Uma nova Esperança - Parte 1
Este texto é uma transcrição adaptada do BibleCast
60a. Você pode ouvir o podcast original aqui. Lembrando que o tema começa no tempo: 12h40min.
Prepare-se para descobrir os segredos dos símbolos
mais antigos da cultura judaico-cristã e descubra quem é o Arquiteto por trás
do desenho mais didático da história.
O tema
de nosso estudo de hoje está no livro de Êxodo 25:8: ‘E farão um santuário
para mim, e eu habitarei no meio deles. ’
Iniciamos
com este estudo uma Série a qual intitulamos Guerra nas Estrelas. Por
que Guerra nas Estrelas? Isto você vai descobrir durante a Série. Você vai
entender a razão deste título. O tema de hoje será: Uma Nova Esperança.
Ora,
para que venha uma nova esperança é preciso ocorrer um ambiente de
desesperança. Em Gênesis 1: 1; 26-27 está escrito: ‘No princípio Deus criou
os céus e a terra. [...] Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves
do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos
animais que se movem rente ao chão. Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou.’
No
princípio o homem falava diretamente com Deus, mas no capítulo 3 de Gênesis
aprendemos que Eva caiu em pecado e nesse momento ocorreu uma separação. Nesse
momento essa guerra nas estrelas começa a nos afetar e a Terra passa a ser o
palco desse evento. O fato é que estamos numa guerra, e essa guerra está
acontecendo na minha e na sua vida. Uma guerra que começa nas estrelas, entre
as estrelas de Deus, chega a Terra! E a Terra se torna o palco principal desta
guerra!
Em
Isaías 59:2 está escrito: ‘Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus;
os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá.
’
Adão e
Eva falavam diretamente com Deus. Gênesis 3 nos conta que após o pecado houve
uma ruptura, o ser humano ainda podia ouvir a voz de Deus, mas agora com temor.
Nascemos para viver juntos. Criados para a adoração. Agora nem mais ouvimos a
voz de Deus.
Deus vem
ao encontro deles, como o fazia todas as tardes. Adão reconhece a voz de Deus e se esconde: ‘Mas
o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: “Onde está você?” E ele respondeu:
“Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me
escondi”.
Tudo
estava perdido! A situação do ser humano era irreversível!
Então, Deus
conversa com eles e institui algo esquisito a partir de então. Adão e Eva deveriam fazer o sacrifício de um
cordeiro e isso deveria ser feito geração após geração, ensinando que o pecado,
a rebelião contra a vontade de Deus, produz a morte. Esse hábito desapareceu durante o período da
escravidão no Egito, pois no Egito não era possível matar os animais. Os egípcios
os consideravam como divindades.
Mas para
que sacrificar um cordeiro? O que o cordeiro tem a ver com tudo isso?
A
impossibilidade de liberdade para viverem a própria liberdade e o próprio período
em que os israelitas ficaram escravos no Egito, 400 anos, talvez tenha gerado nas
gerações que se passaram o esquecimento do propósito da morte do cordeiro.
Assim a situação do cativeiro também deixava uma situação de desesperança, pois
quando o povo começou a crescer e a tomar corpo, para quem sabe um dia poder se
libertar, o Faraó mandou matar todos os meninos no momento de seu nascimento. A
situação era de desespero, não havia luz no fim do túnel, até que eles foram resgatados.
De
repente, do nada, vem um velhinho falando que era de Deus e botou o povo para
fora do Egito. Ele os liderou até a Terra Prometida. Mas, para chegar a Terra
prometida eles tinha que atravessar um deserto. E é em pleno deserto que Deus
diz que quer lhes falar.
Eles
estavam indo para a Terra Prometida quando Deus lhes afirma o que está escrito
em Êxodo 25:8 : “E me farão um santuário, e habitarei
no meio deles.”
Observe a
expressão ‘habitarei no meio deles’, ou seja, o homem estava separado
de Deus pelo pecado. A relação entre homem e Deus estava rompida, porém nasce
uma nova esperança quando Deus disse “e me farão um santuário para que eu possa
habitar no meio deles.” É Deus buscando o reencontro.
Importante
notar que isso acontece bem num período em que Ele finalmente tem um povo
estabelecido e com quem Ele pode firmar uma aliança. Afinal, até aquele momento
havia uma família e não um povo.
A Bíblia
registra, no livro de Êxodo, nos capítulos 19 a 24 a orientação que Deus dá a
Moisés no tocante a aliança que Ele gostaria de firmar com o povo de Israel.
Assim como o compromisso e aceitação do povo em servir e adorar ao Deus que os
libertara de tão grande escravidão.
Nesse momento
em que Deus decide fazer uma aliança com eles começa o plano da salvação. Não
que tenha iniciado a partir daí, pois esse plano começou há muito tempo.
Entretanto, ali começa o “start”, dá a partida.
E para começar Ele fala: ‘Eu quero habitar no meio de vocês. É hora de me aproximar mais. Então, Deus Se
aproxima através do Santuário.
A Bíblia
chama de Tabernáculo o Santuário que era montável e desmontável, ou seja, móvel.
Depois do período de Salomão vemos o Templo de Salomão, construído já de pedras
e que foi destruído no início do cativeiro Babilônico. Logo depois do Templo de
Salomão, quando eles regressaram do cativeiro Babilônico, foi construído o
templo de Zorobabel de pedras também.
Já no
tempo de Jesus, o Templo que existia era o de Herodes, provavelmente o templo
de Zorobabel fora destruído por ocasião da invasão dos Romanos. Herodes manda
reconstruir o Templo como uma atitude política para agradar os judeus. Esse Templo
de Herodes foi destruído no ano de 70 dC sobrando hoje apenas uma parede que
hoje é conhecida por ‘muro das lamentações’. Nele os judeus do mundo todo lamentam
não existir mais o Templo e no local ainda foi construída a Mesquita de Omar.
Uma
afronta aos judeus, por isso as guerras lá em Jerusalém e quando os judeus vão
orar no muro das lamentações é também porque quando Salomão dedicou o Templo,
Deus disse que quando o Seu povo orasse aqui no Templo ou na sua direção Ele
iria ouvir. Então aquele muro continua sendo uma parte do Templo e onde o povo
judeu vai orar.
Na
verdade o primeiro Santuário era móvel porque os retirantes do Egito não tinham
Terra fixa. Como um povo nômade seu Santuário
era móvel. Quando eles chegaram no local
onde habitariam, ficaram e se estabeleceram, então um santuário foi construído:
O Templo de Salomão, não era mais um
santuário móvel pois o povo não iria mais sair dali, uma vez que já estavam
estabelecidos na Terra Prometida.
Resumindo,
na história do povo de Deus temos o santuário móvel e os fixos construídos por
Salomão, Zorobabel e Herodes. Deste último há ainda uma parede hoje: o muro das
lamentações.
Vamos
ver que santuário é esse de Êxodo 25:8
Hebreus
9:1-7 diz: “Ora, a primeira aliança também tinha preceitos de serviço
sagrado e o seu santuário terrestre. Com efeito, foi preparado o
tabernáculo, cuja parte anterior, onde estavam o candeeiro, e a mesa, e a
exposição dos pães, se chama o Santo Lugar; por trás do segundo véu, se
encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, ao qual pertencia um
altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta de ouro, na
qual estava uma urna de ouro contendo o maná, o bordão de Arão, que floresceu,
e as tábuas da aliança; e sobre ela, os querubins de glória, que, com a sua
sombra, cobriam o propiciatório. Dessas coisas, todavia, não falaremos, agora,
pormenorizadamente. Ora, depois de tudo isto assim preparado, continuamente
entram no primeiro tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços
sagrados; mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não
sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo,”
Chamo
sua atenção para um detalhe que deve ser guardado em seu coração: a expressão “Primeira
aliança” e a expressão “Santuário Terrestre”. Esse santuário que estamos tratando hoje através
da Bíblia é chamado de Santuário Terrestre. Ele era dividido em 3 partes: o
pátio, o lugar Santo e o lugar Santíssimo.
Imagine-se
entrando no Santuário, na parte chamada de Lugar Santo. Logo à esquerda
encontra-se um Castiçal com 7 lâmpadas, à direita uma mesa com 12 pães sem
fermento e à frente um altar do incenso e atrás do altar uma cortina cobrindo o
Lugar Santíssimo. Na entrada do
santuário móvel havia uma primeira cortina que separava o Pátio do Lugar Santo.
Essa cortina a Bíblia chama de véu. Quando a Bíblia fala primeiro véu, ela se
refere à entrada do Lugar Santo e o segundo véu fica na entrada do Lugar Santíssimo.
No Lugar Santíssimo, havia a Arca da Aliança.
Você se
lembra do filme caçadores da Arca Perdida do Indiana Jones? Saiba que eles estavam em busca exatamente da
arca da Aliança, ou Arca do Concerto, ou ainda Arca do Pacto de Deus com os homens.
No filme eles a procuravam porque ela desapareceu. Ainda hoje ninguém sabe onde
ela está e na época de Cristo ninguém sabia também, pois ela já não existia.
Essa
arca era de madeira revestida de ouro, que tinha uma tampa chamada de Propiciatório
com uma escultura de 2 querubins um de frente para o outro olhando para baixo e
como os querubins tem 4 asas 2 para cima
e 2 para baixo. Dentro da arca havia 3 objetos: o cajado de Arão que floresceu,
as tábuas da aliança e o maná.
Sobre os
objetos contidos no santuário, podemos ler mais detalhadamente a partir de
Êxodo 25, 27, 30 em diante. O importante é entender que tudo que falamos está
descrito na Bíblia e não há nenhuma religião que discorde disso.
Relembrando
o contexto em que esse assunto aparece, o homem estava separado de Deus por
causa do pecado e então Deus mandou construir um santuário para poder habitar
no meio do Seu povo. Ou seja, Deus estava oferecendo ao ser humano uma nova
esperança de estar junto de Deus. Não
era a resolução final do problema, mas no mínimo era um começo. Foi uma
esperança que renasceu.
Esse
assunto do santuário terrestre, de Moisés, do tabernáculo móvel até chegar ao
muro das lamentações não é um assunto que podemos passar por cima. Se quisermos
entender o plano da redenção humana não podemos nos esquecer do grande significado
teológico do Santuário Terrestre.
Você
pode ser levado a pensar que isto diz respeito apenas ao povo judeu, no seu
tempo de Antigo Testamento. E que você não precisa nem estudar isso ai mais. Entretanto,
você compreenderá que estava equivocado. E é por isso que foi preparada essa
série. Com este estudo estamos apenas aquecendo os motores para você embarcar
nessa Guerra nas Estrelas.
Temos
então, o Tabernáculo e dentro dele seus objetos com especial significado. Todos
esses símbolos e esses objetos sendo colocados ali especificamente, com todas
as medidas, tipos de material a ser utilizado e com toda riqueza de detalhes na
sua fabricação, e o que é mais interessante, cada detalhe foi dado por Deus! Cada
coisa com um propósito.
Podemos
compreender que Deus estava projetando todo o local, e sua singularidade para
dar uma mensagem. Ele estava desenhando para que pudéssemos entender alguma
coisa. É como se Ele dissesse “Eu vou salvar vocês, quer que eu desenhe?”
Jesus
morreu para nos salvar e muita gente não sabe a razão de Sua morte. Por que Ele
tinha que morrer para nos salvar? É complicado, porque eu vou ser salvo por um
mérito que não é meu, eu não tenho mérito nenhum, muito pelo contrário! O
santuário é o símbolo da graça no Antigo Testamento. É o Evangelho da salvação
que eles liam a cada dia. Conviver com todos durante muitos anos com todos
aqueles símbolos e rituais certamente gerava insights e eles compreendiam o
significado do sangue no véu, por exemplo. E assim, iam absolvendo o
significado da salvação.
Quem
podia entrar no Santuário para oficializar todo o cerimonial e seus rituais? Somente
o sacerdote e o sumo sacerdote podiam fazê-lo, porque Deus estava ali.
No lugar
Santíssimo se encontrava a arca da aliança. Lá só entrava o sumo sacerdote, não
era qualquer sacerdote, somente o sacerdote principal, e não entrava todo dia,
entrava uma vez por ano, porque lá dentro onde se encontrava a arca havia a
presença do Shekinah que é a presença de Deus, a presença literal de Deus ali.
Então,
quando alguém precisava ir a presença de Deus, não podia entrar diretamente no
Santuário para falar com Ele. Era necessária a presença do intercessor: Esse
era o sacerdote ou o sumo sacerdote, uma vez por ano, que intercedia por todo o
povo.
Com isto
Deus está dizendo assim: ‘Nós estamos separados. Eu Sou santo você é pecador. Se
você chegar perto de mim você vai morrer, porque Eu sou justiça, você está
injusto. Por isso, o santuário. Eu amo você, mas nós não podemos estar ainda
juntos novamente. O segundo véu é a fronteira de separação. Eu, portanto, estabeleci
o Santuário para você chegar o mais perto possível. Quão grande é Deus!
Algumas
vezes escutamos dizer que falar com Deus é como conversar com um amigo.
Acontece que não podemos esquecer que Deus é um amigo, mas não é um camarada. Ele
é Deus e merece todo o respeito. Ele é Deus!
Havia no
tabernáculo várias cerimônias. Falaremos de 3 delas :
1- O
Sacrifício contínuo, diariamente - (Êxodo
29:38). Um cordeiro era oferecido de manhã e outro à tarde. Esse ritual nos
ensina que Deus está disponível continuamente e que nós temos que levar nossos
pecados e arrependimento a Deus continuamente. Isto também nos lembra de que o
perdão dos pecados que cometemos diariamente tem um preço, que a salvação
embora ela seja de graça requer a morte do pecador. Então, todo dia de manhã e
a tarde morria um cordeirinho para lembrar que era por culpa do pecador que ele
morria.
Outra
coisa, quando lemos no Antigo Testamento que uma pessoa ficava imunda por
cometer alguma coisa que não se podia fazer, como tocar em um cadáver, por exemplo,
a bíblia diz que o mesmo ficava imundo até à tarde, que é o fim do dia. E por
que ele ficava imundo até à tarde? Porque nesse momento haveria um cordeiro
sendo sacrificado, e através de sua morte o perdão e consequentemente a
purificação lhe era oferecida.
E por
que toda essa simbologia? Tudo isso porque Cristo não havia sido morto na cruz
ainda. Quando Ele morreu todo esse cerimonial foi abolido. Ele é o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo. Podemos ir a Cristo imediatamente.
2- Oferta
pelo pecado (Levítico 4:27-31; Romanos 6:23) A Bíblia
diz que o salário do pecado é a morte, e que cometemos pecado, por isso deveríamos
morrer, mas Cristo criou esse sistema de intercessão e por Sua morte somos
salvos.
Um cordeirinho
de 1 ano e sem defeito deveria ser levado ao santuário. O pecador falava com o
sacerdote, confessava o pecado, e o pecador com sua própria mão matava o animalzinho.
Isto certamente deixava uma impressão muito forte na cabeça do pecador. Quando o animal era imolado inevitavelmente a
mão sujava de sangue e não tinha jeito... O sangue quente da ovelhinha inocente
sendo ali derramado lhe falava alto: sou inocente. Não tenho culpa por suas
escolhas.
O
pecador, então entrava no pátio e ali fazia o sacrifício no altar do
holocausto. Toda vez que se cometia o pecado não tinha outro jeito!
3- O Dia
do Perdão ou Dia da Expiação. Era um cerimonial que ocorria uma vez por ano (Levítico
23:26)
Dia após
dia o cordeiro era morto no santuário e o sacerdote espirrando sangue lá. Como
ficava o santuário? Grande odor de sangue. Imundo, fedido, simbolicamente é
isto que o pecado provoca. Só um detalhe, sabemos que ocorria o sacrifício diário,
de manhã e de tarde continuamente. Mais
o sacrifício que cada pessoa fazia como oferta por seu pecado. Imagine 2
milhões de pessoas, no mínimo, fazendo sacrifícios! Era muito cordeiro morto! Muito
sangue espirrado na cortina!
É
importante ressaltar que as pessoas não tinham consciência de pecado como a gente
tem hoje. Hoje compreendemos muito mais, através dos ensinos de Cristo a
respeito do pecado: Se você pensar errado no teu pensamento já é pecado. Mas,
naquela época pecado eram os 10 mandamentos quebrados. Então, não era toda hora
que o pecador dirigia-se ao santuário para praticar o sacrifício, era somente
quando se cometia um pecado. Compreendido aqui como a transgressão de um dos 10
mandamentos ou das leis levíticas.
Havia
também a questão do pecado por ignorância. Por isso que tinha o sacrifício
continuo pelos pecados de ignorância, pois o povo pecava muito por ignorância. Porém,
isto não eliminava o caráter do pecado. O pecado não deixava de existir porque
você era ignorante a seu respeito. Hoje também é assim, na igreja não tem
censura ou disciplina para todo caso, só ocorre quando em caso mais público.
Então
uma vez por ano era necessário limpar o Santuário, purificar daquela sujeira e
imundice. Aquele odor terrível de sangue, aspergido e encrostado no véu que
separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo! Esse dia era chamado Dia da
Expiação.
É como
se Deus quisesse dizer assim: “O pecado de vocês é fedido, é nojento, é sujo,
ele apodrece. E é o que me separa de vocês porque era jogado na cortina de
propósito. É exatamente isto que nos separa: o pecado.”
Tudo era
didático, era um desenho didático de Deus para explicar como funciona a
salvação, o que está acontecendo no universo. Ele explica ali, através dos
rituais no Santuário, a Guerra nas Estrelas, o Grande Conflito.
No Dia
da Expiação o sumo sacerdote tinha que fazer o sacrifício, por ele mesmo
também, porque ele iria entrar no santuário no lugar Santíssimo. Ele ficava 3
meses se preparando e sempre tinham outros sacerdotes prontos para assumir o
lugar dele, afinal nada podia impedir esse dia acontecer. Se esse dia não
acontecesse era provável a destruição, pois Deus precisava purificar tudo. Era
Deus mesmo quem efetuava a purificação. Esse dia da expiação prefigura outro de
grande importância para a humanidade.
Assim
acontecia a cerimônia: Nesse dia, o sumo sacerdote depois de fazer expiação por
si mesmo chegava no santuário. Todos ficavam em contrição de espírito. Era um
momento muito importante. A bíblia diz que se houvesse algum pecado não
confessado, a pessoa era eliminada do meio do povo.
Lembrando
que os pecados tinham um simbolismo físico, o sangue sujando o santuário,
mostrando quão terrível era o pecado, quanto mais sangue mais pecado. Você já consegue entender a expressão dentro
do véu que significa dentro do Santíssimo. Lugar da manifestação da presença de
Deus. Se uma pessoa não autorizada e não sendo o sumo sacerdote entrasse lá
seria consumida como Nadabe e Abiú. Eles eram sacerdotes e levaram fogo
estranho para dentro do Santuário. Deus advertiu quanto a esse erro. Eles não
obedeceram e foram consumidos.
O fogo
tinha que ficar aceso continuamente e eles levaram um fogo estranho, fizeram
uma bagunça e morreram.
Diz-se
que se o sumo sacerdote entrasse no Santíssimo e morresse lá dentro por causa
de um pecado, havia o costume de amarrar uma corda no pé do sumo sacerdote e
nas suas roupas havia sininhos porque se estes parassem de fazer barulho sabiam
que ele tinha morrido e deveria se puxar a corda. Ninguém poderia entrar lá para trazê-lo para
fora.
O povo
conhecia a Arca, pois havia rituais em que ela seguia a frente do povo. A
questão do sagrado não era a Arca em si, mas a Shekinah, que era a “habitação”,
a “presença de Deus”. E isto o povo não podia contemplar face a face, pois
seria consumido devido serem pecadores. O povo, no entanto, pela graça de Deus
contemplava Suas manifestações. O Lugar Santíssimo brilhava quando Deus Se
manifestava. De longe, no entanto, povo podia observar o Santíssimo brilhar
quando Deus queria falar com eles.
Leiamos Levítico 16: 5-20
O sumo
sacerdote pegava 2 bodes e realizava um sorteio entre os 2 dois. Um seria para
o SENHOR, seria imolado, sacrificado e oferecido a Deus. Este seria uma
expiação pelo pecado do povo. O outro ficaria vivo. Simbolicamente quando o
pecador pedia perdão seu pecado passava para o cordeiro, e o cordeiro morria e
o sacerdote ia lá dentro do Santuário fazer intercessão por você. Nesse dia da
expiação estavam acumulados os pecados de todo o ano. Era como se o pecado devesse
ser mandado embora, expulso do Santuário. As cortinas deveriam ser limpas, pois
ia começar um ano novo, tudo limpo!
O que é Propiciação
pelos pecados? É cobrir os pecados. Acabando a expiação chegava o bode vivo e o
sumo sacerdote colocava a mão sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele deveria
confessar todas as iniquidades do povo de Israel e depois o mesmo era levado
por um homem ao deserto. O bode que fazia expiação não era o bode que ficava
vivo e era levado ao deserto. A expiação era feita pelo bode que morria.
O outro
que ficava vivo era levado para o deserto e deixado lá até morrer no deserto. Essa era
a principal cerimonia. No próximo estudo veremos o significado de tudo isso. O
que precisamos entender, neste primeiro estudo, é o quanto o pecado não é uma
coisa leve. Deus criou esse Santuário para você saber que o perdão não é
automático, é preciso a morte de alguém. Então, como Cristo ainda não tinha
vindo morrer pelos pecados era necessário todo esse ritual de sacrificar o
cordeiro, e isso gerava uma impressão muito forte na mente das pessoas daquela
época. E Deus deseja que tenhamos a mesma impressão.
Cada um
daqueles cordeiros simbolizou Jesus Cristo. Quando você comete algum pecado,
não pense que é só pedir perdão não! É imprescindível pedir perdão, mas para o
perdão chegar para você hoje de graça precisou a morte do Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo. Custou caro para Ele. Alguém teve que pagar o preço.
Então quando olhamos para Deus precisamos vê-Lo com profundo respeito e
adoração pelo que Ele fez por nós.
Não
estamos seguindo a Deus porque Ele é gente boa, mas porque Ele é Amor e
Justiça. Hoje ninguém liga mais para esse negócio de pecado, a maioria das
pessoas não liga mesmo, até na igreja, tem gente que fala assim: “Ah! Deus
falou, mas não é bem assim”; “Ah agora
vou deixar os cargos porque estou namorando alguém de fora”; ou “não vou
participar da ceia pois não estou bem com certo fulano” esse é o famoso “eu
pago a pena” “deixa que eu pago isso ai” , como se não fosse questão de vida ou
morte.
Mas o
pecado é questão de vida ou morte! Estamos falando para você como funcionava o
Santuário do ponto de vista do judeu, decidimos não explicar os símbolos porque
queremos que você veja o que eles viam, passar um tempo pensando no que eles
pensavam para você poder entender com força o que vamos explicar no próximo
estudo. Então recomendamos que você analise o santuário, os detalhes, do que
eles viam inclusive as sensações.
O pr.
George Knight disse que resolveu matar seu cachorrinho quando chegou em sua
casa. Era um poodle bonitinho e então ele fez todo o ritual colocou a mão sobre
a cabeça do cachorrinho e começou a simular a degola.
Era o
seu animalzinho de estimação, novinho, perfeito de um ano. A ideia não é não
vou mais ter cargos na igreja, ou não vou participar da santa ceia, você tinha
que matar um cordeiro, para ficar tudo bem. Sempre que você comete um pecado
alguma coisa morre. Ou sua vontade de
estar mais perto dEle, ou seu desejo de trabalhar na obra.
Sempre que
existe pecado alguma coisa morre. Então não é porque você vive uma vida mais ou
menos com Deus que você vai sair imune, não é imune, alguma coisa vai dar
errado para você, sua comunhão com Deus não será mais a mesma, sorte do povo do
antigo testamento que eles podiam ver isso!
Quanto a
nós, mais de 2000 anos depois, não enxergamos mais os símbolos. E, portanto,
Deus manteve esse símbolo na bíblia para que enxerguemos quão terrível é o
pecado e suas consequências.
Se você
não participa da ceia você comete um erro grave, você tem que pedir perdão para
a pessoa, por isso que tinha o dia o perdão lá em Israel. Ninguém podia ficar
de fora! A mensagem é muito clara! Não é para você deixar de vir se você tá
ruim. Você tem que vir e dar um jeito de resolver o problema. Imagine-se um judeu
no dia da expiação falasse assim: “ah eu não estou muito bem, e nem concordo
muito com isso ai”; “ah esse negocio de
matar cordeiro ai não tem nada a ver, é coisa ultrapassada”. Você simplesmente morreria.
Hoje, da
mesma forma, as doutrinas que temos na igreja não estão lá por acaso. Devemos
ter em mente que servimos um Deus real, e que o problema do pecado é de risco
de vida ou morte. Hoje, não temos mais um cordeirinho morrendo na nossa frente
para nos lembrar do problema do pecado, mas temos Cristo que morreu uma vez só,
e se você não tomar cuidado você se esquece disto.
Todo o
sistema do Santuário é para dizer que temos um conflito ocorrendo, e a
tensão desse conflito é um Deus de amor, que nos criou e nos ama e quer estar
conosco, mas não consegue por causa do nosso estado, o estado de pecado. Esse é
o recado do Santuário. E há um único jeito de nos aproximarmos dEle, segundo o
sistema do santuário, é pelo derramamento do sangue inocente de Cristo que é
hoje nosso Mediador.
Fique
atento ao estudo dessa série, afinal essa é apenas uma peça de um cenário
gigantesco que se montará ao fim dessa série. Esta é somente a primeira a
primeira peça, e agora é importante absorvermos essas verdades para que possamos
entender onde isso vai dar. Deus não dá ponto sem nó, e Ele fez isso direitinho
para que hoje pudéssemos entender verdades que nem os autores bíblicos
entendiam. Por isso, fique firme aí e estude conosco o Santuário nesta série
Guerra nas Estrelas.
Pastores
Diego Ignácio e José Flores Junior
Obrigado pela transcrição, muito útil para a minha igreja.
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