Alguns Comentários e Reflexões de Gálatas 2 por Timothy Keller, Richard Coekin e Carl Cosaert

Texto Estudo 1

“Paulo se admira do fato de as igrejas da Galácia inverterem o evangelho verdadeiro, que produz graça e paz em nossa vida e glória para Deus. Deus trabalhou em Paulo antes de salvá-lo e o equipou para pregar o evangelho. A viagem de Paulo a Jerusalém provou que o evangelho apostólico envolve apenas a fé em Cristo.

Leia Gálatas 2.1-10

Quando Paulo foi “a Jerusalém” (v. 1 ), não o fez por temer que sua mensagem estivesse errada. Ele era um apóstolo, recebia “revelação” (v. 2) de Deus – não precisava conferi-la com mais ninguém! Mas receava que “tivesse corrido inutilmente” (v. 2).

Como vimos no primeiro encontro, “falsos irmãos” andavam ensinando que a fé em Cristo não bastava, pois diziam: “Você é salvo tanto pela fé em Jesus quanto pela obediência à lei judaica” – como a lei que determina a necessidade da circuncisão. Se os líderes da igreja em Jerusalém concordassem com eles, a igreja teria se dividido em gentílica e judaica, “fé somente” e “fé mais obras”.

1- Se tivessem concordado com os “falsos irmãos” e tomado a decisão contrária, como a “verdade do evangelho” teria se perdido?

2- Aprofunde-se

Tanto Paulo quanto os líderes de Jerusalém faziam dos pobres uma prioridade (v. 1 O).

2.1 -Leia Levítico 23.22 e Deuteronômio 15.7,8

Como o povo de Deus na terra de Israel deveria tratar os pobres que viviam em seu meio?

2.2 – Leia 1 João 3.16, 17 e 2Coríntios 8.8-15

Como o povo de Deus trata os pobres em seu meio hoje em dia?

Que exemplos 2Coríntios nos dá?

2.3- Leia Mateus 5.43-48 e 25.31-46

O que o cuidado ou a falta de cuidado com os pobres revela a nosso respeito?

Por que é justo que os apóstolos considerassem prioritário concordar em se lembrar dos pobres (GI 2. 1 O)? Como isso o desafia individualmente? E como desafia a igreja local?

2.4- De que formas o evangelho confere liberdade às pessoas que a “salvação por méritos” não é capaz de conferir?

2.5- Embora passar tempo a sós com Deus seja uma parte fundamental da vida cristã, ela, ainda assim, não é solitária por definição. O compromisso com a igreja e sua unidade são importantes.

Até que ponto você está profundamente enraizado na vida da igreja?

O que tem feito para manter e demonstrar a unidade com outros cristãos?

Em que situações você corre o risco de ficar escolhendo o que precisa extrair da vida da igreja, em vez de servir aos outros por intermédio da vida da igreja?

Leia Gálatas 2.11-21

2. Pedro era um dos amigos mais chegados de Jesus, a quem tinha visto ensinar, curar, viver, morrer e ressuscitar. O que há de surpreendente no versículo 11?

De que formas podemos insistir para que outros cristãos ajam como nós  (ou mesmo lhes impor padrões superiores àqueles que adotamos para nós mesmos)?

[…] o versículo 18 é muito difícil! É provável que signifique: “Aquele que mantém o mesmo estilo de vida depois de supostamente aceitar a Cristo prova que na verdade não entendeu o evangelho, mas só estava procurando uma desculpa para desobedecer a Deus”.

No entanto, os versículos de 19 a 21 contêm a maior parte da argumentação de Paulo. São muito poderosos, de modo que nos concentraremos neles durante o resto do estudo …

“Pela lei” (v. 19)-ou seja, enquanto tentava obedecer a ela e ao perceber que jamais conseguiria fazê-lo-, Paulo compreendeu que a lei não podia salvá-lo.

No versículo 19, Paulo mostra que, quando estava tentando se salvar pela obediência à lei, não era capaz de “viver para Deus”. Em sua opinião, por que isso ocorreu?

A partir desses versículos, o que é “a verdade do evangelho”?

Em que áreas da vida você considera mais difícil viver “conforme a verdade do evangelho”?

Paulo ajudou Pedro, mostrando-lhe o evangelho da justificação pela fé. Não se limitou a dizer que ele estava entendendo tudo errado!

Como você encara o evangelho: como um ingresso para o céu no futuro ou um manifesto para toda a vida hoje?

Cabe a nós alinhar todos os aspectos de nossa vida – pensamentos, sentimentos e comportamento – “em conformidade” com o evangelho. Você tem feito isso conscientemente? A cada manhã olha para a frente no seu dia e pensa sobre como o evangelho impactará o que e como você faz?”    (O valor inestimável do evangelho – Timothy Keller}

Texto Estudo 2

Refletindo um pouco mais em Gálatas 2: Um evangelho de liberdade?

Texto Estudo 3

Conflitos dentro da igreja

“Com certeza, tudo que é humano é imperfeito, e não demorou muito para que começassem os problemas dentro da primitiva comunidade de fé. Para começar, nem todos ficaram satisfeitos com a entrada dos gentios cristãos na igreja primitiva. A divergência não foi sobre o conceito de uma missão entre os gentios, mas sobre a base na qual os gentios deveriam ser autorizados a se unir à igreja. Alguns achavam que a fé em Jesus, apenas, não era suficiente como sinal característico do cristão; a fé, eles argumentavam, devia ser complementada com a circuncisão e obediência à lei de Moisés. Para ser um verdadeiro cristão, eles afirmavam, os gentios deviam ser circuncidados (em Atos 10:1–11:18, podemos ver a extensão da divisão entre judeus e gentios, na experiência de Pedro com Cornélio e na reação que se seguiu). As visitas oficiais de Jerusalém, que observaram o trabalho de Filipe entre os samaritanos (At 8:14) e o trabalho com os gentios em Antioquia (At 11:22), podem sugerir alguma preocupação acerca da inclusão dos não judeus na comunidade cristã. No entanto, a reação que ocorreu quando Pedro batizou Cornélio, um soldado romano incircunciso, foi um claro exemplo da discordância que existia entre os primeiros cristãos sobre a questão dos gentios. A inclusão de um gentio ocasional, como Cornélio, pode ter feito com que alguns se sentissem desconfortáveis, mas os esforços intencionais de Paulo para abrir totalmente as portas da igreja para os gentios na base da fé em Jesus somente resultou em tentativas deliberadas, por parte de alguns, para prejudicar o ministério de Paulo.

Leia Atos 15:1-5

Embora o concílio de Jerusalém, em Atos 15, finalmente tivesse se unido a Paulo na questão da circuncisão, a oposição ao ministério de Paulo continuou. Cerca de sete anos mais tarde, durante a última visita de Paulo a Jerusalém, muitos ainda desconfiavam do evangelho que ele pregava. De fato, quando Paulo visitou o templo, quase perdeu a vida, quando os judeus da Ásia clamaram: “Israelitas, socorro! Este é o homem que por toda parte ensina todos a serem contra o povo, contra a lei e contra este lugar” (Atos 21:28; 21:20, 21).

Paulo fora anteriormente reconhecido como zeloso defensor da religião judaica e implacável perseguidor dos seguidores de Jesus. Corajoso, independente, perseverante, seus talentos e preparo o teriam capacitado a servir quase em qualquer atividade. Era capaz de arrazoar com clareza extraordinária e, por seu fulminante sarcasmo, podia colocar o adversário em posição nada invejável. E agora os judeus viam esse jovem extraordinariamente promissor unido com aqueles a quem antes perseguira, pregando destemidamente no nome de Jesus.

“Um general que tomba em combate está perdido para seu exército, mas sua morte não acrescenta força ao inimigo. Mas quando um homem preeminente se une às forças opositoras, não apenas se perdem seus serviços como ganham decidida vantagem aqueles com quem ele se uniu. Saulo de Tarso, em caminho para Damasco, podia facilmente ter sido fulminado pelo Senhor, e muita força se teria retirado do poder perseguidor. Porém, Deus, em Sua providência, não apenas poupou a vida de Saulo, mas converteu-o, transferindo assim um campeão do campo do inimigo para o lado de Cristo. Orador eloquente e crítico severo, Paulo, com seu decidido propósito e inquebrantável coragem, tinha as próprias qualificações necessárias à igreja primitiva” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 124).

Reflita:

1. Que lição podemos aprender do fato de que alguns dos mais duros opositores de Paulo eram judeus que acreditavam em Jesus?

2. Como você pode defender questões de princípios religiosos e, ao mesmo tempo, ter certeza de que não está lutando contra Deus?

3. O encontro de Saulo com Jesus ressuscitado, na estrada de Damasco, foi o momento decisivo em sua vida e na história da igreja primitiva. Deus mudou o antigo perseguidor da igreja e fez dele Seu apóstolo escolhido para levar o evangelho ao mundo gentílico. Entretanto, a iniciativa de Paulo, ao incluir os gentios na igreja somente pela fé, provou-se um conceito difícil para alguns aceitarem – um poderoso exemplo de como preconceito e discriminação podem dificultar a missão.

4. Ponha-se na posição desses fiéis judeus que estavam preocupados acerca do ensino de Paulo. Por que sua preocupação e oposição fazia algum sentido? Como nossas ideias preconcebidas, bem como as noções culturais (e até mesmo as religiosas), podem nos desviar do caminho correto? Como podemos evitar o mesmo tipo de erros, não importando o quanto sejamos bem-intencionados?

5. Como podemos nos adaptar às variadas formas da pregação do evangelho, como fez a igreja primitiva?

6. No começo, a nova igreja enfrentou a oposição determinada do fanático Saulo de Tarso, mas sua transformação em resposta ao chamado de Deus resultou no desenvolvimento de um forte ministério aos gentios.

7.  Você quer se tornar realmente mau? Não mau como um “incompreendido”, não mau como o tipo de pessoa “diamante bruto”, com o notório coração de ouro, mas mau como alguns dos homens mais perversos do mundo? Você deve começar convencendo a si mesmo de que você é bom. Tão bom que você se considera melhor do que qualquer pessoa. Ou que você não pode fazer nada de errado. Não apenas isso, mas porque você tem Deus ao seu lado, quem se opõe a você se opõe a Deus. O filósofo e matemático francês Blaise Pascal escreveu: “Os homens nunca fazem o mal tão completa e alegremente como quando o fazem a partir de uma convicção religiosa”. Poderia ser você. Poderia ser qualquer um de nós se, em devoção equivocada, nos colocássemos no lugar de Deus e parássemos de ouvir o verdadeiro Deus.

8. Saulo de Tarso. Ele prosseguia em seu caminho para se tornar, como ele disse mais tarde, o principal dos pecadores (1Tm 1:15). Mas Deus tinha outros planos para ele. É importante ter certeza, de maneira sensata, a respeito do que acreditamos e por que acreditamos. Como podemos equilibrar essa exigência com a necessidade de humildade para perceber que nossas ideias e percepções são falíveis e podem precisar de mudança, à medida que aprofundamos nosso relacionamento com Deus e nosso entendimento de Sua Palavra?

9. Como cristãos e estudantes da Bíblia, vemos Saulo de Tarso como um grande perseguidor. Mas pouco sabemos sobre ele ou suas atividades antes dos eventos contados nesses versos. Ele tinha opiniões fortes sobre os cristãos primitivos, antes de assistir à pregação de Estêvão? Obviamente, a pregação de Estêvão foi suficiente para motivá-lo a algum tipo de ação, mas por quê? Foi ele atraído pela mensagem, ao mesmo tempo em que tinha aversão a ela? Ele sabia que ela era verdadeira, mesmo quando tentava forçar a si mesmo e aos outros a acreditar que não era?

10. Assim como Saulo de Tarso, podemos ter certeza absoluta do que acreditamos, e sobre isso estar absolutamente errados. Estar aberto à direção de Deus significa estar aberto a surpresas, mesmo quando elas não são fáceis nem agradáveis.

11. Os primeiros cristãos judeus tinham que ser despertados para o fato de que o evangelho era para todos, mesmo os gentios.

12. Temos boas razões para acreditar que o relato dos eventos de Atos foram contados a Lucas (o autor de Atos, bem como do evangelho que leva seu nome) pelo próprio Paulo, e que Paulo tivesse insistido bastante para que Lucas mencionasse seu papel e seu consentimento. E vários versos mais à frente, em Atos 8:1-5, foi demonstrado que ele era o perseguidor sanguinário que todos conhecemos. Por que Paulo não teve um papel mais ativo no apedrejamento de Estêvão? Ele era um manipulador nos bastidores, ou estava esperando para ver o que fariam as autoridades que ele venerava e cujo exemplo seguia? Em qualquer caso, sua decisão de facilitar esse ato de violência coletiva, disfarçada de justiça teocrática, o tornou culpado como se ele mesmo tivesse recolhido e jogado todas as pedras, embora aparentemente ele não tivesse praticado nenhuma ação. Somente a graça de Deus poderia desviá-lo do caminho que ele livremente havia escolhido para si.

13. As palavras bíblicas que geralmente traduzimos como “conversão” (sub em hebraico e epistrophe, em grego) se referem a uma virada ou um retorno a Deus ou ao caminho que conduz a Ele. Por isso, é um ato da vontade, auxiliado por Deus ou Seu Espírito. Saulo, por outro lado, não se converteu por si mesmo; mais do que isso, ele foi convertido. Até o momento em que o Cristo vivo apareceu e o incapacitou, não vemos nenhum sinal de mudança de coração em Saulo. As passagens nos capítulos 8 e 9 não dizem nada sobre seu estado interno. Vemos bastante sobre seu estado externo, vividamente descrito em termos que lembram um animal feroz e predador (At 8:3). O Espírito Santo estava trabalhando nele? Sem dúvida, mas para ver isso seria preciso fé maior do que a maioria tinha naquele tempo e do que muitos têm hoje.

A experiência de Saulo foi uma conversão que resultou em uma mudança dramática de sua trajetória anterior. E por mais irresistível que a experiência e o chamado tenham sido, e por mais absurda que seja esta ideia ao leitor, Saulo poderia ter rejeitado o chamado – pelo menos em teoria. Mas o que aconteceu ali? Em primeiro lugar, Saulo foi privado de suas faculdades, incluindo a visão. Deus tirou as coisas das quais Saulo dependia. Tudo o que ele podia fazer era sentar e ouvir. E quando Deus finalmente obteve toda a atenção dele, então, deu a Saulo uma revelação, que ele descreveu mais tarde, em diversos lugares, como uma visão do Cristo ressuscitado.

Por mais incrédulos que os outros pudessem ter sido, Paulo não hesitou em comparar essa experiência com a dos apóstolos, que haviam andado e falado pessoalmente com Jesus Cristo, durante Seu ministério terrestre. Jesus Cristo deu a Saulo o melhor que Ele tinha, o homem que menos merecia isso. Para alguns, essa generosidade pode ter sido desconcertante ou até mesmo revoltante. Mas se alguém tem consciência de que é um pecador necessitado da graça, a conversão de Saulo demonstra o quanto a graça é ilimitada e poderosa.

. Na realidade, pouca coisa é dita sobre o início da vida de Saulo e as influências que o moldaram. Em sua opinião, que motivos ele teve para perseguir os cristãos? Em Atos 9:5, a misteriosa voz se refere a Saulo dando murros contra os aguilhões. Como exatamente Deus estava “ferindo Saulo com o aguilhão”, mesmo quando ele parecia agir de forma muito contrária à vontade de Deus?

. Como você reage quando uma pessoa de quem você desconfia, ou tem motivos para temer ou rejeitar, parece ter mudado para melhor?

. Todos enfrentamos situações ou pessoas difíceis. Como reagimos? Será que temos um ataque de fúria? Dizemos certas palavras e frases quando pensamos que ninguém pode ouvi-las? Será que nutrimos silenciosamente nossos ressentimentos? Medite sobre a graça ao se deparar com uma situação ou relacionamento desafiadores. Considere isso como oportunidades para aprender ou uma oportunidade para praticar a demonstração da graça. Quando os pensamentos habituais entrarem em sua mente e, talvez, saírem de sua boca, conscientemente pense – e diga – algo diferente. Proteja seus pensamentos com um verso bíblico apropriado. “ (Lição da Escola Sabatina 2011: O Evangelho em Gálatas – Carl Cosaert)

Você pode ver mais sobre o estudo de Gálatas aqui

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