Ano Bíblico 2021 – 121º Dia – Do Pó às Estrelas – Comentários Pastor Elias Brasil de Sousa e Ellen White

Leitura Bíblica: Daniel 12

Fonte deste estudo: Bíblia Sagrada, Lição da Escola Sabatina 1trimestre 2020: Daniel e Infográficos do Infolição

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O livro de Daniel começa com Nabucodonosor invadindo a Judeia e levando cativos para Babilônia; em contraste com isso, a narrativa é concluída com Miguel Se levantando para libertar o povo de Deus da Babilônia do tempo do fim. Isto é, como foi mostrado em todo o livro de Daniel, no fim, o Senhor resolve todos os problemas do Seu povo.

Como vimos também, Daniel e seus companheiros permaneceram fiéis a Deus e demonstraram sabedoria incomparável em meio às provações e desafios do exílio. Da mesma forma, ao enfrentar a tribulação, o povo de Deus do tempo do fim também permanecerá fiel, especialmente durante o “tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação” (Daniel 12:1).

Como Daniel e seus amigos em Babilônia, os fiéis demonstrarão sabedoria e compreensão. Eles não apenas experimentarão a sabedoria como uma virtude pessoal, mas estarão comprometidos, como consequência dessa sabedoria, a levar os outros à justiça. Alguns morrerão ou serão assassinados e, portanto, retornarão ao pó, mas serão ressuscitados para a eternidade.

Como declara o texto bíblico: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna” (Daniel 12:2).

Cada capítulo de Daniel que estudamos até agora inicia-se mencionando o governante de uma nação pagã. Daniel 12 também começa com um governante, mas ao contrário de todos os outros capítulos, o governante é um Príncipe divino, que Se levanta para libertar o povo de Deus das mãos de seus inimigos.

Como vimos no estudo de Daniel 10, Miguel é o mesmo ser celestial poderoso que aparece a Daniel no rio Tigre. Ele surge ali como o representante celestial do povo de Deus. Ele também aparece em outras partes do livro de Daniel como o Filho do Homem (Daniel 7), o Príncipe do exército (Daniel 8) e o Ungido, o Príncipe (Daniel 9). Portanto, Miguel, cujo nome significa “quem é como Deus?”, não deve ser outro senão o próprio Jesus Cristo.

É importante observar o momento da intervenção de Miguel. De acordo com Daniel 12:1, ela ocorre “nesse tempo” (Daniel 12:1). Essa expressão se refere à época mencionada em Daniel 11:40-45. Esse é o período que se estende desde a queda do papado, em 1798, até a ressurreição no tempo do fim (Daniel 12:2).

Dois aspectos importantes da obra de Miguel podem ser inferidos a partir do verbo “levantar” utilizado em Daniel 12:1 para descrever Sua ação.

Primeiramente, esse verbo evoca o surgimento de reis para conquistar e governar. O verbo também tem primariamente uma conotação militar. Isso mostra que Miguel atua como um líder militar que protege o Seu povo e o conduz de maneira especial durante os últimos estágios do grande conflito.

Em segundo lugar, o verbo “levantar” também indica um cenário de juízo. Miguel “Se levanta” para agir como advogado no tribunal celestial. Como o Filho do Homem, Ele vem perante o Ancião de Dias para representar o povo de Deus durante o juízo investigativo (Dn 7:9-14). Portanto, o ato de Miguel Se levantar ou ascender nos lembra dos aspectos militares e judiciais de Sua obra. Em outras palavras, Ele está investido com o poder para derrotar os inimigos de Deus e com a autoridade para representar o Seu povo no tribunal celestial.

Entre todos os personagens retratados no livro de Daniel, um deles merece atenção especial. Esse personagem aparece pela primeira vez para proteger os três hebreus na fornalha de fogo ardente. Seu nome não é mencionado, mas Nabucodonosor, mesmo partindo de uma perspectiva pagã, reconheceu imediatamente que Ele devia ser um “Filho dos deuses” (Daniel 3:25). Então, na visão do juízo celestial, vemos o que aparenta ser o mesmo personagem, que Se manifesta como o Filho do Homem (Daniel 7:13). Ele desempenha Suas funções como o representante dos santos. E “foi-Lhe dado domínio, e glória, e o reino” (Daniel 7:14). Em seguida, Ele aparece como o “Príncipe do exército” (Daniel 8:11), cujo ministério sacerdotal foi usurpado pelo chifre pequeno. Finalmente, esse personagem surge como “Miguel” (Daniel 10:13). Ele é chamado de “vosso Príncipe” (Daniel 10:21) e “o grande Príncipe” (Daniel 12:1). Ele é uma figura tanto sacerdotal quanto militar/real.

Em seu papel militar, esse guerreiro real luta contra as forças do mal simbolizadas pelo chifre pequeno, o rei do Norte e o príncipe da Pérsia. Por exemplo, o chifre pequeno, por usurpação, pretendia ser grande (gdl) para engrandecer-se até ao “Príncipe do exército” (Daniel 8:11) e atacar o povo de Deus; Miguel, o grande (gdl) Príncipe, grande por direito, levanta- Se para defender Seu povo. A extrema oposição entre Miguel e os poderes contrários a Deus faz Dele o representante e a expressão do próprio Deus.

Note que a designação de Miguel como “um dos primeiros príncipes” (Daniel 10:13) não contradiz as considerações anteriores. O mais provável é que essa expressão aponte para o chamado plural de plenitude, como quando Deus Se dirige a Si mesmo na primeira pessoa do plural – “Façamos” (Gênesis 1:26; Gênesis 11:7), “um de nós” (Gênesis 3:22), “por nós” (Isaías 6:8) – que indica uma pluralidade de “pessoas” dentro da Divindade. Miguel é um dos principais príncipes, porque, como Filho eterno, Ele é uma Pessoa distinta dentro da Divindade e um com o Pai.

Essa distinção é ainda mais enfatizada no Novo Testamento. Miguel liderou o exército celestial, que expulsou o dragão e seus anjos do Céu (Apocalipse 12:7-9). Miguel, também chamado de “arcanjo”, disputou com o diabo o corpo de Moisés (Judas 9). De maneira surpreendente, a voz do “arcanjo” realizará a ressurreição dos santos na vinda de Jesus (1Tessalonisenses 4:16). Não é de admirar que Cristo tenha associado a ressurreição com a voz do Filho do Homem (João 5:28, 29). Assim, a conclusão inevitável é que Miguel é Jesus.

O momento da intervenção de Miguel também é descrito como um tempo de angústia sem paralelo. Isso corresponde ao tempo em que o Espírito de Deus será retirado da humanidade rebelde. Então as sete últimas pragas, como expressões da ira de Deus sobre as nações, serão derramadas sobre a Babilônia do tempo do fim (Apocalipse 16; 18:20-24), e os poderes das trevas serão soltos sobre o mundo. A respeito desse tempo, Ellen G. White escreveu que “Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na Antiguidade” (O Grande Conflito, p. 614).

Mas o povo de Deus será libertado durante esse período terrível porque, no juízo investigativo conduzido no tribunal celestial, eles terão sido vindicados por Jesus, o Sumo Sacerdote celestial, e seus nomes estarão escritos no livro.

Para compreender o significado desse livro, devemos ter em mente que a Bíblia menciona dois tipos de livros celestiais. Um contém os nomes daqueles que pertencem ao Senhor e, às vezes, é chamado de “livro da vida” (Êxodo 32:32; Lucas 10:20; Salmo 69:28; Filipenses 4:3; Apocalipse 17:8).

Além do livro da vida, as Escrituras mencionam livros contendo os registros das ações humanas (Salmo 56:8; Malaquias 3:16; Isaías 65:6). Esses são os livros usados no tribunal celestial para determinar o compromisso de cada pessoa com o Senhor. São registros celestiais, “bancos de dados” que contêm os nomes e as ações de todo ser humano. Algumas pessoas desaprovam a ideia de ter seus nomes, e especialmente seus feitos, escritos no Céu. Mas, uma vez que entregamos nossa vida a Cristo, nossos nomes são inscritos no livro da vida, e nossas más ações são apagadas no juízo. Esse registro celestial apresenta evidência judicial para todo o Universo de que pertencemos a Jesus e, portanto, temos o direito de ser protegidos durante o tempo de angústia.

A primeira referência à ressurreição em Daniel 12:2 declara que tanto os justos como os ímpios ressuscitarão dos mortos ao mesmo tempo. Essa ressurreição acontece dentro da estrutura do tempo do fim, quando Miguel Se levanta para salvar Seu povo (Daniel 12:1).

Portanto, esse despertar deve ser uma ressurreição especial, porque, como é ensinado em outras partes das Escrituras, a ressurreição dos justos em geral acontecerá na segunda vinda de Jesus e a dos ímpios ocorrerá no fim do milênio. No entanto, a Bíblia apresenta evidências de uma ressurreição especial daqueles que crucificaram Jesus (Daniel 12:2; Mateus 26:63, 64; Apocalipse 1:7) e dos que morreram na fé das três mensagens angélicas (Apocalipse 14:13).

Como o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia resume de maneira apropriada: “Uma ressurreição especial precede o segundo advento de Cristo. ‘Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo’ se levantarão nessa hora. Além disso, os que contemplaram com zombaria a crucifixão de Cristo e os que mais violentamente se opuseram ao povo de Deus serão levantados de seus túmulos para ver o cumprimento da promessa divina o triunfo da verdade (v. 4, p. 969; ver O Grande Conflito, p. 637; Apocalipse 1:7).

Uma segunda referência à ressurreição ocorre em Daniel 12:13, que diferentemente da anterior, acontece no “fim dos dias”. Esse evento é a ressurreição geral dos justos, mencionada em outras partes das Escrituras. Daniel recebeu a promessa de que no “fim dos dias” ele se levantará para receber a sua herança. O termo “herança” (goral) evoca a herança (goral) atribuída a cada tribo depois que o povo de Deus entrou na terra prometida.

Esse termo lembra o Êxodo e a promessa da aliança de que Deus daria a terra ao povo.

Daniel recebeu a mesma promessa. No fim, ele receberá a sua “parte” na nova criação, no novo Céu e na nova Terra. A ressurreição não é a transição de um estado material para um estado imaterial. Na verdade, é a transição de uma condição pecaminosa e degradada para um estado de perfeição. Desfrutaremos a vida em sua plenitude, na realidade concreta dos novos Céus e da nova Terra que Deus trará à existência (Isaías 65:17; Apocalipse 21:1-5).

Daniel fez provavelmente a referência mais explícita do Antigo Testamento à ressurreição vindoura. E, à medida que refletimos sobre essa passagem, descobrimos algumas verdades muito importantes. Primeiramente, como a metáfora do “sono” indica, nenhuma alma imortal habita corpos humanos. O ser humano é uma unidade indivisível de corpo, mente e espírito. Na morte, a pessoa deixa de existir e permanece inconsciente até a ressurreição. Em segundo lugar, esse texto aponta para a ressurreição futura como uma reversão do que acontece como consequência do pecado. De fato, a expressão traduzida como “pó da terra”, na linguagem original de Daniel 12:2 é “terra do pó”. Essa sequência incomum de palavras remonta a Gênesis 3:19, que, ao lado desse verso de Daniel, é uma das duas únicas passagens bíblicas em que a palavra “terra” precede a palavra “pó”. Isso implica que o pronunciamento da morte feito na queda do ser humano será revertido, e a morte não mais prevalecerá. Como Paulo declarou: “Tragada foi a morte pela vitória” (1Coríntios 15:54).

A morte traz ruína e é o fim de tudo por aqui. Porém, recebemos a promessa de que ela não terá a última palavra para os fiéis. A morte é um inimigo derrotado. Quando Cristo quebrou as cadeias da morte e ressurgiu do túmulo, Ele lhe desferiu o golpe fatal. Agora podemos contemplar além da realidade temporária da morte à realidade suprema da vida que recebemos de Deus em Cristo. Visto que Miguel Se levantará (veja Daniel 12:1), aqueles que pertencem a Ele também se levantarão da “terra do pó” para brilhar como as estrelas para todo o sempre.

Na conclusão da última seção principal do livro (Daniel 10:1–12:4), o profeta recebeu a ordem para o selar até o tempo do fim. Porém, imediatamente depois disso, o anjo predisse que muitos correriam de uma parte para outra (Daniel 12:4, ARC), e o saber se multiplicaria (Daniel 12:4, ARA). Embora alguns estudiosos de Daniel tenham tomado essas palavras como uma previsão do progresso científico, que também poderia ser incluído no significado, o contexto parece indicar que correr “de uma parte para outra” (ARC) se refira à busca do próprio livro de Daniel. De fato, quando rememoramos a História, observamos que o livro de Daniel permaneceu, por séculos, uma obscura composição da literatura. Ele pode ter sido conhecido e estudado em certos lugares, mas alguns de seus principais ensinamentos e profecias permaneceram misteriosos. Por exemplo, as mensagens proféticas relacionadas à purificação do santuário celestial, ao juízo, à identidade e obra do chifre pequeno, juntamente com o cronograma de tempo relacionado a essas profecias, estavam longe de ser esclarecidas.

Contudo, a partir da Reforma Protestante, mais e mais pessoas começaram a estudar o livro de Daniel. No entanto, apenas no tempo do fim o livro foi finalmente aberto, e seu conteúdo mais completamente revelado. Como observou Ellen G. White, “desde 1798, porém, o livro de Daniel foi descerrado, aumentou-se o conhecimento das profecias, e muitos têm proclamado a mensagem solene do juízo próximo” (O Grande Conflito, p. 356). “No final do século 18 e início do século 19, despertou-se um novo interesse pelas profecias de Daniel e Apocalipse em diferentes lugares do mundo. O estudo dessas profecias difundiu a crença de que o segundo advento de Cristo estava próximo. Vários estudiosos na Inglaterra, Joseph Wolff no Oriente Médio, Manuel Lacunza na América do Sul e Guilherme Miller nos Estados Unidos, junto com outros estudiosos das profecias, declararam, com base no estudo das profecias de Daniel, que o segundo advento estava prestes a ocorrer. Essa convicção se tornou a força motivadora de um movimento mundial” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, p. 970).

Curiosamente, a cena final ocorre no rio Tigre, o lugar da última importante visão de Daniel (Daniel 10:4). No entanto, a palavra usada aqui não é a palavra hebraica comum para rio, mas o termo ye’or, que geralmente designa o rio Nilo. Isso nos lembra do Êxodo e mostra que, assim como o Senhor libertou Israel do Egito, Ele libertará o Seu povo no tempo do fim.

Profecias de tempo

Três cronogramas proféticos foram apresentados. O primeiro deles (“um tempo, dois tempos e metade de um tempo”) responde à pergunta: “Quando se cumprirão estas maravilhas?” (Daniel 12:6). As “maravilhas” se referem às coisas descritas na visão de Daniel 11, que são uma elaboração de Daniel 7 e 8. Mais especificamente, esse período de tempo foi mencionado em Daniel 7:25 e depois em Apocalipse 11:3; 12:6, 14 e 13:5. Ele também corresponde aos 1.260 anos de supremacia papal, que se estenderam de 538 d.C. a 1798 d.C. E Daniel 11:32-35 se refere à mesma perseguição sem mencionar sua duração.

Ao examinarmos esses cronogramas proféticos mencionados em Daniel 12, devemos ter em mente que esse capítulo é uma conclusão e resumo de todo o livro. Três profecias específicas de tempo aparecem em Daniel 12. A primeira previu que “um tempo, dois tempos e metade de um tempo” duraria até que “o poder [yad, “mão”] do povo santo [fosse] finalmente quebrado” (Daniel 12:7, NVI). Essa profecia se refere ao tempo durante o qual os santos estavam na “mão” (yad) da entidade simbolizada pelo chifre pequeno (Daniel 7:25), de acordo com Daniel 7. Esse período de três tempos e meio vai de 538 d.C., com o estabelecimento do papado, até 1798, quando o imperador francês Napoleão pôs fim ao governo secular do papado e assim “destruiu” o “poder” (yad) que oprimiu o povo de Deus.

Os outros dois períodos de tempo, 1.290 e 1.335 dias, respondem a uma pergunta feita pelo próprio Daniel ao homem vestido de linho: “Qual será o fim destas coisas?” (Daniel 12:8). E ambos começam com a remoção do “sacrifício diário” e o estabelecimento da “abominação desoladora” (Daniel 12:11).  

Esses eventos estão relacionados com a obra do chifre pequeno, que removeu o sacrifício diário e estabeleceu a abominação desoladora (Daniel 8:9-12). Portanto, esse período profético deve coincidir com os “três tempos e meio” mencionados anteriormente.

O sacrifício “diário” se refere à intercessão contínua de Cristo, que foi substituída por um sistema falsificado de adoração. Portanto, esse período profético deve começar em 508 d.C., quando Clovis, rei dos francos, converteu-se à fé católica. Esse importante acontecimento, comparável à conversão de Constantino ao cristianismo, preparou o caminho para a consolidação do poder papal. Preparando caminho para a união entre Igreja e Estado, que prevaleceu ao longo da Idade Média. Assim, os 1.290 dias terminaram em 1798, quando o papa foi preso sob a autoridade do imperador francês Napoleão. É interessante que tanto o início como o fim desse período profético são marcados pela ação de um líder francês.

Finalmente, o período profético de “1.335 dias” (Daniel 12:12) vem com uma bênção aos que estiverem vivos até o fim desse tempo (veja também Apocalipse 14:13). Nenhum ponto de partida ou de término é apresentado. Mas parece que esse período de tempo é uma continuação do período anterior dos “1.290 dias”. Assim, a partir da conversão de Clóvis em torno de 508 d.C. os 1.335 dias chegam a 1843/1844, quando a mensagem do primeiro anjo estava sendo pregada, e as 2.300 tardes e manhãs estavam chegando ao fim.

Os 1.335 dias, o último período profético mencionado em Daniel, terminaram em 1843. Essa foi a época do movimento Milerita e do estudo renovado das profecias bíblicas. Foi um tempo de espera e esperança no retorno iminente de Jesus.

“As profecias apresentam uma sucessão de acontecimentos que nos levam ao início do juízo. Isto se observa especialmente no livro de Daniel. Entretanto, a parte de sua profecia que se refere aos últimos dias, Daniel teve ordem de fechar e selar até ‘o tempo do fim’. Não poderia, antes que alcançássemos o tempo do juízo, ser proclamada uma mensagem relativa ao mesmo juízo e baseada no cumprimento daquelas profecias.

Mas, no tempo do fim, diz o profeta, ‘muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará’ (Daniel 12:4, ARC).

“O apóstolo Paulo advertiu a igreja a não esperar a vinda de Cristo em seu tempo. ‘Porque não será assim’, diz ele, ‘sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado’ (2Tessalonicenses 2:3, ARC). Não poderemos esperar pelo advento de nosso Senhor senão depois da grande apostasia e do longo período do domínio do ‘homem do pecado’. Esse ‘homem do pecado’, que também é denominado ‘mistério da injustiça’, ‘filho da perdição’ e ‘iníquo’, representa o papado, que, conforme foi anunciado pelos profetas, deveria manter sua supremacia durante 1.260 anos. Esse período terminou em 1798. A vinda de Cristo não poderia ocorrer antes daquele tempo. Paulo, com a sua advertência, abrange toda a dispensação cristã até ao ano de 1798. É depois dessa data que a mensagem da segunda vinda de Cristo deve ser proclamada” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 356).

“É impossível, ao homem, salvar-se por si mesmo. Pode ele enganar-se com respeito a isso, mas não pode salvar-se. A justiça de Cristo, tão-somente, pode aproveitar para sua salvação, e é dom de Deus. Essas são as vestes das bodas com as quais podereis comparecer como bem-vindo hóspede na ceia das bodas do Cordeiro. Que vossa fé sem demora se apegue a Cristo, e sereis nova criatura em Jesus, sereis uma luz ao mundo.

Cristo é chamado “o Senhor justiça nossa”, e pela fé deve cada qual dizer: “O Senhor justiça minha.” Quando a fé se apodera desse dom de Deus, o louvor de Deus estará em nossos lábios, e seremos habilitados a dizer aos outros: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Seremos então capazes de falar aos perdidos acerca do plano da salvação; que enquanto o mundo jazia sob a maldição do pecado, o Senhor apresentou condições de misericórdia ao caído e desesperançado pecador, revelando-lhe o valor e o sentido de Sua graça. Graça é favor imerecido. Os anjos, que nada conhecem de pecado, não compreendem o que seja a aplicação da graça para com eles; mas nossa pecaminosidade requer a concessão da graça por parte de um Deus misericordioso. Foi a graça que enviou nosso Salvador a buscar-nos, errantes, e restituir nos ao redil.” [Mensagens Escolhidas vol1. P. 331]

“Se as visões de Daniel tivessem sido compreendidas, o povo poderia melhor ter entendido as visões de João. Mas, no tempo devido, Deus moveu o Seu servo escolhido, que, com clareza e no poder do Espírito Santo, desvendou as profecias e mostrou a harmonia das profecias de Daniel e de João, e outras partes da Bíblia, e fez falar ao coração do povo as advertências sagradas e terríveis da Palavra, para se preparar para a vinda do Filho do homem. Profunda e solene convicção repousou sobre a mente dos que o ouviam, e ministros e povo, pecadores e ateus voltavam-se ao Senhor e buscavam preparar-se para estar em pé no juízo.” [Primeiros Escritos – P. 231]

“As profecias apresentam uma sucessão de acontecimentos que nos levam ao início do juízo. Isto se observa especialmente no livro de Daniel. Entretanto, a parte de sua profecia que se refere aos últimos dias, Daniel teve ordem de fechar e selar, até “o tempo do fim.” Não poderia, antes que alcançássemos o tempo do juízo, ser proclamada uma mensagem relativa ao mesmo juízo e baseada no cumprimento daquelas profecias. Mas, no tempo do fim, diz o profeta, “muitos correrão de uma parte para outra, e a Ciência se multiplicará.” Daniel 12:4.

O apóstolo Paulo advertiu a igreja a não esperar a vinda de Cristo em seu tempo. “Porque não será assim”, diz ele, “sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado.” 2 Tessalonicenses 2:3. Não poderemos esperar pelo advento de nosso Senhor senão depois da grande apostasia e do longo período do domínio do “homem do pecado.” Este “homem do pecado”, que também é denominado “mistério da injustiça”, “filho da perdição”, e “o iníquo”, representa o papado, que, conforme foi anunciado pelos profetas, deveria manter sua supremacia durante 1.260 anos. Este período terminou em 1798. A vinda de Cristo não poderia ocorrer antes daquele tempo. Paulo, com a sua advertência, abrange toda a dispensação cristã até ao ano de 1798. É depois dessa data que a mensagem da segunda vinda de Cristo deve ser proclamada.

Semelhante mensagem jamais foi apresentada nos séculos passados. Paulo, como vimos, não a pregou; indicara aos irmãos a vinda do Senhor num futuro então muito distante. Os reformadores não a proclamaram. Martinho Lutero admitiu o juízo para mais ou menos trezentos anos no futuro, a partir de seu tempo. Desde 1798, porém, o livro de Daniel foi descerrado, aumentou-se o conhecimento das profecias, e muitos têm proclamado a mensagem solene do juízo próximo.” [O Grande Conflito, pag. 356]

“Entre as leis de homens e os preceitos de Jeová, travar-se-á a maior batalha da controvérsia entre a verdade e o erro. Nesta batalha estamos agora entrando — não uma batalha entre igrejas rivais lutando pela supremacia, mas entre a religião da Bíblia e as religiões de fábulas e tradição. As forças que se têm unido contra a verdade estão agora ativamente em operação. A santa Palavra de Deus, que tem chegado até nós ao preço tão alto de sofrimento e derramamento de sangue, é tida em pouco valor. Poucos há que realmente a aceitam como regra da vida. A infidelidade prevalece em medida alarmante, não apenas no mundo, mas na igreja. Muitos têm chegado a negar doutrinas que são colunas da fé cristã. Os grandes fatos da criação como apresentados pelos escritores inspirados; a queda do homem, a expiação, a perpetuidade da lei — eis aí doutrinas praticamente rejeitadas por grande parte do professo mundo cristão. Milhares que se orgulham de seu conhecimento, consideram uma evidência de fraqueza a implícita confiança na Bíblia, e uma prova de erudição sofismar das Escrituras, e alegorizar e atenuar suas mais importantes verdades.

Os cristãos devem estar-se preparando para aquilo que logo irá cair sobre o mundo como terrível surpresa, e esta preparação deve ser feita mediante diligente estudo da Palavra de Deus e pelo levar a vida na conformidade com os seus preceitos. As tremendas questões de eternidade demandam de nossa parte algo mais que uma religião de pensamento, uma religião de palavras e formas, onde a verdade é mantida no recinto exterior. Deus pede um reavivamento e uma reforma.

As palavras da Bíblia, e a Bíblia somente, deviam ser ouvidas do púlpito. Mas a Bíblia tem sido roubada em seu poder, e o resultado é visto no rebaixamento do tono da vida espiritual. Em muitos sermões de hoje não existe aquela divina manifestação que desperta a consciência e comunica vida. Os ouvintes não podem dizer: “Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?” Lucas 24:32. Há muitos que estão clamando pelo Deus vivo, ansiando pela divina presença. Permiti que a Palavra de Deus lhes fale ao coração. Deixai que os que têm ouvido apenas tradição e teorias e máximas humanas ouçam a voz dAquele que pode preparar a pessoa para a vida eterna.” [Profetas e Reis P.320]

“Nos dias mais negros de seu longo conflito com o mal, à igreja de Deus têm sido dadas revelações do eterno propósito de Jeová. A Seu povo tem sido permitido olhar para além das provas do presente aos triunfos do futuro quando, findo o conflito, os redimidos entrarão na posse da Terra Prometida. Essas visões de glória futura, cenas pintadas pela mão de Deus, deviam ser estimadas por Sua igreja hoje, quando a controvérsia dos séculos está chegando rapidamente ao fim, e as bênçãos prometidas devem ser logo experimentadas em toda a sua plenitude. […] A hora mais difícil da luta da igreja com os poderes do mal, é a que imediatamente precede o dia do seu livramento final. Mas ninguém que confie em Deus precisa temer; pois quando “o sopro dos opressores é como a tempestade contra o muro” Deus será para a Sua igreja como “um refúgio contra a tempestade”. Isaías 25:4. Naquele dia, unicamente aos justos é prometido livramento. […]

É tempo de olhar para cima, olhar para cima, e permitir que nossa fé cresça continuamente. Permitir que esta fé nos guie pelo caminho estreito que leva através das portas da cidade para o grande além, o vasto e ilimitado futuro de glória que há para os redimidos. “Sede pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e a serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima.” Tiago 5:7, 8. [ Profetas e Reis]

Aplicação para a Vida – Perguntas para reflexão

Considerando que o Deus de Daniel é o nosso Senhor e nós somos o Seu povo, as promessas para o profeta também são nossas. Miguel, a saber, Jesus Cristo, é nosso representante no santuário celestial. Ele é o Deus vivo, que dirige a História e cuida de nós. Assim, podemos viver no presente e olhar para o futuro com alegria e confiança.

1. Quais perigos enfrentamos ao estabelecermos datas para acontecimentos futuros do tempo do fim? O que ocorre com a fé de muitos quando esses eventos previstos não acontecem? Qual princípio profético essencial encontramos nas palavras de Cristo em João 14:29 que nos ajuda a entender como usar a profecia para nosso benefício espiritual e evitar a armadilha de fazer ou acreditar em falsas predições?

2. Hoje temos comunicação instantânea e incríveis avanços científicos que nem sempre são para o bem. Isso torna a ideia de um “tempo de angústia, qual nunca houve” (Daniel 12:1) algo que não é tão difícil de imaginar? Por quê?

3. Somente pelo evangelho podemos ser inscritos no livro. Sem ele, que esperança temos?

4. Como você lida com o fato de não entender tudo o que lê no livro de Daniel? Quais partes você ainda acha que são confusas e misteriosas? Qual é a mensagem de Daniel que você entende claramente?

5. Que diferença faz para sua vida saber que Miguel é o Filho de Deus? O que mudaria se Miguel fosse apenas um ser criado?

6. Como você relaciona as profecias de tempo de Daniel com a ação de Deus na História humana e em sua vida pessoal?

7. Se você não estiver vivo para suportar os eventos finais que assolarão a terra antes da vinda de Jesus, e se não passar pela sacudidura, a sua experiência seria de segunda categoria?

8. E se o Senhor lhe disser: “Você descansará e, então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que lhe cabe” (Daniel 12:13, NVI), você precisaria de mais alguma coisa, além dessa preciosa promessa?

9. Ao longo de todo o livro de Daniel, vemos duas coisas: o povo de Deus sendo perseguido e, por fim, sendo justificado e salvo. Como essa realidade pode nos ajudar a permanecer fiéis, independentemente de nossas provações imediatas?

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