplicaram que lhes
fosse permitido permanecer, embora reconhecessem terem perdido todo o direito
ao abençoado Éden. Prometeram que no futuro renderiam implícita obediência a
Deus. Foi-lhes dito que de sua queda da inocência para a culpa tinha resultado
não força, mas grande fraqueza. Não tinham preservado a integridade de quando
viviam no estado de santa e feliz inocência, e agora em estado de culpa
consciente tinham menos poder para permanecer verdadeiros e leais. Ficaram
cheios da mais penetrante angústia e remorso, e agora sentiram que o castigo do
pecado era a morte.
Anjos
foram imediatamente comissionados para guardarem o caminho da árvore da vida.
Era estudado plano de Satanás que Adão e Eva desobedecessem a Deus, recebessem
Sua desaprovação, e então participassem da árvore da vida de modo que
perpetuassem uma vida de pecado. Mas, santos anjos foram enviados para vigiar o
caminho da árvore da vida. Em redor desses anjos chamejavam raios de luz, tendo
a aparência de espadas inflamadas.’ (História da Redenção, cap. 4-
pág.32-41)
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