A Verdadeira Motivação Capítulo 4

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Leitura Bíblica: Mateus 6:1

“— Evitem praticar as suas obras de justiça diante dos outros para serem vistos por eles;  porque, sendo assim, vocês já não terão nenhuma recompensa junto do Pai de vocês, que está nos céus.”

As palavras de Cristo no monte eram uma expressão daquilo que fora o mudo ensino de Sua vida, mas que o povo deixara de compreender. Eles não entendiam como, tendo tão grande poder, Ele não buscava empregá-lo em garantir-Se aquilo que reputavam o maior bem. Seu espírito, motivos e métodos eram opostos aos de Jesus. Conquanto pretendessem ser muito zelosos da honra da lei, sua própria gloria era o verdadeiro objetivo que buscavam; e Cristo queria tornar-lhes isto manifesto — que o amante de si mesmo e um transgressor da lei.

Os princípios nutridos pelos fariseus, porem, são os que formam os característicos da humanidade em todos os séculos. O espírito de farisaísmo e o espírito da natureza humana; e, quando o Salvador mostrou o contraste entre Seu próprio espírito e métodos e os dos rabis, Seu ensino se aplicava igualmente ao povo de todos os tempos.

Nos dias de Cristo os fariseus procuravam continuamente conseguir o favor do Céu a fim de obter honra e prosperidade mundanas, as quais consideravam como sendo a recompensa da virtude. Ostentavam ao mesmo tempo seus atos de caridade diante do povo com o intuito de atrair-lhes a atenção, e adquirir reputação de santidade.

Jesus lhes censurou a ostentação, dizendo que Deus não reconhece um serviço como esse, e que a lisonja e a admiração do povo, as quais tão ansiosamente buscavam, seriam a única recompensa que haviam de ter.

“Quando tu deres esmola”, disse Ele, “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada ocultamente: e teu Pai, que vê em segredo, te recompensara publicamente.”

Com essas palavras Jesus não ensinou que os atos de bondade devem ser sempre conservados em segredo. Paulo, o apostolo, escrevendo inspirado pelo Espírito Santo, não oculta o generoso sacrifício dos cristãos macedônios, mas fala da graça por Cristo neles operada, de maneira que outros foram possuídos do mesmo espírito. Ele também escreveu a igreja de Corinto, dizendo: “Vosso zelo tem estimulado a muitos.” 2 Coríntios 9:2.

As próprias palavras de Cristo esclarecem Sua intenção—que nos atos de caridade o objetivo não deve ser atrair louvor e honra dos homens. A verdadeira piedade nunca promove um esforço para ostentação. Os que desejam palavras de elogio e lisonja, delas se nutrindo como de um bocado delicioso, são cristãos apenas de nome.

Por meio de suas boas obras devem os seguidores de Cristo trazer gloria, não para si mesmos, mas para Aquele mediante cuja graça e poder eles operaram. E por meio do Espírito Santo que toda boa obra e efetuada, e o Espírito e dado para glorificar, não o recebedor, mas o Doador. Quando a luz de Cristo brilha na alma, os lábios se encherão de louvor e ação de graças a Deus. Vossas orações, o cumprimento de vossos deveres, vossa beneficência, vossa abnegação, não serão o tema de vossos pensamentos ou conversação. Jesus será engrandecido, o eu oculto, e Cristo aparecera como tudo em todos.

Cumpre-nos dar em sinceridade, não para fazer ostentação de nossas boas ações, mas por piedade e amor para com os sofredores. A sinceridade de desígnio, a verdadeira bondade de coração, eis o motivo a que o Céu dá valor. A alma sincera em seu amor, que põe todo o coração em sua devoção, Deus considera mais preciosa que as barras de ouro de Ofir.

Não devemos pensar na recompensa, mas no serviço; todavia a bondade manifestada nesse espírito não deixará de ter o seu galardão. “Teu Pai, que vê em segredo, te recompensara publicamente.” Conquanto seja verdade que Deus mesmo e o nosso grande Galardão, que abrange todos os outros, a alma só O recebe e frui à medida que se Lhe assemelha no caráter. Unicamente os semelhantes se podem apreciar. E à medida que nos entregamos a Deus para o serviço da humanidade, que Ele Se nos dá.

Ninguém pode dar em seu coração e vida lugar para a corrente da benção de Deus fluir em direção a outros, sem que receba em si mesmo uma preciosa recompensa. As encostas de montanhas e as planícies que oferecem caminho as correntes montesinas para chegarem ao mar, nenhum prejuízo sofrem com isso. O que dão lhes e centuplicadamente retribuído. Pois a corrente que passa cantando em sua marcha, deixa após si dadivas de verduras e de frutas. A relva a sua margem tem mais vivo verdor, as arvores mais opulência de cores, as flores são mais abundantes. Quando o solo jaz despido e escuro sob o ressecante calor do Sol, uma linha verdejante indica o curso do rio; e a planície que abre o seio para conduzir o tesouro da montanha ao mar, encontra-se viçosa e revestida de beleza — testemunha da recompensa que a graça de Deus comunica a todos os que se entregam como condutos a fim de ela poder fluir ao mundo.

Tal e a benção daqueles que mostram misericórdia aos pobres. Diz o profeta Isaías: “Não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desterrados? e, vendo o nu o cubras, e não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará,… e o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos,… e serás como um jardim regado, e como um manancial cujas águas nunca faltam.” Isaías 58:7-11

A obra de beneficência e duas vezes bendita. Enquanto aquele que dá ao necessitado beneficia a outros, e ele próprio beneficiado em medida ainda maior. A graça de Cristo no coração desenvolve traços de caráter opostos ao egoísmo—traços que refinarão, enobrecerão e enriquecerão a vida. Atos de bondade praticados em segredo, ligarão corações entre si, unindo-os mais estreitamente ao coração dAquele de quem provem todo generoso impulso. As pequeninas atenções, os pequenos atos de amor e sacrifício, os quais emanam da vida tão suavemente como o aroma se desprende da flor — constituem parte importante das bençãos e felicidade da vida. E verificar-se-á por fim que a negação do próprio eu para o bem e a felicidade dos outros, embora humilde e não louvada aqui, e reconhecida no Céu como o sinal de nossa união com Ele, o Rei da gloria, que era rico, e contudo Se tornou pobre por amor de nós.

Os atos de bondade podem ser praticados em oculto, mas não se podem esconder os resultados sobre o caráter do que os pratica. Se, como seguidores de Cristo, trabalhamos com sincero interesse, o coração achar-se-á em íntima correspondência com Deus, e o Seu Espírito, operando em nosso espírito, despertara, em resposta ao divino toque, as sagradas harmonias espirituais.

Aquele que dá crescentes talentos aos que sabiamente desenvolveram os dons que lhes foram confiados, agrada-Se de reconhecer o serviço de Seu povo crente no Amado, mediante cuja graça e força eles agiram. Aqueles que houverem buscado o desenvolvimento e a perfeição do caráter cristão mediante o exercício de suas faculdades em boas obras hão de, no mundo por vir, ceifar aquilo que semearam. A obra iniciada na Terra ha de atingir sua consumação naquela vida mais elevada e santa que se perpetuara por toda a eternidade.

 “— E, quando orarem, não sejam como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos pelos outros. Em verdade lhes digo que eles já receberam a sua recompensa.” Mateus 6:5

Os fariseus tinham horas designadas para oração; e quando, como frequentemente acontecia, eles estavam fora, no tempo determinado para isso, paravam onde estivesse — talvez na rua ou nos lugares de comercio, entre as multidões apressadas — e ali, em altas vozes, repetiam suas formais orações. Tal culto, prestado apenas para glorificação própria, suscitou severa censura da parte de Jesus. Ele não desanimou, entretanto, a oração em público; pois Ele mesmo orou com os Seus discípulos e na presença da multidão. Ensina, porém, que a oração particular não deve ser feita em público. Na devoção intima nossas orações não devem chegar aos ouvidos de ninguém mais senão do Deus que ouve as orações. Nenhum ouvido curioso deve receber o fardo de tais petições.

“Mas, ao orar, entre no seu quarto e, fechada a porta, ore ao seu Pai, que está em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa.” Mateus 6:5

Tende um lugar para a oração particular. Jesus tinha lugares especiais para comunhão com Deus, e o mesmo devemos fazer. Precisamos retirar-nos frequentemente para algum canto, por humilde que seja, onde possamos nos encontrar a sós com Deus. Podemos, em nome de Jesus, chegar a presença de Deus com confiança infantil. Homem algum precisa servir de mediador. Mediante Jesus, é-nos dado abrir o coração a Deus como a alguém que nos conhece e ama.

No lugar secreto de oração, onde nenhuns olhos senão os de Deus nos podem ver, ouvido algum senão o Seu pode escutar, é-nos dado exprimir nossos mais íntimos desejos e anelos ao Pai de infinita piedade. E, no sossego e silencio da alma, aquela voz que jamais deixa de responder ao clamor da necessidade humana, falara ao nosso coração.

“O Senhor é muito misericordioso e piedoso.” Tiago 5:11. Ele aguarda com incansável amor ouvir as confissões do extraviado, e aceitar-lhe o arrependimento. Ele observa a ver qualquer resposta de gratidão de nossa parte, assim como uma mãe observa o sorriso de reconhecimento de seu amado filho. Ele desejaria que levássemos nossas provações a Sua compaixão, nossas dores ao Seu amor, nossas feridas à Sua cura, nossa fraqueza à Sua força, nosso vazio à Sua plenitude. Jamais foi decepcionado alguém que fosse ter com Ele. “Olharam para Ele e foram iluminados; e os seus rostos não ficarão confundidos.” Salmos 34:5.

Aqueles que buscam ao Senhor em segredo, contando-Lhe suas necessidades, e pedindo auxílio, não rogarão em vão. “Teu Pai, que vê em segredo, te recompensará publicamente.” À medida que fizermos de Cristo nosso companheiro diário, havemos de sentir que as forças de um mundo invisível se encontram todas ao redor de nós;

e, pelo contemplar a Jesus, seremos transformados à Sua imagem. Somos transformados pela contemplação. O caráter é abrandado, refinado e enobrecido para o reino celeste. O seguro resultado de nosso trato e convívio com nosso Senhor, será o acréscimo de piedade, de pureza e fervor. Haverá progressiva inteligência na oração. Recebemos assim uma educação divina, o que é ilustrado por uma vida de diligência e zelo.

A pessoa que se volve para Deus em busca de auxílio, de apoio, de poder, mediante diária e fervorosa oração, terá aspirações nobres, percepções claras da verdade e do dever, altos propósitos de ação, e uma contínua fome e sede de justiça. Mantendo comunhão com Deus, seremos habilitados a difundir para os outros, através de nosso convívio com eles, a luz, a paz e a serenidade que reinam em nosso coração. A força obtida na oração a Deus, unida ao perseverante esforço no exercitar a mente na reflexão e no cuidado, prepara a pessoa para os deveres diários, e mantém o espírito em paz em todas as circunstâncias.

Se nos achegarmos a Deus, Ele porá em nossos lábios uma palavra para dirigir-Lhe, isto é, um louvor ao Seu nome. Ele nos ensinará o acento do cântico dos anjos—ações de graças a nosso Pai celestial. Em todo ato da vida, manifestar-se-ão a luz e o amor de um Salvador a residir em nós. As perturbações exteriores não atingem uma vida vivida pela fé no Filho de Deus.

“E, orando, não usem vãs repetições, como os gentios; porque eles pensam que por muito falar serão ouvidos.” Mateus 6:7.

Os pagãos consideravam suas orações como possuidoras em si mesmas do mérito de expiar pecados. Assim, quanto mais longas as orações, tanto maiores os merecimentos. Se se pudessem tornar santos por seus esforços, teriam em si mesmos, alguma coisa de que se regozijar, algo de que se vangloriar. Essa ideia da oração e fruto do princípio de expiação individual, o qual jaz na base de todos os falsos sistemas religiosos. Os fariseus haviam adotado essa ideia paga acerca da oração, a qual não se acha de modo algum extinta em nossos dias, mesmo entre os que professam o cristianismo. A repetição de frases feitas, habituais, quando o coração não sente nenhuma necessidade de Deus, e da mesma espécie que as “vãs repetições” dos pagãos.

A oração não é uma expiação pelo pecado; não possui em si mesma nenhuma virtude ou mérito. Todas as palavras floreadas de que possamos dispor não equivalem a um único desejo santo. As mais eloquentes orações não passam de palavras ociosas, se não exprimirem os reais sentimentos do coração. Mas a oração que provem de um coração sincero, quando se exprimem as simples necessidades da alma, da mesma maneira que pediríamos um favor a  um amigo terrestre, esperando que o mesmo nos fosse concedido, eis a oração da fé. Deus não deseja nossos cumprimentos cerimoniais; mas o inarticulado grito de um coração quebrantado e rendido pelo senso de seu pecado e indizível fraqueza, esse alcançará o Pai de toda a misericórdia.

“— Quando vocês jejuarem, não fiquem com uma aparência triste, como os hipócritas; porque desfiguram o rosto a fim de parecer aos outros que estão jejuando. Em verdade lhes digo que eles já receberam a sua recompensa.” Mateus 6:16.

O jejum recomendado pela Palavra de Deus e alguma coisa mais que uma forma. Não consiste meramente em nos privarmos da comida, em usarmos saco, em lançarmos cinza sobre a cabeça. Aquele que jejua com verdadeira tristeza pelo pecado, jamais buscara exibir-se.

O objetivo do jejum que Deus nos convida a fazer, não e afligirmos o corpo pelo pecado do coração, mas o ajudar-nos a perceber o caráter ofensivo do pecado, a humilharmos o coração diante de Deus e recebermos Sua graça perdoadora. Sua ordem a Israel, foi: “Rasgai o vosso coração, e não os vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus.” Joel 2:13.

De nada nos aproveita o fazer penitência, ou lisonjear-nos de que, por nossas boas obras, havemos de merecer ou comprar uma herança entre os santos. Ao ser feita a Cristo a pergunta: “Que faremos, para executar as obras de Deus?” respondeu Ele: “A obra de Deus é esta: que creiais nAquele que Ele enviou.” João 6:28, 29. Arrependimento e o volver-se do próprio eu para Cristo; e quando recebemos a Cristo, e modo que, pela fé, Ele possa viver Sua vida em nós, as boas obras se manifestarão.

Jesus disse: Mas você, quando jejuar, unja a cabeça e lave o rosto, a fim de não parecer aos outros que você está jejuando, e sim ao seu Pai, em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa. Mateus 6:17, 18. Tudo quanto for feito para a glória de Deus, deve ser feito com alegria de coração, não com tristeza e espírito sombrio. Não há nada de sombrio na religião de Jesus. Se, pela sua melancólica atitude, os cristãos dão a impressão de haverem sido decepcionados com seu Senhor, isto representa mal o caráter dEle, dando armas aos Seus inimigos. Conquanto, pelas palavras, eles pretendam que Deus e seu Pai, todavia, com melancolia e dor apresentam ao mundo o aspecto de órfãos.

Cristo deseja que façamos com que Seu serviço pareça atrativo, como na realidade o é. Que as abnegações e as intimas provas do coração sejam reveladas ao compassivo Salvador. Sejam os fardos levados ao pé da cruz, e prossigamos em nosso caminho regozijando-nos no amor dAquele que nos amou primeiro. Talvez os homens jamais venham nunca a saber do que, secretamente, se desenvolve entre nós e Deus, mas o resultado da obra do Espírito no coração será a todos manifesto; pois Aquele “que vê em segredo, o recompensara publicamente”.

“Não acumulem  tesouros sobre a terra, onde as traças e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntem tesouros no céu, onde as traças e a ferrugem não corroem, e onde ladrões não escavam, nem roubam.” Mateus 6:19 – 20.

Os tesouros acumulados na Terra absorvem a mente, com exclusão das coisas celestiais.

O amor do dinheiro era a paixão dominante nos dias dos judeus.  A mundanidade usurpava o lugar de Deus e da religião na mente. O mesmo se dá agora. A avara ganância das riquezas exerce tão fascinante influência na vida, que traz em resultado a perversão da nobreza e a corrupção do que há de humano nos homens, até que são arrastados para a perdição. O serviço de Satanás é cheio de cuidados, perplexidade e fatigante labor, e o tesouro que os homens labutam por acumular na Terra dura apenas um momento.

Jesus disse: “mas ajuntem tesouros no céu, onde as traças e a ferrugem não corroem, e onde ladrões não escavam, nem roubam. Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração.” Mateus 6: 20 -21

A instrução e: “Ajuntai para vos tesouros no Céu.” E para o vosso próprio interesse assegurar as riquezas celestes. Estas apenas, de tudo quanto possuis, são realmente vossas. O tesouro acumulado no Céu e imperecível. Nenhum incêndio ou inundação o pode destruir, ladrão algum o pode arrebatar, nenhuma traça ou ferrugem corrompê-lo; pois se encontra sob a proteção de Deus.

Este tesouro, que Cristo considera precioso acima de toda estimação, são “as riquezas da gloria da Sua herança nos santos”. Efésios 1:18. Os discípulos de Cristo são chamados Suas joias, Seu precioso e peculiar tesouro. Ele diz: “Como as pedras de uma coroa eles serão.” “Farei que um homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir.” Zacarias 9:16; Isaías 13:12. Cristo considera Seu povo, em sua pureza e perfeição, como a recompensa de todos os Seus sofrimentos, Sua humilhação, Seu amor e como o suplemento de Sua gloria — Cristo, o grande Centro de onde toda a glória irradia.

E é-nos permitido unir-nos com Ele na grande obra da redenção, e ser participantes com Ele nas riquezas que Sua morte e sofrimento conquistaram. O apostolo Paulo escreveu aos cristãos tessalonicenses: “Qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura não sois vos também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em Sua vinda? Na verdade, vos sois a nossa glória e gozo.” 1 Tessalonicenses 2:19, 20. Este e o tesouro pelo qual Cristo nos pede trabalhar. O caráter e a grande colheita da vida. E toda palavra ou ato que, mediante a graça de Cristo, suscita em uma alma um impulso em direção ao Céu, todo esforço que tende a formação de um caráter cristão, e depositar tesouro no Céu.

Onde se acha o tesouro, aí estará também o coração. Em todo esforço para beneficiar a outros, beneficiamo-nos a nós mesmos. Aquele que dá dinheiro ou tempo para a disseminação do evangelho, empenha seu próprio interesse e suas orações em prol da obra e das almas a serem conquistadas por meio dele; suas afeições dilatam-se para outros, e ele e estimulado a maior devoção para com Deus, a fim de ser habilitado a fazer-lhes maior bem.

E no dia final, quando a riqueza da Terra vier a perecer, o que acumulou tesouro no Céu contemplara aquilo que foi ganho pela sua vida. Se demos ouvidos as palavras de Cristo, então, ao reunir-nos em torno do grande trono branco, veremos almas que foram salvas por nosso intermédio, e saberemos que uma salvou a outras, e estas ainda outras — um grande grupo levado ao porto de descanso em resultado de nossos labores, para ai depositar suas coroas aos pés de Jesus, e louva-Lo através dos intérminos séculos da eternidade. Com que alegria ha de o obreiro de Cristo contemplar esses remidos, que partilham da gloria do Redentor! Quão precioso será o Céu para aqueles que houverem sido fieis na obra de salvar almas!

“Se já ressuscitaste com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado a destra de Deus.” Colossenses 3:1

“— Os olhos são a lâmpada do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz; 23se, porém, os seus olhos forem maus, todo o seu corpo estará em trevas. Portanto, se a luz que existe em você são trevas, que grandes trevas serão!”  Mateus 6:22 – 23

Sinceridade de proposito, inteira devoção a Deus, eis a condição indicada pelas palavras de nosso Salvador. Seja o desígnio de descobrir a verdade e obedecer-lhe custe o que custar, sincero e inabalável, e haveis de receber divina iluminação. A verdadeira piedade começa quando termina toda transigência com o pecado. Então a linguagem do coração será a do apostolo Paulo: “Uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” “Tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo.” Filipenses 3:13, 14, 8.

Mas quando os olhos se acham cegados pelo amor do próprio eu, não há senão trevas. “Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso.” Era essa terrível cegueira que envolvia os judeus em obstinada incredulidade, tornando-lhes impossível apreciarem o caráter e a missão dAquele que viera salva-los de seus pecados.

O ceder a tentação começa ao permitirdes que a mente vacile, seja inconstante na confiança em Deus. Quem prefere não se entregar inteiramente a Deus, acha-se em trevas. Quando fazemos qualquer reserva, deixamos aberta uma porta pela qual Satanás pode entrar para nos extraviar com suas tentações. Ele sabe que, se nos puder obscurecer a visão de maneira que os olhos da fé não possam ver a Deus, não haverá barreira contra o pecado.

A predominância de um desejo pecaminoso revela a ilusão da alma. Cada condescendência com aquele desejo, avigora a aversão da alma para com Deus. Ao seguirmos a senda escolhida por Satanás, encontramo-nos envolvidos pelas sombras do mal, e cada passo leva a uma treva mais densa e aumenta a cegueira do coração.

A mesma lei que rege o mundo natural, domina o espiritual. Aquele que permanece nas trevas perderá por fim a faculdade da visão. Fica encerrado por uma treva mais profunda que a da meia noite; e para ele o mais luminoso meio-dia não pode trazer nenhuma luz. “Anda em trevas e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.” 1 João 2:11. Nutrindo persistentemente o mal, desatendendo voluntariamente as súplicas do divino amor, perde o pecador o amor do bem, o desejo em torno de Deus, a própria capacidade de receber a luz do Céu. O convite da misericórdia ainda e cheio de amor, a luz fulgura ainda tão resplandecente como quando raiou a princípio em sua alma; mas a voz cai em ouvidos moucos, a luz em olhos cegos.

Pessoa alguma é abandonada por Deus, entregue a seus próprios caminhos, enquanto houver qualquer raio de esperança quanto a sua salvação. “O homem se desvia de Deus, não Deus do homem.” Nosso Pai celestial acompanha-nos com apelos e advertências e afirmações de compaixão, até se tornarem de todo inúteis posteriores oportunidades e privilégios. A responsabilidade fica com o pecador. Resistindo ao Espírito de Deus hoje, prepara ele o caminho para uma segunda resistência a luz quando ela vier com maior poder. Assim passa ele de um grau de resistência a outro, até que por fim a luz deixa de causar impressão, e ele cessa de corresponder por qualquer maneira ao Espírito de Deus. Então mesmo “a luz que em ti há” se tornou em trevas. A própria verdade que conhecemos ficou tão pervertida que aumenta a cegueira da alma.

“— Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou irá odiar um e amar o outro, ou irá se dedicar a um e desprezar o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas.” Mateus 6:24

Cristo não diz que o homem não servira a dois senhores, mas que ele não pode fazê-lo. Os interesses de Deus e os interesses de Mamom não tem ligação ou correspondência. Justamente onde a consciência do cristão o adverte para deter-se, para negar o próprio eu, para parar, aí mesmo o mundano ultrapassa a linha a fim de condescender com suas propensões egoístas. De um lado do limite se encontra o abnegado seguidor de Cristo; do outro lado está o amante do mundo, complacente consigo mesmo, cortejando a moda, empenhando-se em frivolidades e regalando-se em proibido prazer. Aquele lado do limite não pode ir o cristão.

Pessoa alguma pode ocupar uma posição neutra; não há classe neutra que nem ama a Deus nem serve ao inimigo da justiça. Cristo deve viver em Seus instrumentos humanos, e operar mediante suas faculdades, e agir por meio de suas aptidões. A vontade deles precisa estar submissa a Sua vontade; eles devem agir com o Seu Espírito. Então, não mais vivem eles, mas Cristo e que neles vive. Aquele que não se entregou inteiramente a Deus, acha-se sob o controle de outro poder, escutando outra voz, cujas sugestões são de caráter inteiramente diverso. Um serviço pela metade coloca o agente humano do lado do inimigo, como bem-sucedido aliado das hostes das trevas. Quando homens que se dizem soldados de Cristo se empregam na confederação de Satanás, e ajudam o seu lado, demonstram-se inimigos de Cristo. Traem sagrados depósitos. Formam um elo entre Satanás e os verdadeiros soldados, de modo que, por meio desses instrumentos, está o inimigo operando continuamente para roubar o coração dos soldados de Cristo.

O mais poderoso baluarte do vício em nosso mundo, não e a vida iníqua do abandonado pecador ou do degradado; e a vida que, ao contrário, parece virtuosa, respeitável e nobre, mas na qual e nutrido um pecado; a vida em que há complacência com um vício. Para a pessoa que está lutando intimamente contra alguma gigantesca tentação, tremendo a beira de um abismo, tal exemplo e um dos mais poderosos estímulos a pecar. Aquele que, dotado de altas concepções da vida, da verdade e da honra, transgride ainda voluntariamente um preceito da santa lei de Deus, perverteu seus nobres dons, tornando-os um laco para o pecado. O gênio, o talento, a simpatia, mesmo a generosidade e as boas ações, podem tornar-se um engodo de Satanás para seduzir almas para o precipício da ruína nesta vida e na futura.

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo ha. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não e do Pai, mas do mundo.” 1 João 2:15, 16

“— Por isso, digo a vocês: não se preocupem com a sua vida, quanto ao que irão comer ou beber; nem com o corpo, quanto ao que irão vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e não é o corpo mais do que as roupas?” Mateus 6:25

Aquele que vos deu a vida, sabe qual é vossa necessidade de alimento para mantê-la. Aquele que criou o corpo não Se esquece de que necessitais de vestuário. Não há de Aquele que concedeu o dom maior proporcionar também o que e preciso para o completar?

“Observem as aves do céu, que não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, as sustenta. Será que vocês não valem muito mais do que as aves? Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?” Mateus 6: 26 – 27

Jesus chamou a atenção de Seus ouvintes para os pássaros enquanto entoavam seus cânticos de louvor, livres de preocupações, pois eles “nem semeiam, nem segam”; todavia o grande Pai lhes prove as necessidades. E pergunta: “Não tendes vós muito mais valor do que eles?”

“Sem que Ele o saiba não cai a andorinha,

A alma contrita não está sozinha;

Jesus está conosco em toda parte

E em nosso pranto toma sempre parte.

Jamais, jamais abandona Ele, assim,

Quem nEle confiar até ao fim.”

“— E por que se preocupam com o que vão vestir? Observem como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, porém, afirmo a vocês que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não fará muito mais por vocês, homens de pequena fé?” Mateus 26: 28 -30

As encostas dos montes achavam-se matizadas de flores e, apontando-as no orvalhado frescor da manhã, disse Jesus: “Olhai para os lírios do campo, como eles crescem.” As formas graciosas, as delicadas cores das plantas e das flores podem ser copiadas pela habilidade humana; que toque, porem, e capaz de transmitir vida a uma flor, ou a uma haste sequer? Toda florinha a beira dos caminhos deve a existência ao mesmo poder que estabelece os luminosos mundos lá em cima. A todas as coisas criadas anima um frêmito de vida provindo do grande coração de Deus. As flores do campo são por Sua mão vestidas de mais ricos trajes do que os que adornaram em qualquer tempo os reis terrestres. E “se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã e lançada no forno, não vos vestira muito mais a vos, homens de pouca fé?”

E Aquele que fez as flores e que deu as aves o seu cântico, que diz: “Olhai para os lírios”, “olhai para as aves.” Na beleza das coisas da Natureza podeis aprender mais da sabedoria de Deus do que sabem os eruditos. Nas pétalas do lírio, escreveu Ele uma mensagem para vos — escreveu-a em uma linguagem que vosso coração só pode ler à medida que desaprender as lições de desconfiança e egoísmo, de corrosivo cuidado. Por que vos deu Ele as aves cantoras e as flores gentis, se não pelo transbordante amor de um coração de Pai, que desejava tornar-vos o caminho da vida luminoso e alegre? Tudo quanto vos era necessário a existência vos teria sido facultado mesmo sem as flores e os pássaros, mas Deus não estava satisfeito com o prover meramente o que bastasse a vida. Ele encheu a Terra e o espaço e o firmamento com traços de beleza a fim de mostrar-vos os pensamentos de amor que nutre a vosso respeito. A beleza de todas as coisas criadas não e senão um vislumbre do esplendor de Sua glória. Se Ele prodigalizou tão infinita maestria nas coisas da Natureza para vossa felicidade e alegria, podeis acaso duvidar de que vos conceda toda benção necessária?

“Olhai para os lírios.” Toda flor que descerra suas pétalas a luz solar obedece às mesmas grandes leis que regem as estrelas; e como e simples, e suave a sua existência! Por meio das flores Deus queria chamar-nos a atenção para a beleza do caráter cristão. Aquele que tal graça comunicou as flores, deseja muito mais que a alma seja revestida com a beleza do caráter de Cristo.

Olhai, diz Jesus, como crescem os lírios; como, brotando da terra escura e fria, ou do lodoso leito do rio, as plantas desabrocham

em atrativos e fragrância. Quem teria sonhado as possibilidades de beleza no rústico bulbo escuro do lírio? Quando, porém, ao chamado de Deus na chuva e no sol, se desenvolve a vida divina ali oculta, os homens se maravilham ante a visão da graça e da beleza. Da mesma maneira se desdobra a vida de Deus em toda alma humana que se submete ao ministério de Sua graça que, abundante como a chuva e a luz solar, a todos traz as suas bençãos. E a palavra de Deus que cria as flores, e a mesma palavra produzira em vos as graças do Seu Espírito.

A lei de Deus e a lei do amor. Ele vos circundou de beleza a fim de ensinar-vos que não fostes colocados na Terra apenas para labutar pelo próprio eu, cavar e construir, mourejar e correr, mas tornar a vida luminosa e feliz e bela com o amor de Cristo—para, com as flores, alegrar a vida dos outros mediante o ministério do amor.

Pais e mães, fazei com que vossos filhos aprendam das flores. Levai-os convosco ao jardim e ao campo e para baixo das frondosas árvores, e ensinai-lhes a ler na Natureza a mensagem do amor de Deus. Que a lembrança dEle esteja ligada aos pássaros, as flores e as arvores. Levai as crianças a ver em tudo quanto e belo e aprazível uma expressão do amor de Deus para elas. Tornai-lhes vossa religião desejável, apresentando-a pelo lado atrativo. Esteja em vossos lábios a lei da bondade.

Ensinai as crianças que, em virtude do grande amor de Deus, sua natureza pode ser mudada, e posta em harmonia com a dEle.

Ensinai-lhes que Ele quer que sua vida seja embelezada com a graça das flores. E, ao colherem elas as suaves florinhas, ensinai-lhes que Aquele que fez as flores e mais belo do que elas. Assim se enlaçarão em torno dEle as gavinhas de seu coração. Aquele que é “totalmente desejável” tornar-se-á para elas como um companheiro diário e um amigo familiar, e sua existência será transformada a imagem de Sua pureza.

“Mas busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas.” Mateus 6:33

O povo que escutava as palavras de Cristo, aguardava ainda ansiosamente qualquer anúncio do reino terrestre. Enquanto Jesus lhes descerrava os tesouros do Céu, a questão principal em muitos espíritos, era: Em que maneira podemos, ligando-nos a Ele, aumentar nossas perspectivas terrenas? Jesus mostrou como, fazendo das coisas do mundo sua suprema ansiedade, eles se assemelhavam as nações pagas que os rodeavam, vivendo como se não existisse Deus, com Seu terno cuidado em torno de Suas criaturas.

Eu vos vim revelar o reino de amor e de justiça e paz. Abri o coração para receberdes este reino, e tornai o serviço do mesmo o vosso principal interesse. Conquanto seja um reino espiritual, não temais que vossas necessidades quanto a esta vida não sejam consideradas. Se vos entregais ao serviço de Deus, Aquele que tem todo o poder no Céu e na Terra provera o que necessitardes.

Jesus não nos dispensa da necessidade do esforço, mas ensina que devemos fazer dEle o primeiro e o último e o melhor em todas as coisas. Não nos devemos empenhar em nenhum negócio, seguir nenhum empreendimento, buscar prazer nenhum que impeça a operação de Sua justiça em nosso caráter e vida. Tudo quanto fizermos, devemos fazê-lo de coração, como ao Senhor.

Enquanto andou aqui na Terra, Jesus, mediante o conservar perante os homens a glória de Deus, e o subordinar todas as coisas a vontade do Pai, dignificou a vida em todos os seus pormenores. Se Lhe seguirmos o exemplo, a promessa que nos dá e de que nos “serão acrescentadas” todas as coisas necessárias a esta vida. A pobreza ou a riqueza, a doença ou a saúde, a simplicidade ou a sabedoria — tudo se acha providenciado na promessa de Sua graça.

Os braços eternos de Deus circundam a alma que se volve para Ele em busca de auxílio, por mais fraca que seja essa alma. As preciosidades das colinas hão de perecer; mas a alma que vive para Deus com Ele permanecera. “O mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” 1 João 2:17. A cidade de Deus abrira suas portas de ouro para receber aquele que, enquanto na Terra, aprendeu a apoiar-se em Deus quanto a direção e sabedoria, conforto e esperança, por entre perdas e aflições. Os cânticos dos anjos hão de festejar-lhe a entrada ali, e para ele dará seus frutos a arvore da vida. “As montanhas se desviarão, e os outeiros tremerão; mas a Minha benignidade não se desviara de ti, e o concerto da Minha paz não mudara, diz o Senhor, que Se compadece de ti.” Isaías 54:10.

“— Portanto, não se preocupem com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” Mateus 6:34.

Se vos entregastes a Deus, para fazer a Sua obra, não precisais estar ansiosos pelo dia de amanhã. Aquele de quem sois servo, conhece o fim desde o princípio. Os acontecimentos do amanhã, ocultos a vossos olhos, acham-se a vista dAquele que é onipotente.

Quando tomamos em nossas mãos o manejo das coisas com que temos de lidar, e confiamos em nossa própria sabedoria quanto ao êxito, chamamos sobre nós um fardo que Deus não nos deu, e estamos a levá-lo sem Sua ajuda. Estamos tomando sobre nós mesmos a responsabilidade que pertence a Deus, pondo-nos, na verdade, assim, em Seu lugar. Podemos bem ter ansiedade e antecipar perigos e perdas; pois isto e certo sobrevir-nos. Mas quando deveras acreditamos que Deus nos ama, e nos quer fazer bem, cessamos de afligir-nos a respeito do futuro. Confiaremos em Deus assim como uma criança confia em um amoroso pai. Então desaparecerão nossas perturbações e tormentos; pois nossa vontade fundir-se-á com a vontade de Deus.

Cristo não nos deu promessa alguma de auxílio para quando levarmos hoje os fardos de amanhã. Disse Ele: “Minha graça te basta” (2 Coríntios 12:9); mas, como o maná dado no deserto, Sua graça e concedida diariamente, para a necessidade do dia. Como as hostes de Israel em sua vida de peregrinos, encontraremos manha após manhã o pão do Céu para a previsão do dia.

Um dia sozinho nos pertence, e durante o mesmo cumpre-nos viver para Deus. Por esse dia devemos colocar na mão de Cristo, em solene serviço, todos os nossos desígnios e planos, depondo sobre Ele toda a nossa solicitude, pois tem cuidado de nós. “Eu bem sei os pensamentos que penso de vos, diz o Senhor, pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.” “Em vos converterdes, e em repousardes estaria a vossa salvação; no sossego e na confiança estaria a vossa forca.” Jeremias 29:11; Isaías 30:15.

Se buscardes o Senhor e vos converterdes cada dia; se, por vossa própria escolha espiritual, fordes livres e ditosos em Deus; se, com satisfeito consentimento do coração a Seu gracioso convite, vierdes e tomardes o jugo de Cristo — o jugo da obediência e do serviço —todas as vossas murmurações emudecerão, remover-se-ão todas as vossas dificuldades, todos os desconcertantes problemas que ora vos defrontam se resolverão.

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