De perseguidor a discípulo

Fonte da imagem: internet



Escrito por Ellen White¹, publicado pela Casa Publicadora Brasileira. Este capítulo é baseado em Atos 9:1-18.






Entre os guias judeus que ficaram profundamente abalados com o êxito que acompanhava a proclamação do evangelho, encontrava-se, preeminentemente, Saulo de Tarso. Cidadão romano de nascimento, Saulo era não obstante judeu por descendência, e fora educado em Jerusalém pelos mais eminentes rabis. “Da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim”, era Saulo “hebreu de hebreus”; segundo a lei, foi “fariseu, segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”. (Filipenses 3:5-6). Era considerado pelos rabinos como um jovem altamente promissor, e grandes esperanças eram acariciadas com respeito a ele como capaz e zeloso defensor da antiga fé. Sua elevação a membro do Sinédrio colocou-o numa posição de poder.

Saulo tinha tomado parte de destaque no julgamento e condenação de Estêvão, e a impressionante evidência da presença de Deus com o mártir o deixara em dúvida quanto à justiça da causa que ele havia assumido contra os seguidores de Jesus. Sua mente estava profundamente agitada. Em sua perplexidade, consultou aqueles em cuja sabedoria e juízo tinha plena confiança. Os argumentos dos sacerdotes e príncipes convenceram-no, afinal, de que Estêvão fora um blasfemo, que o Cristo que o discípulo martirizado pregara fora um impostor e que tinham forçosamente de ter razão esses que ministravam no santo serviço.

Não foi sem um rigoroso exame que Saulo chegou a essa conclusão. Mas, afinal, sua educação, seus preconceitos, seu respeito para com os mestres antigos, e seu orgulho e popularidade deram-lhe força para rebelar-se contra a voz da consciência e a graça de Deus. E, resolvido plenamente a dar razão aos sacerdotes e escribas, Saulo fez acérrima oposição às doutrinas ensinadas pelos discípulos de Jesus. Sua atividade, fazendo com que homens santos e santas mulheres fossem arrastados perante os tribunais, onde alguns eram condenados à prisão, e outros à morte, unicamente por causa de sua fé em Jesus, trouxe tristezas e pesares à igreja recém organizada, e fez muitos buscarem segurança na fuga.

Os que foram expulsos de Jerusalém por essa perseguição “iam por toda a parte, anunciando a Palavra”. (Atos 8:4). Entre as cidades para as quais foram, achava-se Damasco, onde a nova fé ganhou muitos conversos.

Os sacerdotes e príncipes tinham esperado que, por um esforço vigilante e severa perseguição, a heresia pudesse ser suprimida. Compreendiam agora que deveriam prosseguir em outros lugares com as medidas decisivas tomadas em Jerusalém contra o novo ensino. Para o trabalho especial que desejavam fosse feito em Damasco, Saulo ofereceu sua ajuda: “Respirando ainda ameaças, e mortes contra os discípulos do Senhor”, ele “dirigiu-se ao sumo sacerdote, e pediu-lhe cartas para Damasco para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém”. (Atos 9:1-2). Assim, “com poder e comissão dos principais dos sacerdotes” (Atos 26:12), Saulo de Tarso, e usando de toda a força e vigor, e ardendo em um zelo equivocado, pôs-se a caminho naquela memorável jornada, cujas estranhas ocorrências deveriam mudar todo o curso de sua vida.

No último dia da viagem, “ao meio-dia” (Atos 26:13), quando os cansados viajantes se aproximavam de Damasco, seus olhos contemplaram o cenário de amplas extensões de terras férteis, belos jardins e pomares frutíferos, banhados pelas refrigerantes correntes das montanhas ao redor. Depois da longa viagem por áreas desoladas, tais cenas eram na verdade aprazíveis. Enquanto Saulo e seus companheiros se deleitavam na contemplação da planície frutífera e da bela cidade abaixo, “subitamente” (Atos 9:3), como ele mais tarde declarou, “envolveu a mim e aos que iam comigo” “uma luz do céu, que excedia o esplendor do Sol” (Atos 26:13), por demais gloriosa para que os olhos mortais a suportassem. Cego e desorientado, Saulo caiu prostrado ao chão.

Enquanto a luz continuava a resplandecer em redor deles, Saulo ouviu “uma voz que… falava… em língua hebraica” (Atos 26:14), e “que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que Me persegues? E Ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões”. (Atos 9:4-5). Cheios de temor e quase cegados pela intensidade da luz, os companheiros de Saulo ouviram a voz, mas a ninguém viram. Saulo, porém, compreendeu as palavras que foram faladas; e a ele claramente foi revelado Aquele que falou, a saber, o Filho de Deus. No Ser glorioso que estava diante dele, viu o Crucificado. Na mente do judeu surpreso, a imagem do rosto do Salvador ficou gravada para sempre. As palavras faladas lhe atingiram o coração com terrível força. Nos entenebrecidos recessos do espírito derramou-se-lhe uma inundação de luz, revelando a ignorância e o erro de sua vida anterior e sua presente necessidade de esclarecimento do Espírito Santo.

Saulo viu agora que, ao perseguir os seguidores de Jesus, em realidade tinha estado a fazer a obra de Satanás. Viu que suas convicções do direito e de seu próprio dever tinham estado grandemente baseadas em sua implícita confiança nos sacerdotes e príncipes. Tinha crido neles quando lhe afirmaram que a história da ressurreição de Cristo fora um artifício forjado pelos discípulos. Agora que o próprio Jesus Se lhe revelara, Saulo estava convencido da veracidade das reivindicações feitas pelos discípulos.

Naquela hora de iluminação celestial, o espírito de Saulo agiu com notável rapidez. Os registros proféticos das Escrituras Sagradas abriram-se-lhe à compreensão. Viu que a rejeição de Jesus pelos judeus, Sua crucifixão, ressurreição e ascensão, tinham sido preditas pelos profetas e demonstravam ser Ele o Messias prometido. O sermão de Estêvão, por ocasião de seu martírio, foi de maneira impressiva trazido à lembrança de Saulo, e ele compreendeu que o mártir sem dúvida contemplava “a glória de Deus”, quando disse: “Eis que vejo os Céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus”. (Atos 7:55-56). Os sacerdotes tinham declarado blasfemas essas palavras, mas Saulo agora sabia que elas eram verdade.

Em tudo isso, que revelação para o perseguidor! Saulo sabia, agora com certeza, que o prometido Messias viera à Terra na pessoa de Jesus de Nazaré, que fora rejeitado e crucificado por aqueles a quem viera salvar. Sabia também que o Salvador ressurgira triunfalmente do túmulo e ascendera ao Céu. Naquele momento de revelação divina, Saulo lembrou-se com terror de que Estêvão, que dera testemunho de um Salvador crucificado e ressuscitado, fora sacrificado com seu consentimento, e que, mais tarde, por seu intermédio, muitos outros dignos seguidores de Jesus haviam encontrado a morte pela perseguição cruel.

O Salvador falara a Saulo por intermédio de Estêvão, cujo claro raciocínio não pôde ser contraditado. O erudito judeu tinha visto a face do mártir refletindo a luz da glória de Cristo, sendo sua aparência “como o rosto de um anjo”. (Atos 6:15). Testemunhara sua clemência pelos inimigos e o perdão que lhes concedera. Tinha testemunhado também a decidida e até alegre resignação de muitos de cujo tormento e aflição tinha sido causa. Tinha visto alguns deporem a própria vida com regozijo, por amor de sua fé.

Todas essas coisas tinham apelado altamente a Saulo, e, às vezes, se lhe alojara na mente uma quase avassaladora convicção de que Jesus era o prometido Messias. Nessas ocasiões, ele havia lutado noites inteiras contra essa convicção, e sempre terminara por manter a crença de que Jesus não era o Messias, e que Seus discípulos eram fanáticos iludidos.

Agora, Cristo falara a Saulo com Sua própria voz, dizendo: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” E a interrogação: “Quem és, Senhor?” foi respondida pela mesma voz: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. (Atos 9:4- 5). Cristo aqui Se identifica com Seu povo. Perseguindo os seguidores de Jesus, Saulo tinha batalhado diretamente contra o Senhor do Céu. Em os acusar falsamente, e falsamente testificar contra eles, havia acusado falsamente a Jesus e falsamente testificado contra o Salvador do mundo.

Nenhuma dúvida assaltou a mente de Saulo quanto a ser Aquele que lhe falara Jesus de Nazaré, o tão longamente esperado Messias, a consolação e redenção de Israel. “E ele, tremendo e atônito”, perguntou: “Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer”. (Atos 9:6).

Quando se retirou a glória e Saulo se levantou do chão, achou-se completamente despojado da visão. O brilho da glória de Cristo fora por demais intenso para seus olhos mortais e, desaparecido esse brilho, a escuridão da noite invadiu-lhe a visão. Ele creu que essa cegueira era um castigo divino por sua cruel perseguição aos seguidores de Jesus. Em terríveis trevas tateava em torno, e seus companheiros, em temor e pasmo “guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco”. (Atos 9:8).

Na manhã desse acidentado dia, Saulo tinha-se aproximado de Damasco com sentimentos de presunção por causa da confiança nele depositada pelos principais dos sacerdotes. Havia sido confiada a ele grande responsabilidade. Fora comissionado para promover os interesses da religião judaica, impedindo, se possível, a disseminação da nova fé em Damasco. Determinara que sua missão seria coroada de êxito e, com ávida antecipação, olhava as experiências que o aguardavam.

Quão diferente do que imaginara foi sua entrada na cidade! Ferido de cegueira, desorientado, torturado pelo remorso, não sabendo se outros juízos o aguardavam ainda, procurou ali a casa do discípulo Judas, onde, em solidão, teve ampla oportunidade para refletir e orar.

Saulo “esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu”. (Atos 9:9). Esses dias de íntima agonia tiveram para ele a duração de anos. Vezes sem conta ele recordava, com o espírito angustiado, a parte que tinha desempenhado no martírio de Estêvão. Com horror, pensava em sua culpa por se haver deixado controlar pela maldade e preconceito dos sacerdotes e príncipes, mesmo quando a face de Estêvão fora iluminada pelas radiações do Céu. Com o espírito triste e quebrantado, reconsiderou as inúmeras vezes que tinha fechado os olhos e os ouvidos às mais tocantes evidências, e persistentemente incrementara a perseguição aos crentes em Jesus de Nazaré.

Esses dias de exame de consciência e humilhação do coração foram passados em reclusão íntima. Os crentes, tendo sido advertidos dos propósitos de Saulo em vir a Damasco, temiam estivesse ele fingindo, para mais facilmente iludi-los; e se mantinham arredios, recusando-lhe sua simpatia. Ele não desejava apelar aos judeus não convertidos, aqueles com quem planejara unir-se na perseguição aos crentes; pois sabia que nem sequer dariam ouvidos a sua história. Assim, parecia-lhe estar separado de toda a simpatia humana. Sua única esperança de ajuda estava no misericordioso Deus, e para Ele apelou com o coração quebrantado.

Durante as longas horas em que Saulo estivera fechado a sós com Deus, relembrou muitos textos das Escrituras referentes ao primeiro advento de Cristo. Com a memória aguçada pela convicção de que estava possuído, cuidadosamente seguiu o fio das profecias. Ao refletir no significado dessas profecias, ficou pasmado ante a cegueira de entendimento de que estivera possuído, bem como a dos judeus em geral, que os levara à rejeição de Jesus como o Messias prometido. A sua iluminada visão, tudo agora parecia claro. Sabia que seu anterior preconceito e incredulidade tinham-lhe obscurecido a percepção espiritual, impedindo-o de discernir em Jesus de Nazaré o Messias da profecia.

Ao render-se Saulo inteiramente ao convincente poder do Espírito Santo, viu os erros de sua vida e reconheceu a amplitude dos reclamos da lei de Deus. Aquele que fora um orgulhoso fariseu, confiante na justificação por suas boas obras, curvou-se, então, perante Deus com a humildade e simplicidade de uma criancinha, confessando sua indignidade e pleiteando os méritos de um Salvador crucificado e ressurgido. Saulo ansiava por entrar em inteira harmonia e comunhão com o Pai e o Filho; e na intensidade de seu desejo de perdão e aceitação, elevou ferventes súplicas ao trono da graça.

As orações do penitente fariseu não foram em vão. Os mais secretos pensamentos e emoções de seu coração foram transformados pela divina graça; e Suas nobres faculdades foram postas em harmonia com os eternos propósitos de Deus. Cristo e Sua justiça passaram a representar para Saulo mais que o mundo inteiro.

A conversão de Saulo é notável evidência do miraculoso poder do Espírito Santo para convencer os homens do pecado. Ele havia crido que, de fato, Jesus de Nazaré havia desconsiderado a lei de Deus, ensinando aos Seus discípulos ser a mesma de nenhum valor. Mas, depois de sua conversão, Saulo tinha reconhecido Jesus de Nazaré como Aquele que viera ao mundo com o propósito expresso de defender a lei de Seu Pai. Estava convencido de que Jesus fora o originador de todo o sistema judaico de sacrifícios. Viu que o tipo da crucificação tinha encontrado o antítipo; que Jesus havia cumprido as profecias do Antigo Testamento, concernentes ao Redentor de Israel.

No relato da conversão de Saulo, encontramos importantes princípios que devemos sempre ter em mente. Saulo foi levado diretamente à presença de Cristo. Foi uma pessoa designada por Cristo para uma importantíssima obra, alguém que seria “um vaso escolhido” (Atos 9:15), para Ele; no entanto, o Senhor não lhe disse imediatamente qual era a obra para ele designada. Embargou-lhe o caminho e convenceu-o do pecado; e quando Saulo perguntou: “Que queres que faça?”(Atos 9:6) o Salvador colocou o indagador judeu em contato com Sua igreja, para que obtivesse o conhecimento da vontade de Deus em relação a ele.

A maravilhosa luz que iluminara as trevas de Saulo era obra do Senhor; mas havia também um trabalho a ser feito em favor dele pelos discípulos. Cristo tinha realizado a obra de revelação e convicção. Agora, o penitente estava em condições de aprender daqueles a quem o Senhor tinha ordenado que ensinassem a Sua verdade.

Enquanto em recolhimento na casa de Judas, Saulo continuava em oração e súplica, o Senhor apareceu em visão a “certo discípulo” em Damasco, “chamado Ananias”, dizendo-lhe que Saulo de Tarso estava orando e necessitava de auxílio. “Levanta-te, e vai à rua chamada Direita,” disse o mensageiro celestial, “e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; e numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver”. (Atos 9:10-12).

Ananias mal podia crer nas palavras do anjo; pois a notícia da tenaz perseguição aos santos em Jerusalém tinha-se espalhado amplamente. Atreveu-se a argumentar: “Senhor, a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos Teus santos em Jerusalém; e aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o Teu nome” Mas a ordem foi imperativa: “Vai, porque este é para Mim um vaso escolhido, para levar o Meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel”. (Atos 9:13-15).

Obediente à orientação do anjo, Ananias saiu em busca do homem que ainda pouco antes havia respirado ameaças contra todos os que criam no nome de Jesus; e colocando as mãos sobre a cabeça do penitente sofredor, disse: “Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado”. (Atos 9:17-18).

Dessa maneira confirmou Jesus a autoridade de Sua igreja organizada, e pôs Saulo em contato com Seus instrumentos apontados na Terra. Cristo tinha, agora, uma igreja como Sua representante na Terra, e a ela pertencia a obra de dirigir os pecadores arrependidos no caminho da vida.

Muitos têm a ideia de que são responsáveis somente a Cristo pela luz e experiência que possuem, independentemente de Seus reconhecidos seguidores na Terra. Jesus é o Amigo dos pecadores, e Seu coração se confrange por seu infortúnio. Ele possui todo o poder, tanto no Céu como na Terra; mas respeita os meios por Ele ordenados para o esclarecimento e salvação das pessoas; dirige os pecadores para a igreja por Ele feita instrumento de luz para o mundo.

Quando, em meio ao seu erro e cego preconceito, Saulo recebeu uma revelação de Cristo, a quem estava perseguindo, foi ele colocado em comunicação direta com a igreja, a qual é a luz do mundo. Nesse caso, Ananias representava Cristo, como representa também os ministros de Cristo sobre a Terra, os quais são indicados para agir em Seu lugar. No lugar de Cristo, Ananias tocou os olhos de Saulo para que ele recobrasse a visão. Em lugar de Cristo, colocou suas mãos sobre ele, e enquanto orava em nome de Cristo, Saulo recebeu o Espírito Santo. Tudo foi feito no nome e pela autoridade de Cristo. Cristo é a fonte; a igreja, o canal de comunicação.
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. Fonte: 1- Ellen White, Atos dos Apóstolos. Cap. 12


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4 respostas para De perseguidor a discípulo

  1. Anônimo diz:

    "Embargou-lhe o caminho e convenceu-o do pecado;" Qual o significado desse "embargo" em relação ao Livre Arbítrio Absoluto? A vontade de Saulo teria sido contrariada ou o arbítrio é relativo, e Deus, simplesmente, fez uso do direito que Lhe é devido? Deus jamais pratica desrespeito, Ele apenas dá a consciência necessária, no tempo oportuno, e nos capacita a fazer as escolhas certas. Afinal, todo pecado é, a rigor, um erro praticado por ignorância, segundo entendo."

    RFA

  2. Embargou-lhe para encontrar. É o bater a porta perguntando se pode entrar…

    Apocalipse 3:20

    O que nos é dito em Isaías 55:6-7?
    "Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto. Que o ímpio abandone o seu caminho, e o homem mau, os seus pensamentos. Volte-se ele para o Senhor, que terá misericórdia dele; volte-se para o nosso Deus, pois ele dá de bom grado o seu perdão."

    Eu entendo, Pedro, que o Senhor sabe tudo sobre nossa natureza caída. Há em nós uma natureza domada pelo pecado e com misericórdia e benignidade Ele nos ama , apesar de sermos quem somos. Deus não perdoa pecados, porque pecados não se perdoa, pecado se paga! Deus perdoa o pecador.

    É importante que entendamos o que de fato é o pecado. Não podemos confundi-lo com os seus frutos. O nosso problema não são os frutos , mas o pecado em si.

    Pecado aqui compreendido como um estado de rebelião, como herança, como uma lei presente na própria natureza humana (agora caída, não mais perfeita como criada originalmente). Pecado como um estado ou condição. Pecamos porque temos esta natureza caída. Pecado como um conceito relativo. Pecado como Culpa. Pecado como Deficiência inevitável. Pecado como Transgressão.

    Deus é um ser generoso. E o que é ser generoso? É ser rico em perdoar. É ser transbordante em perdoar. É perdoar mesmo antes de se suplicar perdão. É não ter mágoa de ninguém. É querer ter consigo aquele que machuca e ofende. Quem pode e sabe perdoar assim? Penso que somente Deus.

    Estamos vivos por Sua graça e bondade. E isto nunca será relativo da parte de Deus. É absoluto! Porque é a Sua própria natureza. Seu amor e perdão estarão sempre disponíveis para nós pecadores. A questão é estamos interessados no amor e perdão de Deus?

    Somos nós que impomos o pecado imperdoável: o pecado, a ofensa, contra o Espirito Santo. Nós limitamos o agir de Deus em nós. Dizemos : Vc só pode agir em mim até aqui. Que nome vc daria isto eu não sei!

    Só sei que Deus sabe onde se firma a tênue linha de nossa ignorância e de nossa prepotência. Ele é justo. Se somos condenados é porque merecemos e Ele é justo. Se somos perdoados é porque Ele é misericordioso e justo.

    Como autor de nossas vidas sim Ele tem direitos sobre nós , mas não é um usurpador de direito. Seremos sempre livres para escolher entre o bem e o mal, mas jamais poderemos definir o que é o bem e o mal. Isto é prerrogativa de Deus. Devemos aceitar o que Ele define como o bem e o mal porque Ele é onisciente, nós não. Aqui reside o verdadeiro pecado: querer ser Deus e definir a essência do que é bem e do que é mal. Ele já nos ensinou a nós de confiarmos ou não na definição do que Ele mesmo deu. Ultrapassar essa fronteira é usar o livre arbítrio tb, mas mais ainda ter responsabilidades para suportar as consequências.

    Ele foi ao encontro de Paulo. Paulo poderia ter recusado aceitar a Sua autoridade e continuar sua obra humana, segundo seus conceitos e definições. Mas, Paulo decidiu submeter-se e por isso a verdadeira transformação aconteceu. Mas Paulo era livre para dizer NÃO ao Cristo que lhe apareceu.

    O livre arbítrio é a coisa mais doce na teoria, mas é por vezes amargo… muito amargo na prática. Foi o risco que Deus correu , por ser livre como Ser, ao nos dar tão sublime dom. É o risco que corremos ao exercê-lo: ofendermos ou não a Deus.

    É assim que entendo…

  3. Anônimo diz:

    "É assim que eu entendo…" Parabéns pelo fecho. Eu só acrescentaria: "agora". Vejo tudo como sendo o resultado do conhecimento que se tem, "disso" ou "daquilo", e como o conhecimento é "absolutamente relativo", está se modificando a cada instante, principalmente para quem o busca. 1 – "Deus não perdoa pecados, porque pecados não se perdoa, pecado se paga! Deus perdoa o pecador." 2 – "Nós limitamos o agir de Deus em nós. Dizemos : Vc só pode agir em mim até aqui!" Esses entendimentos podem nos levar a reflexões muito mais amplas. Segundo entendo, agora.

  4. Se falamos em conhecimento humano sim, ele é relativo, pois o homem não é onisciente. Mas, quanto a Deus, a verdade de Deus não é relativa. É absoluta. É Jesus. E este é o único caminho para a verdadeira liberdade que só o perdão autêntico produz. Este é o Evangelho da salvação.Não há outro.

    O conselho de Deus é que O busquemos: Isaías 55:6-13

    A Bíblia é clara a respeito de como Deus lida com o pecado:

    'Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;' Romanos 3:23

    " “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” – Atos 17:30-31.

    João 3:16 nos dá a certeza de que a salvação é um dom de Deus.

    Recomendo:

    https://youtu.be/BTXdIlt_9Ak

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