Príncipes em Combate – Daniel capítulo 10 – Por Henry Feyerbend

Por Henry Feyerbend

O contexto: Setenta anos se passaram desde que Daniel e seus amigos foram forçados a deixar Jerusalém. Daniel tinha a idade avançada, mas ainda cumpria seus deveres nas cortes daquele governo estrangeiro. Ciro havia emitido um decreto permitindo que os filhos de Israel voltassem e reconstruíssem os muros e o templo de Jerusalém. Daniel não voltou com eles, possivelmente por causa da idade, ou porque sentiu que podia ajudar mais o seu povo usando sua influência na corte suprema do rei da Pérsia.

Agora, a terrível notícia vaza e chega até Daniel. Os samaritanos haviam oferecido seus serviços para a reconstrução de Jerusalém. Por causa da sua idolatria, a oferta foi recusada. Como vingança, começaram a fazer oposição à obra de reconstrução, de acordo com a descrição encontrada nos livros de Esdras e Neemias.

Então, as gentes da terra desanimaram o povo de Judá, inquietando-o no edificar; alugaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano, todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até ao reinado de Dario, rei da Pérsia (Esdras 4:4 e 5).

A contratação de conselheiros indica a existência de suborno na tentativa deles de influenciar Ciro a voltar atrás em sua palavra, anulando seu decreto e retirando o apoio. Eles alertaram Ciro de que o povo de Judá era traidor, e que tinha uma história de insurreição e sedição (Esdras 4:15).

Como resultado da oposição, a obra de reconstrução teve que parar. Era tempo da Páscoa, mas o templo ainda estava em ruínas.

No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome è Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; ele entendeu a palavra e teve a inteligência da visão. Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras (Daniel 10:1-3).

A maneira de Daniel resolver problemas: Daniel está outra vez de joelhos! lodos os seus problemas eram resolvidos com oração! Como um jovem na corte de Nabucodonosor, ele encontrou a solução para uma situação aparentemente sem esperança por meio da oração. Deus respondeu aquela oração, dando-lhe uma visão do que fora o sonho do rei. Quando ameaçado de ir parar na cova dos leões, ele orava três vezes ao dia com as janelas abertas. Deus respondeu sua oração fechando a boca dos leões. Quando preocupado com a profecia de Jeremias sobre a restauração de Jerusalém, ele orou, confessando seus pecados e os do povo. Deus enviou o Seu maior anjo, Gabriel, para responder aquela oração.

Manjar desejável: A tradução Moffat diz: “Nenhuma iguaria”. O profeta eliminou da sua dieta todas as sobremesas e iguarias. Ele as subsistiu por pão e vegetais, e bebia apenas água. Alimentava-se da comida mais simples, e apenas o suficiente para manter-se vivo, até que suas orações fossem respondidas.

Unção: A unção do corpo com óleo era considerada como um prazer muito especial pelos anciãos, especialmente os da realeza. Todos os prazeres costumeiros foram postos de lado, de maneira que Daniel pudesse concentrar-se na sua comunhão com o Céu.

Jejum: Quando alguém está passando por profunda tristeza, ou muito preocupado com alguma coisa, geralmente o apetite é afetado. Há situações em que o jejum é apropriado. Jesus jejuou ao preparar-se para o Seu ministério. Falando para os discípulos, Ele disse: “Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão” (Mateus 9:15).

Há um outro tipo de jejum, o qual foi condenado por Jesus. Trata se do jejum hipócrita dos fariseus, uma forma de penitência ou autopunição que era feita com a única finalidade de impressionar os outros. Jesus disse: “E quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas, porque desfiguram o rosto, para que aos homens pareça que jejuam” (Mateus 6:16).

No dia vinte e quatro do primeiro mês, estando eu à borda do grande rio Tigre, levantei os olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho, cujos ombros estavam cingidos de ouro puro de Ufaz; o seu corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente (Daniel 10:4-6).

Hidéquel: Esse é outro nome do rio Tigre. O Tigre é um rio rápido e turbulento com mais de mil e seiscentos quilômetros de extensão. É possível que Daniel morasse às margens do Tigre. Enquanto caminhava pelas margens do rio com seus assistentes, estava em profunda contemplação. Ele levantou o olhar e viu a forma de um homem.

Uma visão de Jesus: Comparando a visão que Daniel teve com a de João na ilha de Patmos (Apocalipse 1:13-16), é evidente que o Ser glorioso não era outro senão Jesus, o Filho de Deus. Ambas as visões chamavam a atenção para:

A veste sacerdotal: A veste sacerdotal, feita de linho, era emblema da pureza de Cristo, e representava a obra mediadora do nosso Sumo Sacerdote.

Cingidura de ouro: João c Daniel viram essa cingidura de ouro representando os fiéis crentes em Cristo, e a Sua prontidão para fazer o que fosse necessário para Sua igreja.

Olhos como tochas de fogo: Isso revela discernimento e conhecimento. Às vezes, falamos de pessoas que têm ‘olhos brilhantes”. Seus olhos emitem o fulgor da inteligência espiritual. Também mostram a firmeza do Seu semblante, que aterroriza os inimigos, que não conseguem encará-Io.

Pés como de bronze: Isso representa Seu poder glorioso, dedicado a defender e apoiar Seu povo e a derrotar os inimigos.

Voz como o estrondo de muita gente: Sua voz ressoa como a majestade de muitas cachoeiras. Podemos ver a eficácia da Sua palavra, para salvar ou destruir.

Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram; não obstante, caiu sobre eles grande temor, e fugiram e se esconderam (Daniel 10:7).

Somente Daniel viu a visão: Isso nos faz lembrar a experiência de Paulo no caminho de Damasco. O relato sagrado diz: “E os varões que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém” (Atos 9:7). Os assistentes de Daniel ficaram tão aterrorizados que correram em busca de proteção, e o deixaram sozinho.

Fiquei, pois, eu só e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma (Daniel 10:8).

O efeito da visão: O efeito da visão em Daniel foi o mesmo que nos outros mortais a quem fora dado um vislumbre da Divindade. Na ilha de Patmos, João “caiu a seus pés como morto” (Apocalipse 1:17). No Monte da Transfiguração, Pedro, Tiago e João “caíram sobre o seu rosto e tiveram grande medo” (Mateus 17:6).

Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo-a, caí sem sentidos, rosto em terra (Daniel 10:9).

Sem sentidos: Essa frase parece indicar uma perda completa da consciência física. De alguma maneira, o profeta ouviu e viu tudo o que o anjo compartilhou com ele.

Eis que certa mão me tocou, sacudiu-me e me pôs sobre os meus joelhos e as palmas das minhas mãos. Ele me disse: Daniel, homem muito amado, está atento às palavras que te vou dizer; levanta-te sobre os pés, porque eis que te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, eu me pus em pé, tremendo (Daniel 10:10 e 11).

Homem muito amado: Essa é a segunda vez que Daniel é chamado dessa maneira. Como é maravilhosa a realidade de que qualquer frágil ser humano pode ocupar uma posição assim, aos olhos de um Deus perfeito.

Daniel tinha o rosto sobre o solo, quando o anjo o tocou. Como resultado desse toque, ele apoiou-se sobre as mãos e pés. Estando ainda nessa posição, o anjo ajudou-o a ficar de pé.

Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim (Daniel 10:12).

Não temas: Quando Pedro, Tiago e João caíram com temor sobre seus rostos no Monte da Transfiguração, a Bíblia diz:

Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos e não temais! (Mateus 17:7)

Na ilha de Patmos, quando João viu Jesus e caiu a Seus pés como morto, a Bíblia diz:

Porém Ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; Eu sou o primeiro e o último (Apocalipse 1:17).

Quando Daniel viu Jesus, e caiu no chão, uma mão o tocou e disse: “Não temas.”

Por trás dos bastidores: Temos, agora, uma visão privilegiada do que acontece por detrás dos bastidores. Toda oração sincera é ouvida no Céu, muito embora a resposta pareça demorar mais do que podemos compreender. Daniel orou três semanas antes que a resposta viesse, ainda que o anjo lhe tivesse garantido que suas palavras foram ouvidas desde o primeiro dia.

Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão (João 5:28).

Paulo diz que é a voz do Arcanjo que despertará os mortos. João diz que é a voz do Filho de Deus. Nenhuma criatura tem poder sobre a morte. Somente Jesus tem esse poder.

Quem expulsou Satanás do Céu? Não foi um mero anjo. Ele foi lançado fora pelo “poder de Cristo”.

Houve peleja no Céu. Miguel e os Seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no Céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a Terra, e, com ele, os seus anjos (Apocalipse 12:7-9).

Qual é a definição bíblica da palavra “arcanjo”? Cantamos as palavras: “Ao coro de arcanjos eu uno meu louvor.” Existe base bíblica para usarmos a palavra arcanjo no plural? De onde vem a noção de que arcanjos são uma classe de seres angelicais?

No Alcorão, existem quatro arcanjos; lendas cristãs falam de sete, enquanto na hierarquia celestial, atribuída a Dionísio, um arcanjo é descrito como estando na oitava posição, desde a Trindade. Na teologia católica romana, há nove divisões ou ordens de anjos em três hierarquias, cada uma incluindo três ordens: Serafim, Querubim, Tronos, Domínios, Principados, Potestades, Virtudes, Arcanjos e Anjos.

Embora muitos cristãos presumam que essas divisões sejam bíblicas e tenham incluído expressões a respeito deles em seus hinos, não existe coro de arcanjos na Bíblia. O termo é encontrado apenas duas vezes na Bíblia: (1) Em I Tessalonicenses 4:16, é a voz do Arcanjo que desperta os mortos. (2) Em Judas 9, o Arcanjo desafia Satanás quanto ao corpo de Moisés. Nas duas vezes, a palavra é definida como “o Arcanjo”, e nunca “um arcanjo”, ou “um dos arcanjos”. Isso implica claramente que existe apenas um Arcanjo.

O que é um anjo? A palavra anjo, na Bíblia, é a tradução hebraica de malak ou do grego aggelos; ambas significam “mensageiro”. Existem três usos básicos para essa palavra:

1. Um ser sobrenatural criado por Deus, superior aos seres humanos. Esse é o uso mais comum do termo. É sobre isso que o apóstolo estava falando no primeiro capítulo de Hebreus:

Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação? (Hebreus 1:14)

2. Em algumas passagens bíblicas, malak e aggelos se referem não a seres sobrenaturais, mas a profetas e a outros que desempenham a função de mensageiro (II Samuel 3:14; Ezequiel 23:16; Ageu 1:13; Mateus 11:10; Lucas 7:24; Apocalipse 1:20).

3. Em algumas passagens, o termo se aplica à Divindade.

O anjo de Jeová: No livro de Gênesis, o anjo do Senhor encontrou Hagar junto a uma fonte de água no deserto (Gênesis 16:7), e disse para ela voltar para sua senhora (verso 9), prometendo que a semente dela se multiplicaria (verso 10). Quem era esse anjo?

Então, ela invocou o nome do Senhor, que lhe falava: Tu és Deus que vê; pois disse ela: Não olhei eu neste lugar para aquele que me vê? (Gênesis 16:13)

O anjo é identificado como o “Senhor” e “Deus”. Isso não equivale a sugerir que Deus é um ser criado, mas que a palavra “anjo”, ou mensageiro, é, às vezes, utilizada para se referir à Divindade.

Quando Abraão estava prestes a sacrificar o filho, “o anjo do Senhor o chamou (Gênesis 22:11 e 15). Quem era esse anjo?

Então, do Céu bradou pela segunda vez o Anjo do Senhor a Abraão e disse: Jurei, por Mim mesmo, diz o Senhor, porquanto fizeste isso e não Me negaste o teu único filho (Gênesis 22:15 e 16).

Quando Moisés viu a sarça ardente, “apareceu-lhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo, no meio de uma sarça…” (Êxodo 3:2). Quem era esse anjo? Ele se identifica claramente com estas palavras: “Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus” (Êxodo 3:6).

Em seu sermão, antes de ser apedrejado, Estêvão identificou Aquele que apareceu a Moisés:

Foi Moisés quem disse aos filhos de Israel: Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim. É este Moisés quem esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos pais; o qual recebeu palavras vivas para no-las transmitir (Atos 7:37 e 38).

Jesus é um anjo? Somente no sentido de que Ele é um “mensageiro”, chamado de Anjo de Jeová. Foi Ele que apareceu a Moisés na sarça ardente, e cujo nome era “Eu Sou”. No Novo Testamento, Ele identifica-se como o grande “Eu Sou” (João 8:58).

Decididamente, Ele não é um ser angélico criado. A divindade de Cristo é claramente definida nas Escrituras. O primeiro capítulo de Hebreus estabelece uma clara diferença entre Jesus e esses seres sobrenaturais criados, chamados de anjos.

Tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles (Hebreus 1:4).

Em duas ocasiões diferentes, João esteve inclinado a adorar um anjo. O anjo lhe disse: “Olha, não faças tal; sou teu conservo e de teus irmãos que têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 19:10). A Bíblia claramente proíbe a adoração de criaturas.

Adorar o Criador é completamente diferente. Jesus aceitou ser adorado. É dito da mulher cananéia: “Então, chegou ela e adorou-o…” (Mateus 15:25). Quando Tomé O reconheceu como o Cristo ressuscitado, ele disse: “Senhor meu e Deus meu!”

O Arcanjo é um ser criado? A palavra grega archaggelos é composta de archi, um prefixo que denota “chefe” e a palavra aggelos, “mensageiro”. Ele é o Mensageiro-Chefe.

Ele não é um anjo, mas o Comandante dos anjos. Um arcebispo não é um bispo, mas está acima dos bispos. Uma arquidiocese não é uma diocese, embora possa possuir muitas dioceses. O presidente dos Estados Unidos é o “chefe” das forças armadas do seu país. Isso não faz dele um militar. O fato de que o Arcanjo é o Chefe de todas as hostes angelicais não quer dizer que Ele seja um ser criado.

Um dos príncipes”. Por que Miguel é chamado de “um dos príncipes? Em Daniel, capítulos 8-10, temos mais de um príncipe:

1- O príncipe do reino da Pérsia (Daniel 10:13 e 20).

2. O príncipe do exército (Daniel 8:11).

3. O Príncipe dos príncipes (Daniel 8:25).

4. Messias, o Príncipe (Daniel 9:25).

5. Miguel, vosso Príncipe (Daniel 10:21).

Daniel, no contexto desses versos, diz que Miguel é “um dos primeiros príncipes”.

Obviamente, ele está se referindo aos príncipes sobre os quais falam as passagens.

Cristo é um príncipe?

1. O Príncipe da paz (Isaías 9:6).

2. O Príncipe dos príncipes (Daniel 8:25).

3. Messias, o Príncipe (Daniel 9:25).

4. O Príncipe da vida (Atos 3:15).

5. Príncipe e Salvador (Atos 5:31).

6. Príncipe dos reis da Terra (Apocalipse 1:5).

Haverá outros príncipes?

1. Jacó foi chamado de príncipe (Gênesis 23:6).

2. Davi foi chamado de príncipe (Ezequiel 34:24).

3. Satanás foi chamado de príncipe deste mundo (João 12:31; 14:30; 16:11).

4. Satanás foi referido como sendo o príncipe das potestades do ar (Efésios 2:2).178

Quando anjos adoram Cristo, que é o Mensageiro-Chefe, o Príncipe das hostes angelicais, eles não estão adorando outro anjo, mas ao Criador de todos os anjos.

O Príncipe: Miguel, vosso príncipe, em Daniel 10:21, refere-se à mesma pessoa do Messias, o Príncipe (Daniel 9:25), o Príncipe dos príncipes (Daniel 8:25), o Príncipe da Paz (Isaias 9:6), o Príncipe da vida (Atos 3:15), o Príncipe e Salvador (Atos 5:31), e o Príncipe dos reis da Terra (Apocalipse 1:5).

Ao falar ele comigo estas palavras, dirigi o olhar para a terra e calei (Daniel 10:15).

Chocado mais uma vez: Outra vez Daniel ficou abismado, não somente com o poder de seres celestiais com quem ele estava se comunicando, mas com o impressionante conceito de um conflito Cósmico envolvendo longo período de sofrimento para aqueles a quem ele amava. A profecia de 2.300 anos o havia deixado abalado, e agora lhe era dito: “A visão é ainda para muitos dias.”

E eis que uma como semelhança dos filhos dos homens me tocou os lábios; então, passei a falar e disse àquele que estava diante de mim: meu Senhor, por causa da visão me sobrevieram dores, e não me ficou força alguma. Como, pois, pode o servo do meu senhor falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, não me resta já força alguma, nem fôlego ficou em mim (Daniel 10:16 e 17).

Uma segunda vez, Daniel sentiu o toque celestial, e recuperou a habilidade de falar. A magnitude da profecia deixou-o sem fôlego. Ele disse: “Por causa da visão me sobrevieram dores.” A que visão ele estava se referindo? Cada menção de uma longa luta faz com que ele enfraqueça.

Então, me tornou a tocar aquele semelhante a um homem e me fortaleceu; e disse: Não temas, homem muito amado! Paz seja contigo! Sê forte, sê forte. Ao falar ele comigo, fiquei fortalecido e disse: fala, meu senhor, pois me fortaleceste (Daniel 10:18 e 19).

Daniel recebeu um terceiro toque celestial. Pela terceira vez, ele foi chamado de “mui desejado”. A ordem foi dada: “Anima-te.” Junto com os Seus mandamentos, Deus dá a força para obedecer. Deus nunca pede que o homem faça algo impossível. Os Dez Mandamentos de Deus implicam a disponibilidade de poder da parte de Deus para que o homem possa obedecê-los. Daniel foi fortalecido por crer e aceitar a ordem de ser forte.

E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia. Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe (Daniel 10:20 e 21).

A peleja com o príncipe dos persas: Aqui, o anjo está falando sobre um outro conflito entre ele e o “príncipe da Pérsia”. Vemos em Esdras 4:4-24 que essa luta continuou por muito tempo, depois da visão.

O príncipe da Grécia: Nos capítulos 2, 7 e 8 de Daniel foi predito que o domínio do mundo pelos gregos seria o próximo grande marco profético. Isso agora é reiterado.

Ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles: Aqui, o anjo que está falando com Daniel anuncia que ele e Miguel assumem toda a responsabilidade sobre as coisas deste mundo. Tendo apenas Miguel ao lado, estaria ele em grande desvantagem?

Muitas vezes a maioria parece ter um poder avassalador. Somos assegurados que não é a maioria que vai vencer. Jesus disse: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (Mateus 7:13).

O anjo tinha apenas Miguel ao seu lado! Podemos comparar sua situação com a de um soldado do exército, que diz: “Tenho apenas um amigo com quem posso contar.” Se esse amigo for o general, seu amigo pode ajudá-lo muito mais do que centenas de soldados comuns. O funcionário comum pode dizer: “Existe apenas uma pessoa nesta companhia que realmente me apoia.” Se essa pessoa for o proprietário da companhia, essa minoria pode significar mais para ele do que qualquer maioria. “Existe apenas uma pessoa na América sobre a qual eu tenho alguma influência”, alguém pode dizer. Se essa pessoa for o Poente dos Estados Unidos, sua influência seria mais benéfica do que qualquer maioria. A qualidade daquela minoria deu-lhe a dignidade a força de uma maioria.

Se você pode dizer com o anjo: “Ninguém há que se esforce comigo contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe, você pertence a uma gloriosa maioria. Se Deus é por nós, quem será contra nós. Com o Filho de Deus, o Alfa e o Ômega, o Começo e o Fim ao seu, não importa quem está contra você; você está no lado vencedor. Que todos estejamos nessa posição!

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