Refletindo um pouco sobre Lucas 16:27-31

Depois de ter estudado um pouco a Parábola do Rico e Lázaro [acho que o mais correto seria chamá-la de a Parábola de Abraão e o Rico ou Parábola dos Seis irmãos, mas deixa pra lá], acredito que seu tema central, o foco da sua mensagem, é esse:
 
“O rico passara a vida em complacência própria, e demasiado tarde viu que não fizera provisão para a eternidade. Reconheceu sua loucura, e pensou nos irmãos que como ele procederiam, vivendo para se comprazerem. Suplicou, então: ‘Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes [Lázaro] à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham para este lugar de tormento.’ Mas ‘disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, Abraão, meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.’ (Lucas 16:27-31)
 
Quando o rico solicitava evidência adicional para seus irmãos foi-lhe dito claramente que mesmo que esta evidência fosse dada, não seriam persuadidos. Seu pedido lançava uma injúria a Deus. Era como se o rico dissesse: Se me tivesses advertido mais cabalmente, eu não estaria aqui agora. Por sua resposta, Abraão é apresentado como a dizer: Teus irmãos têm sido suficientemente advertidos. Foi-lhes dada luz, porém não quiseram ver; foi-lhes apresentada a verdade, porém não quiseram ouvir. ‘Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.’ (Lucas 16:31) Essas palavras demonstraram-se verdadeiras na história da nação judaica. O último e mais importante milagre de Cristo foi a ressurreição de Lázaro de Betânia, após estar morto quatro dias. Aos judeus foi concedida esta maravilhosa demonstração da divindade do Salvador, mas rejeitaram-na. Lázaro ressurgiu dentre os mortos e apresentou-lhes seu testemunho, porém eles empederniram o coração contra toda evidência, e até tentavam tirar-lhe a vida. (João 12:9-11)
 
A lei e os profetas são os meios designados por Deus para a salvação dos homens. Cristo disse: Atentem para estas evidências. Se não ouvem a voz de Deus em Sua Palavra, o testemunho de alguém que se levantasse dentre os mortos não seria atendido.
 
Aqueles que ouvem a Moisés e aos profetas não requererão maior luz que a que Deus deu; mas se os homens rejeitam a luz e deixam de apreciar as oportunidades a eles proporcionadas, não escutariam alguém que, dentre os mortos, se lhes acercasse com uma mensagem. Não seriam convencidos nem por esta evidência; porque os que rejeitam a lei e os profetas, endurecem o coração, ao ponto de repelir toda a luz.
 
A conversação entre Abraão e o homem outrora rico é figurativa. A lição a ser tirada dela é que a todo homem é dada suficiente luz para o desempenho dos deveres dele exigidos. As responsabilidades do homem são proporcionais às suas oportunidades e privilégios. Deus outorga a todos luz e graça suficientes para executar a obra que lhes deu para fazer. Se o homem deixar de fazer o que uma pequena luz mostra ser seu dever, maior luz somente revelaria infidelidade e negligência no aperfeiçoamento das bênçãos concedidas. ‘Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo também é injusto no muito.’ (Lucas 16:10). Quem recusa ser iluminado por Moisés e pelos profetas, e pede a execução de algum milagre maravilhoso, não seria persuadido se seu desejo se cumprisse” (Ellen White. Parábolas de Jesus, pp. 264-266).
 
Gelvane Fonseca de Oliveira
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