Ano Bíblico 2021 – 67º Dia – Deus é Nosso Amigo no Tribunal – Continuando o estudo de Daniel 7

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C.Mervyn Maxwell – Daniel 7

Se você já sentia uma certa ansiedade por mergulhar novamente na porção profética do livro de Daniel, a oportunidade chegou.

Prepare-se, porém! O caudaloso rio de Daniel 7 é um fluxo largo e profundo. A visão de Daniel é ainda mais essencial à compreensão de Daniel e Apocalipse, do que a visão de Daniel 2.

A mensagem básica de Daniel 7 é que Deus é nosso Amigo e que, no julgamento, todo homem, mulher, menino ou menina que deposita sua confiança em Jesus Cristo, encontrará plena e graciosa salvação. Paralelamente, porém, existem muitos outros assuntos de grande importância a serem aprendidos deste capítulo.

O capítulo inicia ao prover uma data para a visão, pois o verso 1 diz: “No primeiro ano de Belsazar”. Deus certamente deve ter considerado importante datar os acontecimentos deste capítulo. […] Nabonidus “entregou a realeza” a Belsazar em 553 a.C. Portanto, 553 a.C. deve ser considerado como o primeiro ano de Belsazar, e o ano da presente visão. Nabucodonosor havia falecido há nove anos. Seus sucessores no trono não haviam sido pessoas de grande valor, e Belsazar tampouco prometia muito. Tratava-se de um período de incerteza política para todos, inclusive para os judeus que viviam em Babilônia.

0 próprio Daniel já não era mais um jovenzinho. Achava-se por volta dos setenta anos, embora com certeza ainda estivesse na ativa (veja Daniel 8:27). A queda de Babilônia e sua experiência na cova dos leões ainda se encontravam no futuro pois os capítulos de Daniel não estão em ordem cronológica. Entretanto, cinquenta anos haviam decorridos desde a visão do capítulo 2. Durante o reinado de Nabucodonosor, que se havia estendido durante mais de quarenta desses cinquenta anos, Deus havia observado enquanto Babilônia atingia plenamente a figura de “cabeça de ouro”. Agora, a sua era dourada estava ficando para trás, e parecia que se aproximava o tempo de entrarem em cena o peito e os braços de prata.

Era noite. Daniel estava dormindo – talvez depois de um dia de profunda oração e cuidadoso estudo da profecia da imagem. Águas encheram a vista que tinha diante de si – águas em movimento, agitadas e envolvidas em tumulto pelos ventos que provinham de todas as direções. Repentinamente, enquanto seus olhos tentavam acompanhar a agitação incessante das ondas, sua admiração foi despertada para o aparecimento de um enorme leão, semelhante ao qual ele jamais havia visto outro antes. O leão possuía asas! Enquanto Daniel observava, as asas foram `arrancadas’ e ‘lhe foi dada mente de homem’, e foi colocado em pé ‘como homem’. Daniel 7:4)

O leão não abandonou a cena, mas a atenção de Daniel foi a seguir desviada para um urso que aparecia; este se mostrava estranhamente mais alto de um lado que de outro. O urso ‘se levantou sobre um dos seus lados’, observou Daniel. Além disso, ele trazia três costelas na boca. Verso 5

O urso saliente de um dos lados foi logo ladeado por um leopardo possuidor de quatro cabeças e quatro asas (verso 6), aos quais se seguiu um monstro aterrador que desafiava qualquer classificação zoológica.

Daniel jamais havia visto qualquer coisa a que pudesse comparar esse animal. Ele o descreve como ‘terrível, espantoso, sobremodo forte’, ‘diferente de todos os animais que apareceram antes dele’. Daniel acrescenta, então, que o animal possuía ‘dez chifres’. Este animal extremamente feio, postado evidentemente num pedaço de solo, apareceu na visão com o aspecto ameaçador e assassino, com enormes unhas de bronze e dentes de ferro. Ele ‘devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobejava. (versos 7 e 19)

Enquanto contemplava maravilhado o estranho e selvagem animal, Daniel – embora assustado – pôde discernir o décimo primeiro chifre, ‘pequeno’, tentando fazer espaço para si entre os outros dez; em seguida, percebeu que, daqueles dez chifres, três se tornavam frouxos, caiam, e cediam o seu espaço para o chifre pequeno. ‘E eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência’. Verso 8.

Neste ponto a atenção de Daniel foi desviada misericordiosamente da horrível cena que tinha diante de si, sendo conduzida para uma grande e gloriosa cena no Céu. Lá ele pôde ver o Ancião de Dias em Sua obra de julgamento, próximo ao fim dos dias. O profeta viu ainda a quarta besta morta, enquanto ‘domínio, e glória, e o reino’ foram dados a ‘um como o Filho do Homem’. Verso 9 a 14

Ele tinha razão em sentir-se grandemente aliviado. Por certo assim aconteceu. Mas ele também continuou profundamente impressionado com aquela quarta besta e seus dez chifres, e ainda mais especialmente com o ‘chifre pequeno’. Percebendo que se aproximava uma pessoa útil e agradável, alegrou-se logo muitíssimo ao descobrir que se tratava de um personagem celestial, o qual podemos imaginar como sendo um anjo. Este se colocou ao lado do profeta. Daniel pediu ao anjo que lhe contasse ‘a verdade acerca de tudo isto’. (Verso 16)

O anjo respondeu simplesmente: ‘Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da Terra’. Imediatamente o ser celestial chamou a atenção do profeta para o final feliz da visão: ‘Os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre de eternidade em eternidade’. (Versos 17 e 18)

Mas Daniel não ficou satisfeito com o resumo! Ele suplicou ao anjo (versos 19 a 22) que lhe concedesse detalhes acerca do quarto animal e seus. Graciosamente, o anjo cedeu (versos 23 a 27)

Sentimo-nos contentes e agradecidos porque o anjo atendeu o pedido de Daniel, pois nós – tanto quanto o profeta – desejamos saber mais a respeito desses importantes assuntos.  Nos Evangelhos (Mateus 7:7), Jesus prometeu: ‘Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis batei, e abrir-se-vos-á’.

Depois que o anjo terminou a primeira parte da explanação, disse ele a Daniel – e, através do profeta, a todos nós – ‘O quarto animal será um quarto reino na Terra’. Verso 23.

Portanto, o quarto animal é o quarto reino. Anteriormente (no verso 17), o anjo dissera que os quatro animais eram quatro reis.  As ditaduras são frequentemente indistinguíveis dos ditadores que as encarnam. Napoleão se ufanava: ‘Eu sou o Estado’; e praticamente todos nós já ouvimos dizer que Luís XIV repetira a mesma coisa: ‘O Estado sou eu’.

A partir do momento em que sabemos que o quarto animal é o quarto reino, reconhecemos estar tratando com a mesma série de potências mundiais que encontramos pela primeira vez no sonho da estátua de Nabucodonosor, apresentado no capítulo 2: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, seguidos na sequência de eventos pelo reino de Deus.

Babilônia, representada na grande estátua pela cabeça de ouro, é apropriadamente representada aqui por um leão, o rei dos animais. As pessoas que visitam Babilônia podem ainda hoje ver as figuras de leões em baixo relevo, nos muros e paredes construídos com tijolos queimados; podem ver também o enorme leão de pedra que, depois de 2.400 anos, ainda está agachado sobre uma mulher de pedra, caída.

O império Medo-Persa, simbolizado na grande estátua pelo peito e braços de prata, é facilmente distinguível como o urso com um de seus lados mais alto, em Daniel 7. Nossa identificação será plenamente confirmada mais tarde, quando chegarmos em Daniel 8, onde os dois chifres desiguais de um carneiro são explicitamente identificados como os reis da Média e da Pérsia.

O ventre e coxas da estátua representavam a Grécia. O mesmo ocorre com o leopardo do presente capítulo. Em Daniel 8, o bode que ataca o carneiro medo-persa será identificado especificamente como o ‘rei da Grécia’.

Por fim, as pernas de ferro que representavam Roma em Daniel 2, são aqui substituídas pelo animal terrível e espantoso, para o qual pareceu não haver classificação zoológica.

Assim, não pode haver qualquer dúvida quanto à identificação das quatro bestas; quanto às águas, também é fácil identificá-las segundo à Bíblia. Apocalipse 17: 15 afirma que águas simbólicas são ‘povos, multidões, nações e línguas’. Talvez você queira verificar também os textos de Isaias 17: 12 e 13 e Jeremias 46: 8;47: 1 – 2. Mesmo na linguagem comum muitas vezes nos referimos a uma grande multidão como sendo um ‘mar humano’.

A mente de homem significa a mudança de caráter de Babilônia após a morte de Nabucodonosor. As três costelas na boca do urso podem ser identificadas como Babilônia, Lídia e Egito, as três principais entidades conquistadas pelo Império Medo-Persa. Asas denotam facilmente a presença de velocidade. Habacuque 1:8 descreve a cavalaria babilônica como lançando os seus ataques com a velocidade de águias, e a rapidez demonstrada por Alexandre à frente dos exércitos gregos obteve a admiração do mundo. Partindo praticamente do nada, Alexandre uniu entre si os contenciosos gregos e conquistou o poderoso império persa em doze curtos anos. Ele conquistou os persas e morreu quando estava com apenas trinta e dois anos de idade.

As quatro cabeças do leopardo serão identificadas em Daniel 8:22 como os ‘quatro reinos’ em que seria dividido o império helenístico de Alexandre após sua morte. Alexandre faleceu em meio a uma ardente febre. Enquanto suas forças esmoreciam, seus líderes militares desfilaram diante dele, rendendo-lhe melancólico tributo. Em resposta, Alexandre pôde apenas acenar com a cabeça. Não lhe foi possível falar. Não indicou alguém para sucedê-lo.

Antes mesmo de sepultá-lo, seus generais começaram a discutir. Vinte e dois sangrentos anos mais tarde, após a memorável batalha de lpsus em 301 a.C., quatro generais se achavam no comando dos quatro reinos grego-helenísticos. A batalha de lpsus foi decisiva. Ela representou o fim dos vigorosos esforços de Antígono no sentido de estabelecer novamente um único império consolidado. A divisão em quatro partes permaneceu até a morte de Lisímaco em 281 a.C., depois da qual permaneceram durante algum tempo três reinos greco-helenísticos – Síria, Egito e Macedônia – ao lado de vários outros menores.

Os quatro generais que se achavam no comando dos quatro reinos grego-helenísticos foram:

1- Cassandro ficou com a Macedônia e a Grécia;

2- Lisímaco tomou a Trácia e grande parte da Ásia Menor;

3- Ptolomeu reteve o Egito, a Cirenaica e a Palestina;

4- Seleuco ficou com o restante da Ásia (isto é, a Síria e as terras que Alexandre conquistara ao leste).

Todos esses detalhes constituem, evidentemente, o pano de fundo, ou mera introdução, dos temas maiores do capítulo 7 de Daniel. Foram principalmente a carreira do chifre pequeno e os afazeres do julgamento que atraíram a atenção de Daniel, e o mesmo deve ocorrer conosco. […]

Continuaremos …

Neste link você encontrará vários comentários e vídeos sobre Daniel 7

Livro 2: Entenda as Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse

Estudar os Capítulos 6, 7 e 8, no período de 03 a 08.03, páginas 33 – 49:

. Daniel e o Grande Conflito – página 33

. O Soberano que controla a História – página 33

. Império nas Profecias de Daniel 2 – pag. 41 -44

. Bestas, Reinos e o Juízo – pág. 45 – 49

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