Jesus Cristo e as sete igrejas – Comentário de Jon Paulien

O que João vê que lhe é pedido para escrever e comunicar às igrejas?

“e, no meio dos candelabros, um semelhante a um filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com um cinto de ouro. 14A cabeça e os cabelos dele eram brancos como alva lã, como neve. Os olhos eram como chama de fogo. 15Os seus pés eram semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha. A voz era como som de muitas águas. 16Na mão direita ele tinha sete estrelas, e da sua boca saía uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.” (Apocalipse 1: 13-16).

Esses versículos apresentam uma imagem magnífica de Cristo. Eles descrevem mais de uma dúzia de suas características. É muito interessante que quando Jesus é apresentado a cada uma das igrejas, apenas duas ou três dessas características são  mencionadas. Ele é apresentado à primeira igreja como aquele que tem as sete estrelas e anda no meio dos sete candeeiros (2: 1). Para o segundo, como o primeiro e o último, aquele que morreu e ressuscitou (versículo 8). Antes do terceiro, ele é apresentado como aquele com a espada afiada de dois gumes saindo de sua boca (versículo 12).

Perceba que Jesus se apresenta a cada igreja de uma maneira única. Respeita as suas diferenças e satisfaz as suas necessidades particulares, ou como disse no início, se coloca ao nível de cada uma. Este é um dos princípios interpretativos mais importantes para estudar a Bíblia. A mensagem vem de Deus, mas seu meio de transmissão, seja visão, história ou profecia, está na linguagem apropriada para o tempo e lugar onde ela é dada. Deus se adapta às circunstâncias das pessoas.

Quando Jesus veio à terra, ele não se apresentou como um europeu ou africano do século 21. Ele veio como um judeu do século 1. Ele viveu na Palestina; suas características físicas e roupas eram da época e do lugar. Ele falava a língua local e até repetia algumas de suas piadas. Este último você pode achar estranho, mas quando o estudioso bíblico alemão Joachim Jeremias traduziu o Evangelho de São Mateus do grego para o aramaico, a língua que Jesus falava, ele descobriu piadas, ironias e trocadilhos.

Por que Jesus disse essas coisas? Provavelmente para se comunicar com as pessoas em sua própria língua. Mas há outra possibilidade: que Cristo falasse assim para que suas palavras fossem lembradas. Ele queria que as pessoas se lembrassem do que ele estava dizendo. Eles comentavam entre si: “Ontem, quando Jesus falou, contou-nos uma história muito engraçada”. Então eles contariam essa história. Eles se lembrariam disso, assim como de sua moral, graças ao estilo com que Cristo falava. Os mesmos princípios são ilustrados quando ele se dirige às sete igrejas do Apocalipse.

Então, pelas cartas enviadas às sete igrejas, aprendemos que Jesus sabe tudo o que há para saber sobre nós. Ele aborda cada igreja com pleno conhecimento de como é cada um de seus membros. É apresentado de uma forma que eles possam apreciar, compreender. Se Jesus sabe tudo sobre nós antes de irmos até ele, não há razão para esconder ou ter medo de dizer a verdade. Ele vem apenas quando precisamos dele.

Jesus é maravilhoso. Você tem à sua disposição mil maneiras de vir até nós, mas de acordo com as sete igrejas do Apocalipse, você tem o cuidado de escolher como se apresenta a cada igreja, a cada grupo de pessoas. Respeite as coisas que nos tornam únicos, nossas diferenças. Isso nos tornou únicos e diferentes. Vem de tal forma que cada indivíduo pode distingui-lo.

Nenhum de nós tem uma imagem completa de Jesus. Você pode ter doutorado em teologia, mas ainda há muito que você não conhece. Ter um Ph.D. é como cavar um buraco no campo para semear. Você pode saber absolutamente tudo sobre aquele buraco, mas há um vasto campo inexplorado. Quanto mais aprendemos nesta vida, mais percebemos o quão pouco sabemos.

Pelas cartas do Apocalipse às sete igrejas, aprendemos que cada um de nós saberá algo sobre Jesus por ter um relacionamento com Ele. Mas não o saberemos totalmente. Há muitas coisas que ignoramos, e o fato de ninguém poder ver o quadro geral significa que precisamos uns dos outros. Você precisa do que compartilho neste livro e preciso do que você aprende. Quando estamos dispostos a aprender com os outros, podemos conhecer melhor a Deus e nos aproximar dele. Portanto, o Apocalipse nos ensina a ser humildes.

No entanto, a melhor coisa que as sete igrejas nos ensinam é que Jesus nos ama do jeito que somos. Ele se adapta às nossas circunstâncias. À medida que nos aproximamos dEle, Ele nos dará o que desejamos. Jesus nos levará aonde precisamos ir.  

PROMESSAS AS SETE IGREJAS

Laodiceia, recebe a promessa que resume todas as outras e lhes dá uma conclusão: que os vencedores de Laodiceia se sentarão com Cristo em seu trono. Aqueles que se sentam no trono com Jesus recebem tudo, não é? Eles herdam tudo.

Vou lhe contar o que tudo isso me diz. À medida que as igrejas recebem promessas cada vez melhores, a mensagem se torna mais severa; os problemas nas igrejas parecem ser piores. No entanto, a mensagem é que quanto pior as coisas ficam, mais a graça e o poder de Deus aumentam. Quando o pecado se torna mais poderoso, a graça de Deus também se torna poderosa. Portanto, quanto mais profundos os problemas que você tem em sua vida, mais poder a graça de Jesus Cristo aplicará, o que significa que a graça pode mudar sua vida. A mensagem para as sete igrejas hoje é tão poderosa quanto nos tempos antigos e como tem sido ao longo da história. O Apocalipse contém uma mensagem que pode mudar nossos corações e nossas vidas hoje

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