Mostra-me tuas Mãos
'Tudo
quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças.' Eclesiastes
9:10
'Nas
profundezas do ventre materno, a mão humana está formada por volta do quarto
mês de gravidez. Depois do nascimento, nenhuma outra parte do organismo está
tão associada ao comportamento humano. Com as mãos, trabalhamos, brincamos,
amamos, curamos, aprendemos, comunicamos, expressamos sentimentos, construímos,
criamos obras de arte. Quando nenhuma palavra no mundo é capaz de dizer o que
queremos, as mãos se encarregam de dar o recado.
Do
ponto de vista mecânico, as mãos representam um dos mais complexos instrumentos
de todo o corpo. Composta de músculos, ligamentos, tendões, ossos e fibras
nervosas altamente sensíveis, as mãos são capazes de executar milhares de
tarefas com precisão. Para fazer o mais simples movimento, elas colocam em
funcionamento um intrincado mecanismo. Elas podem substituir os olhos, os
ouvidos e a própria voz. Cega e surda, Helen Keller é um exemplo famoso da
imensa capacidade das mãos. Graças à espantosa sensibilidade de suas mãos, ela
pôde comunicar-se com o mundo, descobrir a beleza da vida e tornar-se uma
pessoa atuante e culta
A medida
de importância de qualquer parte do corpo é determinada pela área do cérebro
reservada para seu uso. As mãos têm dois dos maiores espaços do cérebro, na
área conhecida como córtex motor. Do nascimento à morte, as mãos quase nunca
estão quietas ou cansadas. No período de vida de uma pessoa, as mãos se
estendem e flexionam as articulações dos dedos pelo menos 25 milhões de vezes.
Cada pessoa tem mãos diferentes de todas as outras. As pontas dos dedos com
intrincadas linhas em relevo são responsáveis pelas impressões digitais, que só
se desfazem pela decomposição. Elas dão a cada um sua identidade inteiramente
única, inimitável e mais permanente do que todos os outros sinais que nos
distinguem.
As mãos
têm, contudo, outras marcas: bondade, serviço, graça. Como são suas mãos?
Misericordiosas? Acusadoras? Impiedosas? Livres ou escravas de diferentes
algemas? A quem servem elas: a Cristo ou ao diabo? São elas ternas? Mãos de
oração? A cada dia as mãos estão escrevendo nossa biografia. O que as suas
estão escrevendo? No texto de hoje, Salomão usa as mãos como metáfora. Deus nos
dá as oportunidades; o sucesso depende do uso que fazemos delas. E as mãos têm
aí um importante papel.” (Pr. Amin Rodor -Meditações Diárias
Encontro com Deus, 2014 – 13 de janeiro, Casa Publicadora Brasileira)
Ainda
não tirei este livro da cabeceira e a cada manhã após o lanche, e antes de ir
para a escola, leio para minha filha. Foi impossível não pensar em alguém muito
especial para mim, por sua sensibilidade e sabedoria espiritual: meu amigo
Elias Fernandes. Literalmente, Elias tem mãos que falam. Que ministério lindo e
imprescindível é o seu! Uma extensão do Espírito Santo ao fazer penetrar,
através dos olhos, as palavras que percorrem juntas e medulas na essência do
ser daqueles que no silencio encontram o som da Verdade de Deus. Essa foi a opção
escolhida do meu amigo Elias: usaria suas mãos livres para desatar o
silêncio... para ‘soltar ligaduras’, para ‘desfazer as ataduras da servidão,
deixar livre os oprimidos e despedaçar todo jugo’. Em referência a Isaias 58,
ouso dizer que meu amigo cumpre de forma prática o cristianismo, pois ao
revelar a existência de Cristo e Seu amor, cura da solidão a quem lhe escuta,
ainda que seja pelo olhar.
Não
satisfeito em fazer das suas mãos um instrumento vivo de Deus, Elias escreveu
aquele, que é também para os olhos dos filhos do silêncio, uma fonte de
conhecimento do plano redentor de Deus.
Eu não
podia fazer diferente. Já adquiri o meu para compartilhar com duas pessoas
muito especiais para mim: Minha prima Marilac e minha tia Maria de Lurdes. Passo a ideia avante. Convido você a conhecer e adquir este livro em Libras
todo ilustrado para crianças surdas de todas as idades.
Dono de
um humor inteligente, Elias Fernandes o autor, é muito criativo. Não podia ser
diferente! De forma divertida, ilustrada e cativante, Elias narra, em Libras,
um dos episódios mais marcantes da história bíblica, a Criação. Onde tudo
começou, o princípio do mundo e de tudo o que nele há.
Por que
digo que meu amigo Elias ‘deixa livre os oprimidos e despedaça todo jugo? Porque
ao transmitir o conhecimento da salvação de Deus através da morte de Jesus
naquela cruz e o próprio conhecimento da existência de Deus, ele liberta seres
humanos da ignorância do estar em pecado e lhes ensina um novo paradigma de
vida: ter Cristo como referência de vida. Mas o que significa estar em pecado?
E o que significa ter Cristo como referência de vida?
Vivemos
em uma cultura religiosa em que o conceito de pecado implica estar envolvido em
argumentos legalistas sobre o errado e o certo. Presos a este conceito consideramos os frutos
do pecado como se fossem O Pecado segundo o conceito bíblico. Pensamos em violações dos Dez Mandamentos. Chegamos
mesmo a compará-los entre si, estabelecendo julgamentos da conduta ética do
nosso próximo. Comparados à mentira e à cobiça, por exemplo, temos a tendência
de olhar para o homicídio e adultério como grandes pecados. Condenamos joias e
maquiagem, quando nossos discursos religiosos estão cheios da mensagem da
prosperidade. Então, dizemos que na frente da igreja deveria haver muitas Ferraris
estacionadas ...
Mas, o
conceito bíblico de pecado é outro! É estar distante de Deus. Compreendido na
dimensão certa faz grande diferença no processo de santificação, no processo de
como entendo o que é ‘viver sem pecado’ segundo o pensamento de Deus. Não há
atalhos! Não há redenção espiritual sem a verdadeira compreensão do que
significa ‘viver sem pecado’.
O
Apóstolo Paulo diz em Romanos 3:23: "Porque todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus". À luz
desta verdade, não é bom comparar-nos uns com os outros. Nós não podemos fugir
da nossa incapacidade de ser justos com a nossa própria força.
‘Não
precisamos ir muito longe para descobrir a condição de cada descendente de
Adão. Somos vitimas de uma enfermidade maligna e devastadora, que afetou
radicalmente a nossa orientação espiritual e se tornou a natureza primária de
todos, desde o nascimento. O planeta Terra tornou-se habitado por uma raça
rebelde, de cuja natureza em revolta contra Deus, Cristo não quis participar’.1
‘Desde
a planta do pé até a cabeça não há no homem coisa sã; senão feridas, contusões,
chagas podres...’ (Isaías 1:5-6)
Por
isso, tenho dificuldades para entender como alguém pode pensar que Jesus ao
reencarnar assumiu essa nossa natureza caída, rebelde! ‘Tivesse Cristo vindo
com a nossa natureza degenerada, Ele seria parte do problema do pecado, e não a
solução para ele.’1
Na
perspectiva bíblica o Pecado não trata apenas de pecados-atos, mas de
pecado-estado, condição. Em Romanos 3:12 está escrito: ‘Todos se
extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem
um só.’ Impossível ver Cristo aqui
inserido! Impossível!
Deus
quer que reconheçamos a nossa condição de pecador. Para ser um pecador basta
nascer! Um bebê não é um transgressor moral da lei de Deus, mas em sua natureza
humana ao nascer ele porta o estado da rebelião. Observe um bebê, há uma rebeldia natural
cabendo aos pais o aprendizado moral do comportamento e a Deus o transformar
espiritual. O pecado em qualquer quantidade nos afasta de Deus. Mesmo os que
nunca assassinaram ou cometeram adultério serão condenados por mentir, por
enganar, por fraudar. Por prejudicar o próximo. Não é simplesmente uma condição
de caráter, mas de transformação da natureza do ser.
Quando
Adão e Eva agiram como agiram, desconfiando da autoridade de Deus, o fizeram
porque desejaram, cobiçaram ser como Ele: Deus. O pecado não foi o tomar do
fruto, foi o que motivou a pegar no fruto. E essa motivação para o mal todos
nós herdamos quando nascemos. É preciso o conhecimento, o relacionamento com
Deus ao longo da vida para processar em nós o reconhecimento da condição de
pecador, porque destituído da essência, a bondade, o caráter de Deus é o nosso
estar em pecado.
Jesus
veio para reestabelecer essa imagem de Deus em nós, não poderia Ele, portanto,
estar em pecado. Não seria restaurador de nada, visto que Ele mesmo necessitava
de transformação espiritual. E enquanto estivermos nesta Terra, esta será a
nossa condição. O que Deus requer de nós?
A
Bíblia responde claramente esta resposta em Miquéias 6:8: ‘Ele te
declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que
pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu
Deus?
Deus
requer de nós o estado de ser maduros espiritualmente. Este é o conceito
bíblico de perfeição. Quando seremos assim?
Vivemos
um processo de crescimento espiritual: reconhecemos nosso estado pecaminoso
quando discernimos a necessidade de Cristo em nossas vidas, aceitamos Sua oferta
de perdão, confessamos nosso estar em pecado e pedimos a Sua intercessão. Ele
nos perdoa, nos justifica com a Sua própria justiça. É a obediência dEle que
Deus observa, pois até o cumprimento da volta de Jesus viveremos o dilema do
conflito entre o bem e o mal em nossas vidas. Haverá uma batalha em nós de luta
pelo abandono do viver em pecado, mas isto será em consequência do agir do
Espirito Santo em nós. Afinal, o melhor que há em nós, em se falando de obras,
é o resultado do agir do Espirito Santo em nós.
Em
Isaías 59:1-2 está escrito: ‘Eis que a mão do Senhor não está encolhida,
para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir mas
as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça.’
Temos
que resistir à tentação de agir e de pensar como se, ainda em estado pecaminoso,
pudéssemos ser justos por nossos próprios esforços e especialmente de tentar
depender de nossas boas obras para alcançar a justificação, que numa
perspectiva bíblica só é resultante pelo agir de Cristo em nós.
Quando
Jesus vier em glória, cumprindo o que prometeu quando Se foi após a Sua
ressurreição, para reunir todos os povos
diante dEle, a questão será notavelmente direta e prática. Como um pastor
separa seu rebanho, Jesus dividirá toda a humanidade em dois grupos – as
“ovelhas” à direita, os “cabritos” à esquerda (ver Mt 25:31-33).
Então,
dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai
na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive
fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e
me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e
fostes ver-me” (v. 34-36).
Os da
direita não dirão: ‘Ainda bem que Você percebeu!’ Ao contrário, terão se
enxergado como completamente dependentes da atuação de Cristo em suas vidas. Não
terão se iludido achando que poderiam por algum período de suas vidas serem
capazes de por si mesmo, sem a intercessão divina, tornar-se justos diante de
Deus.
Alguns creem
nisto, que podem ‘viver sem intercessor. Uma discussão direta sobre isto você
poder ler aqui
‘Se
dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade
não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não
temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós’. (1 João 1:8-10).
O
ministério do meu amigo Elias é libertador porque ajuda seres humanos a se enxergarem.
E quando passamos a nos enxergar como pecadores a via de acesso à compreensão
de que há vitória sobre o pecado e a morte acontece e Jesus surge na vida deste
pecador para lhe dar a liberdade em seu sentido pleno.
O
Apóstolo Paulo se refere a este processo de reconhecer o pecado e tomar
responsabilidade por ele como ‘tristeza segundo Deus’. Paulo escreve em 2 Coríntios 7:10-11: ‘Porque
a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, o qual não traz
pesar; mas a tristeza do mundo opera a morte. Pois vede quanto cuidado não
produziu em vós isto mesmo, o serdes contristados segundo Deus! sim, que defesa
própria, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em
tudo provastes estar inocentes nesse negócio.’
Experimentamos
neste estágio de tristeza, segundo Deus, uma mudança de mente e isto produz
bons resultados. Deseja-se separar-se do pecado, abandoná-lo. Tornamo-nos
disposto a resisti-lo, mas agora confiantes não em si mesmos, mas na graça e
bondade, no desejo e intenção de Deus em nos dar Seu perdão. Exatamente porque enxergamos
que ofendemos a Deus e ao semelhante quando agimos em pecado. Nos esforçamos em
reorientar nossas vidas, corrigindo os erros e evitando a repetição dos mesmos erros.
Isto se chama processo de amadurecimento espiritual: perfeição segundo a
Bíblia.
Jesus
disse de Si mesmo: ‘Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga
no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Foi-lhe
entregue o livro do profeta Isaías; e abrindo-o, achou o lugar em que estava
escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto
me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar
libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade
os oprimidos,...’ (Lucas 4:16-18)
Você Elias, como discípulo de Cristo, vem fazendo a Sua obra de redenção. Quem anunciar um
outro evangelho ... seja anátema!
Ruth
Alencar
__________
1- Amin
Rodor, Revista Parousia, 1º semestre de 2008, Editorial.UNAPRESS
nossa, me emocionou, ficou lindo o texto. Obrigado por tanto carinho..
ResponderExcluirElias Fernandes
Nossa, hoje tem um ano, e esse texto ainda me emociona, gosta da forma q escreve minha amiga. Bjs e grande abraço, q Deus te abençoe muito
ResponderExcluirQue bom... só comprova que de fato pensei em vc quando o escrevi.
Excluir