As Profecias do Tempo do Fim – Épilogo – Comentário de Hans K. LaRondelle

Hans LaRondelle

A pergunta-chave na teologia contemporânea é: Como conhecemos o significado da Escritura? Enquanto o Espírito Santo ilumina a mente do crente em seu esforço para compreender a Bíblia, necessita-se um método científico para interpretar a Escritura. Só assim pode evitar-se uma interpretação puramente subjetiva do texto e a forma estreita de pensar.

O propósito deste livro é investigar a unidade teológica das profecias hebraicas e o evangelho cristão do Novo Testamento. Seu enfoque específico é trazer à luz a continuidade essencial das profecias do tempo do fim de Israel no panorama profético do Jesus, Paulo e o Apocalipse de João.

Este enfoque que se distingue de métodos anteriores, usa de uma maneira consistente o método de exegese contextual, tanto do contexto imediato como do contexto mais amplo da Escritura, o que significa que o texto do Novo Testamento sempre deve relacionar-se com o do Antigo Testamento para descobrir o patrimônio espiritual de Cristo e dos escritores apostólicos, e isto é válido de maneira especial para o Apocalipse que está saturado com termos e conceitos do Antigo Testamento.

Este método implica que todas as aplicações da história da igreja do texto profético são secundárias a uma exegese contextual e devem subordinar-se ao propósito do autor tal como se determina pelo contexto imediato e o contexto mais amplo. Nunca deve permitir-se que a história da igreja e a do mundo cheguem a ser a norma da exegese bíblica. A Bíblia interpreta a história e não o contrário. Na aplicação contínuo-histórica das profecias apocalípticas existe o perigo de atribuir ao texto sagrado certos acontecimentos importantes da história. O intérprete historicista da profecia necessita autodisciplinar-se em suas declarações da profecia cumprida. A história já se encarregou de muitos enganos que se cometeram a esse respeito!

Rechaçando os princípios filosóficos do literalismo, alegorismo e idealismo, recomendo o uso consistente dos princípios de interpretação de Cristo e seus apóstolos como a chave-mestra para descobrir o significado das profecias simbólicas do tempo do fim, tanto do Antigo Testamento como do Novo Testamento. Sua hermenêutica evangélica pode estabelecer-se analisando a forma como Cristo e Paulo aplicaram as profecias de Daniel a seu próprio tempo e época, e isto requer uma análise cuidadosa de Mateus 24 (e as passagens paralelas) e 2 Tessalonicenses 2 como ponto essencial para descobrir que regras específicas seguiram em sua interpretação das profecias do Antigo Testamento.

A norma decisiva, e a pauta para a compreensão que tiveram de todas as profecias hebréias, foi a convicção de que Jesus de Nazaré é o Messias da profecia.

Esta crença fundamental transformou completamente em cristocêntrico o panorama do futuro de Cristo e dos escritores do Novo Testamento. Moveu-os a reorganizar todas as profecias hebraicas como promessas centradas em Cristo. Este cumprimento do evangelho deu como resultado o fato de que o povo verdadeiro de Cristo esteja constituído como o núcleo do Israel espiritual e, assim, como o Israel de Deus. Se Jesus de Nazaré é o Cristo da profecia, então o povo de Cristo, como seu “corpo”, é o centro de todas as profecias do tempo do fim.

A hermenêutica do evangelho funciona como a pauta inspirada para a interpretação das predições inclusive não cumpridas das profecias apocalípticas. Este procedimento mantém plenamente o axioma de fé de “sola Scriptura” que exige que se permita à Escritura interpretar-se a si mesmo. Nem a tradição da igreja, nem a história nem um profeta extrabíblico são os intérpretes finais da Escritura. A Bíblia continua sendo seu próprio expositor, seu próprio intérprete final e o juiz de todas as escolas de interpretação profética. O método contextual oferece uma visão crítica de qualquer outro método de interpretação profética, e mostra a forma para distinguir entre o propósito do autor do texto sagrado e as aplicações dos comentadores extrabíblicos.

Com respeito ao livro do Apocalipse, é essencial reconhecer sua estrutura quiástica como a chave de sua composição como um todo. Este descobrimento aponta a seu centro, Apocalipse 12-14, como o tema particular do Apocalipse de João para o povo de Deus do tempo do fim. Esta unidade literária é o desenvolvimento das visões antecipatórias de Apocalipse 10 e 11 que unem o tempo do fim ao período da sexta trombeta. As visões de Apocalipse 10 a 14 revelam uma conexão específica com o livro de Daniel e seu enfoque das profecias do tempo do fim dos capítulos 7 a 12. Este fato faz com que o livro de Daniel, com Daniel 7 como seu tema central, seja fundamental para a compreensão do Apocalipse. O Apocalipse revela a forma como Daniel e todas as outras profecias hebraicas do tempo do fim encontrarão sua consumação na história da salvação.

Para estudar o livro de Apocalipse você pode clicar aqui

https://www.nossasletrasealgomais.com/apocalipse/
Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *