Inerrância Bíblica

por Samuelle Bacchiocchi

A questão da inspiração e autoridade da Bíblia raramente perturbava os cristãos até um século atrás. Eles consideravam a Bíblia como fonte de sua crença. Aceitavam a autoridade da Bíblia sem defini-la em termos de inerrância. Nenhum dos principais credos católicos ou protestantes discute a noção de inerrância bíblica. Somente desde o século XIX é que essa questão tem dominado o cenário religioso.
Um fator que destacadamente contribuiu para isso foi o impacto negativo da crítica liberal que reduziu a Bíblia a uma coleção de documentos religiosos cheios de dificuldades e erros textuais. Esse movimento crítico tem levado muitos cristãos a abandonarem seu comprometimento para com a infalibilidade da Bíblia. A fim de defender o ponto de vista cristão tradicional da inspiração e autoridade da Bíblia contra os ataques dos críticos liberais, cristãos conservadores desenvolveram o que se tornou conhecido como a “Doutrina da Inerrância Bíblica”.
Definir a doutrina da inerrância bíblica não é fácil, porque vem numa variedade de formas que vão desde o ditado mecânico a inerrância funcional, posição que define a Bíblia isenta de erros em sua função de revelar o plano de Deus para nossa eterna salvação, mas não nas informações que oferece sobre vários aspectos factuais. Para o propósito de nosso estudo limitaremos a distinção a dois pontos de vista mais comuns de inerrância, conhecidos como inerrância “absoluta” e “limitada”.

Inerrância Absoluta
É a posição de que a Bíblia em seus autógrafos originais, em sua inteireza é inerrante, sendo livre de toda falsidade, fraude, ou engano, e apropriadamente interpretados, será constatada como verdadeira e fiel em tudo quanto afirma concernente a todas as áreas da vida, fé e prática. Ou seja, que a Bíblia não contém erro de espécie alguma, seja de história, geografia, astronomia, cronologia, ciência, ou qualquer área que seja. 
A aceitação dessa posição é vista por muitos evangélicos como um divisor de águas da ortodoxia. Igualam a autoridade da Bíblia a sua inerrância, porque presumem que se não se puder demonstrar ser a Bíblia isenta de erros em questões não-religiosas, então nela não se pode confiar nas áreas religiosas mais importantes. Chegam ao ponto de reivindicar que os cristãos não podem ser legitimamente considerados evangélicos a menos que creiam na inerrância absoluta da Bíblia. A negação de tal crença supostamente conduziria à rejeição de outras doutrinas evangélicas e ao colapso de qualquer denominação ou organização cristã.

Inerrância Limitada
É a posição que defende a inspiração conceitual, não verbal, e aceita exatidão da Bíblia somente em questões de salvação e ética, mas não a sua inerrância. A inspiração divina não impediu que os autores bíblicos cometessem “erros” de natureza histórica ou científica, uma vez que estes não afetam nossa salvação. A Bíblia não é inerrante em tudo quanto diz, mas é infalível em tudo quanto ensina com respeito a fé e a prática.
A Inspiração Conceitual 
O reconhecimento da natureza divino-humana da Bíblia exclui dois grandes equívocos na consideração da inspiração bíblica. O primeiro é o ponto de vista inerrantista, que defende a inspiração verbal e exalta o aspecto divino da Escritura, minimizando a participação humana, a fim de assegurar que o texto seja completamente livre de todos os erros. O segundo é o ponto de vista liberal dos críticos que mantêm que os escritos bíblicos simplesmente refletem idéias e aspirações humanas. Eles crêem que as Escrituras são o produto de gênios religiosos que foram influenciados — não pela inspiração do Espírito Santo — mas pela cultura de seu tempo. Como faremos notar, o conceito de inspiração conceitual ou inerrância limitada está em equilíbrio, numa posição moderada entre esses dois conceitos extremos.

A Escritura como Divina e Humana
A perspectiva dos que defendem a inspiração conceitual da Bíblia baseia-se em dois importantes versos: “Toda Escritura é inspirada por Deus” (2 Timóteo 3:16) e “Nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:21). Estes versos realçam o caráter divino-humano da Bíblia. As mensagens dos autores bíblicos originaram-se com Deus, mas foram expressas em linguagem humana, refletindo a base cultural e educacional dos escritores.
Devemos rejeitar as errôneas posições mantidas pelos inerrantistas bíblicos, por um lado, e pelos críticos liberais, por outro. Em vez disso, sustentam um ponto de vista equilibrado da Bíblia, baseados em seu testemunho (2 Timóteo 3:16/1 Pedro 1:21) com respeito a seu caráter divino-humano. Os aspectos divino-humanos da Bíblia são misteriosamente fundidos, algo similar à união divino-humana da natureza de Cristo.
 
A Humanidade da Bíblia
A humanidade da Bíblia pode ser vista, por exemplo, no uso do grego koine, que era a língua do mercado, antes que da literatura clássica. É evidente também no pobre estilo literário de tais livros como o Apocalipse, que tem um vocabulário limitado e alguns erros gramaticais. Aparece no uso de tradições orais por homens como Lucas, ou de registros escritos pelos autores de Reis e Crônicas. É também refletido na expressão de emoções humanas em lugares como o Salmo 137 que descreve o sentimento dos cativos hebreus em Babilônia, dizendo: “Filha de Babilônia, que hás de ser destruída. (…) Feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra”! (Salmo 137:8–9). Tal linguagem violenta expressa emoções humanas de profunda mágoa, antes que o divino amor por amigos e inimigos.

A Divindade da Bíblia
A divindade da Bíblia é sugerida pela unidade subjacente aos ensinos da Bíblia. Cerca de 40 autores escreveram 66 livros ao longo de 1600 anos, contudo todos compartilham o mesmo ponto de vista da criação, redenção e restauração final. Somente a inspiração divina poderia assegurar a unidade temática subjacente da Bíblia ao longo de séculos de sua composição.
Outra indicação do divino caráter da Bíblia é seu impacto sobre vidas e sociedades humanas. A Bíblia superou o ceticismo, preconceito e perseguição do mundo romano. Têm transformado os valores sociais e práticas de sociedades que abraçaram os seus ensinos. Tem atribuído novo valor à vida, um senso de valor ao indivíduo, uma nova condição às mulheres e escravos, derribado discriminações sociais e raciais, dado uma razão para viver, amar e servir a incontáveis milhões de pessoas.
O divino caráter da Bíblia é também indicado por seu maravilhoso conceito de Deus, da criação, redenção, natureza e destino humanos.. Tais elevados conceitos são estranhos aos livros sagrados das religiões pagãs. Por exemplo, nos mitos da criação do Oriente Próximo, o descanso divino é geralmente alcançado, seja por eliminar deuses perturbadores ou por criar a humanidade.
No sábado da criação, contudo, o divino repouso é assegurado não por subordinar ou destruir competidores, nem por explorar o trabalho da humanidade, mas pelo completar de uma perfeita criação. Deus descansou no sétimo dia porque Seu trabalho estava “terminado… feito” (Gênesis 2:2–3). Ele cessou de fazer para expressar Seu desejo de estar com a Sua criação, por dar a Suas criaturas não somente coisas, mas a Si mesmo. Tal conceito maravilhoso de Deus, que entrou no tempo humano por ocasião da criação e na carne humana em função da encarnação a fim de fazer-se “Emanuel — Deus Conosco”, não se acha nas religiões pagãs, onde os deuses tipicamente compartilham das falhas humanas.
A admirável natureza da Bíblia é também indicada por sua miraculosa preservação ao longo da história, a despeito de incansáveis esforços de destruí-la. Anteriormente mencionamos as tentativas passadas de suprimir a Bíblia, pelos imperadores romanos, reis cristãos, e regimes comunistas. A despeito das deliberadas tentativas de destruir a Bíblia, seu texto nos veio substancialmente inalterado. Alguns dos mais antigos manuscritos nos levam para mais perto da composição dos originais. Revelam a impressionante exatidão do texto que tem chegado até nós. Podemos ser confiantes de que nossas Bíblias são versões confiáveis das mensagens originais.
Por fim, a validade da Bíblia é comprovada por considerações conceituais e existenciais. Conceitualmente, a Bíblia propicia uma explicação razoável de nossa situação humana e da solução divina para nossos problemas. Existencialmente, os ensinos da Bíblia dão significado a nossa existência e nos oferece razões para viver, amar e servir. Mediante eles podemos experimentar as ricas bênçãos da salvação.
Objeções à Inerrância 
Há cinco principais razões pelas quais não devemos adotar a doutrina da inerrância bíblica.
1 — Primeiramente que os autores bíblicos foram os redatores de Deus, e não a pena do Espírito Santo. Eles estavam plenamente envolvidos na produção de seus escritos. Alguns deles, como Lucas, reuniram as informações entrevistando testemunhas visuais do ministério de Cristo (Lucas 1:1–3). Outros, como os autores de Reis e Crônicas, fizeram uso de registros históricos que lhes estavam disponíveis. O fato de que tanto os escritores e suas fontes eram humanos, torna-se irreal insistir em que não há declarações inexatas na Bíblia.
2 — Em segundo lugar, as tentativas dos inerrantistas em conciliar as diferenças entre as descrições bíblicas do mesmo evento, amiúde resulta em interpretações distorcidas e rebuscadas da Bíblia. Por exemplo, alguns tentam conciliar os divergentes relatos da negação de Pedro a Jesus com relação ao cantar do galo propondo que Pedro negou a Jesus um total de seis vezes! Tais especulações gratuitas podem ser evitadas por simplesmente aceitar a existência de pequenas e insignificantes discrepâncias factuais nos relatos dos Evangelhos quanto à negação de Pedro.
3 — Em terceiro lugar, por basear a confiabilidade e infalibilidade da Bíblia na exatidão de seus detalhes, a doutrina da inerrância ignora que a principal função da Escritura é revelar o plano de Deus para a nossa salvação. A Bíblia não tem intenção de suprir-nos com informações geográficas, históricas ou culturais precisas, mas revelar-nos como Deus nos criou perfeitamente, remiu-nos completamente, e por fim nos restaurará.
4 — Em quarto lugar, a doutrina da inerrância bíblica é carente de apoio bíblico. Em parte alguma os autores bíblicos reivindicam que suas declarações sejam inerrantes. Tal conceito tem sido deduzido a partir da idéia da inspiração divina. Presume-se que, sendo a Bíblia divinamente inspirada, deve também ser inerrante. Todavia, a Bíblia nunca faz a equivalência de inspiração com inerrância. A natureza da Bíblia deve ser definida indutivamente, ou seja, considerando-se todos os dados propiciados pela própria Bíblia, antes que dedutivamente, ou seja, por tirar conclusões de premissas subjetivas. Uma análise indutiva das discrepâncias existentes na Bíblia não apóia o ponto de vista de inerrância absoluta.
5 — Uma razão final para a rejeição da inerrância absoluta, no caso dos adventistas, são os ensinos de Ellen White, e o exemplo da produção de seus escritos. Ela claramente reconhece o papel humano na produção da Bíblia. Escreveu ela: “A Bíblia aponta a Deus como seu autor, contudo foi escrita por mãos humanas, e no variado estilo de seus diferentes livros apresenta as características dos vários autores. As verdades reveladas são todas dadas por inspiração de Deus (2 Timóteo 3:16); contudo são todas expressas nas palavras dos homens. O Infinito por Seu Espírito Santo derramou luz nas mentes e corações de Seus servos”. — Em “Selected Messages”, (Washington, D.C., 1958), book 1, p. 21.
A inspiração, segundo Ellen White, impressionou os autores da Bíblia com pensamentos, não com palavras: “Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que foram inspirados. A inspiração não atua nas palavras do homem, ou suas expressões, mas no próprio homem, que, sob a influência do Espírito Santo, é imbuído com os pensamentos”. — Idem.
Deus inspirou homens, não suas palavras. Isso significa, como explica Ellen White, que a Bíblia “não é o modo de pensamento e expressão de Deus. Os homens muitas vezes dirão que tal expressão não parece como de Deus. Mas Deus não Se colocou em palavras, em lógica, em retórica, em julgamento na Bíblia. Os escritores da Bíblia foram redatores de Deus, não Sua pena.” (Idem).
Ellen White reconheceu a presença de discrepâncias ou inexatidões na produção da Bíblia e na transmissão de seu texto: “Alguns nos encaram seriamente e dizem, ‘Não acha que poderia ter havido alguns erros nos copistas ou tradutores?’ Isso é muito provável. (…) todos os erros não causarão perturbação a uma alma, ou levarão quaisquer pés a tropeçarem, que não manufaturarem dificuldades das verdades mais claramente reveladas”. — Idem, p. 16.
“Nem sempre ocorre perfeita ordem ou unidade aparente na Escritura”. — Idem, p. 20.”
Para Ellen White, a presença de inexatidões na produção ou transmissão do texto bíblico é somente um problema para aqueles que desejam “manufaturar dificuldades da verdade mais claramente revelada”. A razão é que a presença de detalhes inexatos não enfraquece a validade das verdades fundamentais reveladas na Escritura.

OBS.: Os adventistas consideram os escritos de Ellen White como possuindo inspiração conceitual, não verbal. Inclusive, ela mesma não rogava para seus escritos o grau de inerrância.
Conclusão
A controvérsia entre os inerrantistas e os liberais, faz com que a Bíblia seja atacada hoje por amigos e inimigos. O pêndulo está se movendo para ambos os extremos. Por um lado, os críticos liberais reduzem a Bíblia a um livro estritamente humano contendo erros e isento de revelações sobrenaturais e manifestações milagrosas. Tratam a Bíblia estritamente como uma produção literária humana. Por outro lado, alguns evangélicos conservadores elevam a Bíblia a um nível tão divino que passam por alto a dimensão humana da Escritura. Afirmam que a Bíblia é absolutamente sem erro em todas as suas referências que tratam de história, geografia, cronologia, cosmologia, ciência, e assim por diante.
Por fim, tanto as posições de errância quanto de inerrância são pontos de vista extremos, heréticos que solapam a autoridade da Bíblia por torná-la, ou demasiada humana ou demasiada divina. A solução para essas posições extremadas se acha na palavra-chave “equilíbrio” — um equilíbrio que reconhece tanto o caráter divino quanto humano da Bíblia. A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem historicamente mantido uma visão equilibrada da Bíblia por reconhecer tanto seu caráter divino quanto humano. […]
Em suma, a Bíblia é o produto de uma misteriosa combinação da participação divina e humana. A fonte é divina, os escritores são humanos, e os escritos contêm pensamentos divinos em linguagem humana. Esta combinação singular nos oferece uma revelação digna de confiança e infalível da vontade e plano de Deus para nossa vida presente e destino futuro. Como declarado na primeira das crenças fundamentais dos adventistas do sétimo dia, “As Sagradas Escrituras são a revelação infalível de Sua vontade. São o padrão do caráter, o teste da experiência, a autoridade reveladora de doutrinas e o registro digno de confiança dos atos de Deus na história.” 

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Dr. Bacchiocchi foi o primeiro não-católico a ser admitido na Pontifícia Universidade Gregoriana, em mais de 450 anos de sua história. Foi agraciado com a medalha de ouro pelo Papa Paulo VI por alcançar a distinção acadêmica de summa cum laude no seu trabalho em classe e dissertação De sábado para DomingoApós concluir seu doutorado em 1974, Dr. Bacchiocchi foi convidado a ensinar na Andrews University, em Berrien Springs, Michigan. Dr. Bacchiocchi contribuiu com vários artigos para revistas e periódicos religiosos. Ele é autor de 15 livros. 
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16 respostas para Inerrância Bíblica

  1. Pedro diz:

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    Uma bela exposição! Riqueza de detalhes para esclarecer até aos mais teimosos contestadores da verdade bíblica.

    Defender a absoluta literalidade textual da Bíblia é atirar pedras em Deus!

    A propósito, destacam-se, com muita ênfase, as parábolas de Cristo, no Novo Testamento, porém, a rigor, o Antigo Testamento apresenta uma infinidade de parábolas que não são apresentadas como tal.

    Quantas mensagens, no AT, são transmitidas fazendo-se uso de figuras ilustrativas?

    As mais diversas circunstâncias exigem didáticas próprias para cada situação.
    É o esforço de homens limitados, tentando transmitir para outros homens, muitas vezes, mais limitados ainda, o que lhes foi apresentado em linguagem divina.

    A essência da mensagem é imutável, a forma de apresentá-la, no entanto, é circunstancialmente, dinâmica.

    Ignorando-se quem seja Ellen White, qualquer pessoa de bom senso é levada a admitir que as suas colocações sejam bastante sensatas, no que diz respeito à participação humana na transmissão da mensagem divina:

    “A Bíblia aponta a Deus como seu autor, contudo foi escrita por mãos humanas, e no variado estilo de seus diferentes livros apresenta as características dos vários autores. As verdades reveladas são todas dadas por inspiração de Deus (2 Timóteo 3:16); contudo são todas expressas nas palavras dos homens.” — Em “Selected Messages”, (Washington, D.C., 1958), book 1, p. 21.

    Diante da exigência de vocábulos e expressões divinas, para que se aceite a divindade dos escritos bíblicos, precisar-se-ia de autores divinos para escrevê-los e público alvo igualmente divino para entendê-los.
    Só que, nesse caso, seria desnecessário todo esse trabalho, pois, os seres divinos já conhecem a mensagem.

    Entenda-se que o público alvo somos nós, míseros ignorantes, com infinitas dificuldades tanto para entender quanto para transmitir, daí o porquê das figuras de linguagem tão comumente usadas na Bíblia.

  2. Assino, literalmente, embaixo…

  3. 1- Sobre a tragédia do Realengo

    Particularmente não creio que o fator religião tenha sido o motivador desse crime. Aquele rapaz era um doente na mente e na alma. Com uma história dramática de solidão e sofrimentos emocionais e descendente de uma mãe biológica, que se não me engano tb sofria de deficiência mental.

    Temos uma grande comunidade islâmica aqui no Brasil e eles não andam aplicando atos de terrorismo.

    Agora leia esta notícia:

    Dois dias depois de tragédia em Realengo, atirador abre fogo em shopping na Holanda e mata pelo menos sete pessoas

    http://agenciafoca.wordpress.com/2011/04/09/tragedia-em-shopping-holandes-tem-sete-mortes-e-regiao-e-evacuada-por-ameaca-de-bomba/

    “Tristan van der Vlis era membro de um clube de tiro, além de possuir a licença de cinco armas.
    Ainda não se sabe se uma dessas armas foi utilizada na chacina. Vlis morava com o pai, nos arredores do shopping que foi invadido.

    Deixou uma carta para sua mãe, informando o suicídio. Segundo o portal “De Telegraaf”, o atirador já tinha passagem pela polícia em 2003, mas não foi julgado em última instância.”

    2. E essa que ocorreu em 2009 na Holanda:

    http://pt.euronews.net/2009/05/01/aniversario-real-acaba-em-tragedia-na-holanda/
    Aniversário real acaba em tragédia na Holanda

    E tantas outras que já ocorreram nos EUA.

    Eu não diria que é o Espírito Santo se retirando da terra. Eu diria que o amor esfria no coração da humanidade. Uma humanidade que tem sofrido com os seus membros que estão doentes emocionais.

    Mas, a Bíblia já alertava…

    “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos.” Mateus 24:12

  4. Pedro diz:

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    Advogado do diabo? Não.
    O amor floresce em Realengo!

    Não vamos falar de “Realengo catastrófico”. O enfoque aqui está voltado para um detalhe que poderia projetar Realengo como berço atual do amor florescente.

    Qual o mérito existente em se falar da dor das vítimas, diretas e indiretas, desse episódio?! Quem não é capaz de imaginar o sofrimento de cada um dos envolvidos nesse drama?!
    À parte os heróis que protagonizaram algumas particularidades do massacre, existe algo muito grandioso que bem poderia, se posto em prática, mostrar o outro lado da questão.

    Quem era Wellington?
    Um indivíduo introspectivo, carregando, sabe-se lá quantos, traumas familiares, sem um amigo confidente, portador de parcos meios materiais para a sua própria subsistência, com uma formação religiosa inconsistente, vivendo só, em meio à multidão, em suma, um psicopata em potencial.

    Quem expressou o mínimo de compreensão, preocupação, atenção, a Wellington, como filho de Deus. Todos nós o julgamos, condenamos, e estamos aplicando a sentença. Nem os seus familiares mais próximos assumiram o encargo moral do seu sepultamento. O Estado o faz, materialmente, por obrigação legal.

    O seu ato criminoso expressa a mais extrema forma de ignorância. Ele não só assassinou algumas crianças, mas, pôs fim à própria vida.

    Julgar, condenar, executar a sentença, é o procedimento natural entre nós. Certamente, esse não seria o procedimento de Madre Tereza de Calcutá, Gandhi, Zilda Arns, e muito menos é o de JESUS.

    Realengo tem em suas “mãos” a oportunidade de dar ao nosso planeta, envolto em violência, a mais extraordinária lição de amor!

    Renato Aragão, embaixador da UNICEF, Ronaldo Fenômeno, embaixador da PNUD, entre outras personalidades da paz, bem poderiam usar o seu prestígio e carisma pessoal para fazer um trabalho junto às famílias das vitimas de Realengo a fim de que, numa atitude magna de amor, providenciassem um enterro decente para Wellington. Que lá estivessem os familiares das suas vítimas, para mostrar ao mundo a grandeza do seu perdão e do seu amor cristão.

    O mundo poderia até não se contagiar desse sentimento, mas, certamente, presenciaria, por alguns instantes, o amor florescer em Realengo.

    Se você concorda, passe adiante essa mensagem. Assim, quem sabe, ela chegará aos ouvidos das partes envolvidas.

    Pedro F. Alves.

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  5. Pedro… isto é mostrar a outra face.

    Afinal, foi o Senhor que em plena agonia por sofrimentos físicos e emocionais, diante de Seus algozes disse: "Pai, perdoa porque não sabem o que fazem".

  6. Até o momento não manifestei meu pensamento sobre a tragédia no Rio.

    Apenas falei sobre o assunto com meus filhos e com meus pais.

    Motivo?

    Desde o momento em que li sobre o assunto percebi que haviam várias vítimas, incluindo o rapaz, Wellington.

    Em princípio senti uma dor imensa pelas famílias e pelas crianças mortas nesse episódio terrível, porém, ao ler um pouco mais, percebi que o assassino era uma pessoa doente que precisava de atenção, auxílio médico especializado…

    Ele gritava por socorro e ninguém da "família" escutou?!

    Peço perdão às famílias das vítimas por não julgar e condenar Wellington.

    Ele não era um fanático religioso como muitos dizem, ele era doente, sempre foi. E a "família" dele o nomeia, em vários locais onde li as notícias, como "Esquisito".

    Não digo que o que ele fez foi certo, longe disso!

    Mas digo que a família não pode se "desculpar" dizendo que ele era "esquisito"!

    Assim, eles estão se condenando, pois quando temos alguém que amamos, se é que o Wellington foi amado pelos irmãos, o certo é buscar ajuda, oferecer ajuda, dar a mão. Ele parece ter perdido as pessoas que se importavam com ele, seus pais adotivos. Vejo nesse quadro um rapaz sem rumo, perdido, gritando por socorro em silencio!

    Mais uma vez… me desculpem às famílias que perderam seus filhos. Mas, vejo o "assassino" sendo formado na personalidade do Wellington muito antes das vidas serem ceifadas, inclusive a dele.

    Eis aqui dois textos que escrevi sobre o que o Wellington sofria, Esquizofrenia e Bullying:

    http://impactocerebral.blogspot.com/2011/02/esquizofrenia-loucura-possessao-ou.html

    http://impactocerebral.blogspot.com/2011/01/bullying-nao-e-brincadeira.html

    Para os que julgam, pensem e procurem entender o que se passava com o "assassino". Pensem no que podem fazer quando verem alguém gritando por "socorro em silêncio", para prevenir esse tipo de tragédia.

  7. Pedro diz:

    .
    .

    Brígida

    Por favor, permita-me essa participação.

    .
    .

    “No outro extremo, estão os sintomas negativos da doença, mais resistentes ao tratamento, e que se caracterizam por diminuição dos impulsos e da vontade e por achatamento afetivo. Há a perda da capacidade de entrar em ressonância com o ambiente, de sentir alegria ou tristeza condizentes com a situação externa.
    Existe uma lógica perfeita dentro do delírio, só que ela não corresponde à realidade. Uma das características do delírio, aliás, a que o diferencia do erro, é que não se consegue removê-lo com contra-argumentação lógica. A convicção é absoluta e tentar dissuadi-lo, é inútil. “

    .
    .

    Eu ficaria muito agradecido se você tecesse alguns comentários quanto à responsabilidade moral de Wellington, diante de Deus.

    Ele é um pecador imperdoável?

    Criminoso e suicida, a sua condenação está sacramentada?

    Grato

    Pedro F. Alves

    .
    .

  8. Olá Pedro!

    Sua participação é sempre edificante e muito bem vinda!

    "Eu ficaria muito agradecido se você tecesse alguns comentários quanto à responsabilidade moral de Wellington, diante de Deus."

    Pedro, o que posso dizer sobre sobre o Wellington é apenas o que percebi e o que sei sobre a doença, ou doenças que ele sofria.

    Só para exemplificar, tenho uma amiga que frequenta a igreja que frequentei durante mais de 20 anos. Ela é doente, Esquizofrenica.

    Havia dias quando chegava à igreja e durante toda a programação, ela ficava me observando com um olhar vazio, não tirava os olhos de mim. Sem saber o motivo e sem entender, eu simplismente ignorava.

    Certo dia, ao final do culto, ela me abordou na porta da igreja com uma expressão confusa, parecia que estava delirando quando disse: "Brígida, você não gosta de mim! O que eu te fiz? Pode falar!" Eu nunca a vi daquele jeito, agressiva. Tudo que dizia a ela parecia em vão.
    Falei que não havia nada de errado, que ela não me fez nada, eu realmente estava assustada com a agressividade dela naquela hora.

    Foi quando a mãe dela, uma pessoa a quem devo muito mais que favores, uma amiga, cristã, e que futuramente salvaria minha vida, a acalmou dizendo e olhando fixamente nos olhos da menina:

    "Filha, A Brígida não está com raiva de você, não tem nada contra você, está tudo bem…fique calma."

    Então a mãe dela a abraçou e disse que a amava muito. Naquele momento eu fiz o mesmo, a abracei também e disse que a amava muito e que ela era muito importante em minha vida. Pedi a ela desculpas por não ter percebido que estava deixando ela pensar essas coisas de mim.

    Bom… eu menti. Eu havia percebido que ela estava me olhando há dias, gritando por socorro. Mas, disse que não havia percebido para acalmá-la.

    A partir desse dia, todas as vezes que eu encontrava com essa amiga, eu a abraçava e dizia que a amava muito e que ela era importante para mim.

    Eu era uma adolescente, não entendi o que se passava com a menina, mas segui meu coração e o exemplo da mãe dela. Sempre que a via, era um abraço sincero e palavras sinceras que dizia a ela.

    cont…

  9. O que posso dizer sobre responsabilidade moral nesse caso e em outros?

    Ela não chegou a me agredir fisicamente, pois a mãe dela agiu no momento certo. Depois fiquei sabendo da doença. Ela era doente, mas confesso que em minha ignorância pensava que ela era louca. Até que a mãe dela se desculpou e disse que ela precisava de tomar 14 tipos de comprimidos diferentes todos os dias. Ela também fugia de casa sem avisar quando desviavam os olhos dela, sempre estavam ao lado dela para que ela não cometesse suicídio.

    Creio que essa doença é um tormento para o doente e para a família. A pessoa em crise, pode fazer coisas erradas pensando fazer o que é certo. A pessoa pode também entrar em crise mesmo com a ajuda dos medicamentos. Medicamento é necessário, mas não é suficiente.

    Augusto Cury escreveu em seu livro "O futuro da Humanidade" algo assim: As pessoas que desistem de suas vidas, não desejam desistir de viver, elas desejam desistir de sofrer. Querem acabar com o sofrimento, elas querem poder viver!

    Eu não colocaria o Wellington na categoria de assassino frio e sem carater, pois o que é caráter? *Princípios e valores morais de conduta do homem, suscetibilidade no sentir e no proceder, capacidade de receber impressões ou sensações =sensibilidade.

    Ele era sensível, como a maioria dos doentes mentais. Sensibilidade em demasia, porém sem discernimento do que é certo e do que é errado.

    Quanto a "responsabilidade moral de Wellington, diante de Deus", não sei se ele estava em ordem com seus pensamentos sobre moralidade, tampouco sei o que Deus sabe sobre o que ele passou naqueles momentos. Não sei o que Deus sabe, mas sei que Deus sabe.

    "Ele é um pecador imperdoável?"

    Não sei.

    Porque não sei onde estavam os pensamentos dele naquele momento. Mas Deus sabe.

    "Criminoso e suicida, a sua condenação está sacramentada?"

    Muitos são os criminosos que tem tempo de se arrependerem e pedir perdão a Deus, cito o exemplo do ladrão que se arrependeu pouco antes de sua morte e Jesus o perdoou. Uma coisa eu sei, Deus conhece o coração arrependido. Já no caso de suicidas… tenho minhas dúvidas. Mas, Deus não tem dúvidas. Ele conhece todos onde ninguém mais conhece, nem mesmo nós conhecemos nossos corações, somente Deus.

    Arrisco em dizer que nem todos os suicidas serão condenados por Deus. Pois em sua maioria, os suicidas são doentes mentais, eles sofrem alucinações, dor e angústia devido à doença.

    Então, também não posso julgar nem condenar os suicidas.

    Pedro,

    Isso é apenas o meu entender sobre a misericórdia de Deus. Porém, ela não pode ser medida por nós, seres humanos, falhos, pecadores, com visão restrita.

    Mas, imagino que a misericórdia de Deus alcança a muitos, até mesmo àqueles que pensamos que não tem salvação.

    Grande abraço, meu amigo!
    Sinta-se a vontade para questionar, o que sei posso responder, o que não sei, direi que não sei.

  10. Pedro diz:

    .
    .

    Valeu Brígida

    Obrigado pela atenção.

    Fraternalmente.

  11. *eu simplismente ignorava.

    … corrigindo… simplesmente.

    Pedro,

    Eu que agradeço!

  12. BREVE CRÍTICA AL PROFETISMO JUDÍO DEL ANTIGUO TESTAMENTO: La relación entre la fe y la razón expuesta parabolicamente por Cristo al ciego de nacimiento (Juan IX, 39), nos enseña la necesidad del raciocinio para hacer juicio justo de nuestras creencias, a fin de disolver las falsas certezas de la fe que nos hacen ciegos a la verdad mediante el discernimiento de los textos bíblicos. Lo cual nos exige criticar el profetismo judío o revelación para indagar la verdad que hay en los textos bíblicos. Enmarcado la crítica al profetismo judío en el fenómeno espiritual de la trasformación humana, abordado por la doctrina y la teoría de la trascendencia humana conceptualizada por la sabiduría védica, instruida por Buda e ilustrada por Cristo; la cual concuerda con los planteamientos de la filosofía clásica y moderna, y las respuestas que la ciencia ha dado a los planteamientos trascendentales: (psicología, psicoterapia, logoterápia, desarrollo humano, etc.), y utilizando los principios universales del saber filosófico y espiritual como tabla rasa a fin de deslindar y hacer objetivo “que es” o “no es” del mundo del espíritu. Método o criterio que nos ayuda a discernir objetivamente __la verdad o el error en los textos bíblicos analizando los diferentes aspectos y características que integran la triada preteológica: (la fenomenología, la explicación y la aplicación, del encuentro cercano escritos en los textos bíblicos). Vg: la conducta de los profetas mayores (Abraham y Moisés), no es la conducta de los místicos; la directriz del pensamiento de Abraham, es el deseo intenso de llegar a tener: una descendencia numerosísima y llegar a ser un país rico como el de Ur, deseo intenso y obsesivo que es opuesto al despego de las cosas materiales que orienta a los místicos; es por ello, que la respuestas del dios de Abraham son contestatarias de los deseos del patriarca, y no tienen nada que ver con el mundo del espíritu. La directriz del pensamiento de Moisés, es la existencia de Israel entre la naciones a fin de llegar a ser la principal de todas, que es opuesta a la directriz de vida eterna o existencia después de la vida que orienta el pensamiento místico (Vg: la moradas celestiales, la salvación o perdición eterna a causa del bien o mal de nuestras obras en el juicio final de nuestra vida terrenal, abordadas por Cristo); el encuentro cercano descrito por Moisés en la zarza ardiente describe el fuego fatuo, el pie del rayo que pasa por el altar erigido por Moisés en el Monte Horeb, describe un fenómeno meteorológico, el pacto del Sinaí o mito fundacional de Israel como nación entre las naciones por voluntad divina a fin de santificar sus ancestros, su pueblo, su territorio, Jerusalén, el templo y la Torah; descripciones que no corresponden al encuentro cercano expresado por Cristo al experimentar la común unión: “El Padre y Yo, somos una misma cosa”, la cual coincide con la descrita por los místicos iluminados. Las leyes de la guerra dictadas por Moisés en el Deuteronomio causales del despojo, exterminio y sometimiento de las doce tribus cananeas, y del actual genocidio del pueblo palestino, hacen evidente la ideología racista, criminal y genocida serial que sigue el pueblo judío desde tiempos bíblicos hasta hoy en día__ Discernimiento que nos aporta las pruebas o elementos de juicio que nos dan la certeza que el profetismo judío o revelación bíblica es un mito perverso, semillero del mal que enerva a sus seguidores provocándoles: alucinaciones, cretinismo, delirios, histeria y paranoia, al no concordar los dogmas con la realidad; engendrando la bibliolatría, el fanatismo, la intolerancia, el puritanismo hipócrita, e impidiendo su desarrollo espiritual. http://www.scribd.com/doc/33094675/BREVE-JUICIO-SUMARIO-AL-JUDEO-CRISTIANISMO-EN-DEFENSA-DEL-ESTADO-LA-IGLESIA-Y-LA-SOCIEDAD

  13. Olá Rodolfo, seja bem-vindo.

    Gostei muito da sua participação. O texto que vc nos expõe é muito interessante.

    Sou amiga da razão, mas não largo mão da fé. Creio sinceramente que não são duas coisas que se contrapõem, mas que se completam.

    Não gosto da fé irracional, aliás esta só existe porque há pessoas que lhe dão existência.

    Para mim, há muita racionalidade na fé. Não creio por instintos, creio porque minha capacidade de raciocínio me conduziu a tal postura.

    Tem um pensamento que diz:

    “A Bíblia é a revelação infalível da vontade de Deus, o padrão do caráter, o teste da experiência pessoal, o revelador autorizado das doutrinas e o registro fiel dos feitos de Deus na História.”

    Concordo com este pensamento porque compreendo em versos como, por exemplo:

    . 1 Timóteo 2:4-6 e João 6:39, que a Bíblia cumpre em sua plenitude o seu papel como revelador da vontade divina;

    . 1 Pedro 3:8-11,15; 4:2-3, 7-9,11; Gálatas 5:16; Filipenses 4:8; 1 Tessalonicenses 5:19-21,23 , que a Bíblia cumpre seu papel como revelador do padrão de caráter dos que servem a Deus. Apresentando com clareza o que significa a perfeição cristã. Algo tão mal compreendido por alguns! E que não é nada mais que a maturidade espiritual que deve ser buscada e alcançada por cada um que se propõe servir a Deus;

    . Efésios 6:6; 2 Coríntios 12:7-10; 1 João 5:14, que a Bíblia apresenta Deus como um Deus pessoal que deseja relacionar-Se com o homem como um Amigo. Tanto que compartilhou com o homem a salvação, primeiro através de Sua Palavra escrita, segundo através Dele mesmo entre nós.

    Vejo a Bíblia como a Palavra de Deus revestida na expressão humana. Isto era necessário, pois do contrário como se daria a experiência pessoal?

    . Romanos 15:4; 2 Timóteo 3:16-17; Salmo 119:105; 2 Pedro 1:21, compreendo nesses versos que a Bíblia cumpre o que ela propõe de si mesma como fonte do conhecimento sobre Cristo, que é a máxima da revelação de Deus aos homens e o centro de todo o Evangelho. Nesse sentido a Bíblia é perfeita e infalível como revelador autorizado das doutrinas de Deus em Cristo.

    . Gênesis 3:14-15; Lucas 24: 25-27;2 Pedro 3:3-10,17-18; 1 Pedro 1:16 são apenas alguns dos versos que representam a fidelidade dos feitos de Deus na história, principalmente espiritual, da humanidade. Muitos confundem a Bíblia lhe representando como um livro de regras, quando na verdade é o mais puro conjunto de princípios de vida, de verdade e de liberdade, afinal, antes escravos do amor e da misericórdia.

  14. Gostei muito do preâmbulo do texto que vc nos expôs: “La relación entre la fe y la razón expuesta parabolicamente por Cristo al ciego de nacimiento nos enseña la necesidad del raciocinio para hacer juicio justo de nuestras creencias, a fin de disolver las falsas certezas de la fe que nos hacen ciegos a la verdad mediante el discernimiento de los textos bíblicos.”

    É preciso que compreendamos esta verdade, do contrário, seremos cegos guiando outros cegos.
    A mentira, Rodolfo, perde força quando a verdade chega. Jesus em Sua vida entre nós expôs a fragilidade da espiritualidade humana.

    A mentalidade grega e judia, por exemplo, foram colocadas em xeque. Por que? Porque Jesus quebrou todos os paradigmas do que era, então estabelecido. Partindo do princípio de que era necessário viver o que se pregava. Depois, vivendo Nele mesmo o conceito de liberdade e de vida.

    Jesus, ao contrário de Buda e tantos outros mestres mostrou que a morte não tinha autoridade sobre a vida e que a vida não precisava da morte para se expressar em sua plenitude.

    O servo não é maior que o Senhor. A verdadeira sabedoria não é a que se ilustra, mas a que se vive e Jesus, como a fonte, a expressou em sua plenitude. O que de melhor há em qualquer ser humano é o reflexo da presença de Deus nele. Buda não é o senhor na história da espiritualidade humana, Jesus é.

    Alguém disse certa vez que “a filosofia é serva da teologia” e humildemente concordo com tal pensamento. O princípio da sabedoria está em discernir que não somos o centro da verdade, mas Deus em Cristo é a verdade. É Nele, portanto, que devemos buscar as respostas para nossas questões existenciais.

    O homem com todo o seu conhecimento cientifico e filosófico não encontrará as verdadeiras respostas longe de Cristo. Neste ponto, a Bíblia é infalível e ineerante. Ela nos dá as respostas principais e mais importantes: de onde viemos, quem somos e para onde vamos. Ela é o autorizado revelador da vontade divina para o homem em todos os aspectos, principalmente os morais e espirituais.

    Por isso, ela não se furta em revelar as condutas falhas de homens que ao mesmo tempo ela expõe como heróis da fé. Homens como Abrão,Moisés, Josué, Sansão, Davi, etc representam muito bem cada um de nós. O que deve ser aprendido, então, é o poder transformador de uma vida relacionada com Deus. Sem Deus não há transformação.

  15. O que Buda e os grandes mestres espirituais pregam é exatamente o contrário, o homem buscando nele mesmo a divindade. Neste caso há o inverso do que poderíamos chamar de sabedoria. Pelo menos no que concerne a verdadeira sabedoria. Aquela que requer a compreensão de quem é Deus e quem somos realmente nós.

    Ser um com Deus, segundo a Bíblia, não significa dizer ser participante da natureza divina a ponto de ser Deus. Segundo a Bíblia, ser um com Deus é ter em si o caráter de Deus. Foi isto que Cristo quis dizer quando nos pediu para sermos um com Ele.

    Esta para mim é a grande armadilha do pensamento dos “místicos iluminados”. As teorias filosóficas propõe a idéia de que a espiritualização do homem o transforma em expressão máxima do ser: deus.

    A Bíblia afirma que somos criaturas e criatura em sua natureza não será jamais Criador. O que Deus quer de nós, como humanos, é que sejamos transformados espiritualmente, no sentido de que saibamos subjugar a nossa natureza carnal através de uma vida submissa aos princípios da verdade, que é Ele mesmo. Deus quer que voltemos a refletir o Seu caráter, perdido em nossa rebelião em reconhecer Sua soberania sobre nós.

    A má compreensão das Escrituras é revelada nas atitudes dos homens, mesmo e principalmente daqueles que se professam cristãos.
    A Bíblia é um dos livros mais vendidos no mundo, mas com certeza é o mais mal compreendido também. Há que se separar as ações dos homens das de Deus.

    Eu leio a Bíblia e aceitei seus princípios de vida ali ensinados e para mim é uma grande injustiça afirmar que o “Discernimiento que nos aporta las pruebas o elementos de juicio que nos dan la certeza que el profetismo judío o revelación bíblica es un mito perverso, semillero del mal que enerva a sus seguidores provocándoles: alucinaciones, cretinismo, delirios, histeria y paranoia, al no concordar los dogmas con la realidad; engendrando la bibliolatría, el fanatismo, la intolerancia, el puritanismo hipócrita, e impidiendo su desarrollo espiritual”.

    Lembre-se que Jesus disse que o joio existia junto com o trigo. A alguns pretensos líderes religiosos Jesus chamou abertamente de hipócritas, raças de víboras. A outros cegos espirituais. A Bíblia não nega essa realidade, ao contrário ela o afirma. O problema estaria realmente com a Bíblia ou com os homens e suas “grandes demonstrações de fé?”

    Sou cristã, leio a Bíblia e nem por isso sou racista, assassina, etc. Como cristã não idolatro a Bíblia, ela não teria o menor sentido para mim se Cristo não fosse o centro de minha adoração. Reconheço, porém, que há muitos que se utilizam dela para agir mal. Muitos a têm aberto e a feito dizer coisas que ela jamais disse.

    Muitos em nome da religião (falsa religião) têm se escondido atrás dela para cumprir seus interesses arrogantes, soberbos. A Bíblia não ensina a sermos racistas, nem assassinos. Ela apresenta um padrão segundo o qual Deus deseja que vivamos. O problema é que o homem é moralmente livre e suas ações implicam conseqüências.

    Mas, não se preocupe, a mentira perde sua força na presença da verdade. Está claro na Bíblia a quem muito é dado muito será exigido. Ao homem foi dado o livre arbítrio e ele terá que responder diante de Deus por essa liberdade moral. O mal não dará a última resposta, essa é uma das maiores verdades escritas na Bíblia.

    Um grande abraço

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