Romanos 4: Comentário Pastor Benedito Muniz

Abraão foi justificado pela fé

1Que diremos, então, a respeito de Abraão, nosso pai segundo a carne? O que foi que ele conseguiu? 

2Porque, se Abraão foi justificado por obras, tem do que se orgulhar, porém não diante de Deus. 

3Pois o que diz a Escritura? Ela diz: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi atribuído para justiça.” 4Ora, para quem trabalha, o salário não é considerado como favor, mas como dívida. 

5Mas, para quem não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. 

Se a salvação fosse por alguma obra humana seria como pagamento. Como é pela Graça, então recebemos como oferta; a justiça (perdão) nos é imputada, creditada, sem que a mereçamos. A Justiça que nos é imputada é a Justiça perdoadora. Neste caso, não é o que merecemos, mas o que não merecemos. Merecíamos morte, mas Ele nos credita vida, tudo porque não confiamos em nossa ética, mas tivemos fé em Jesus, que é a própria Salvação. Amém!

O texto condena fazer pra merecer. Praticar pra ser aceito. Fazer pra merecer faz do pecador um merecedor e de Deus um devedor. Praticar pra ser aceito faz do pecador um autossuficiente a quem Deus deve Se ajustar. Tudo isso é paganismo e abominável na teologia bíblica salvação pela Graça. A mensagem bíblica de salvação é: Não faça, está feito! Não pratique, aceite! Não tente comprar a Deus, Ele o comprou! Não busque ser aceito, Ele já o aceitou! Apenas aceite que foi aceito! Sei que a pergunta é inevitável: E onde entra nossa obediência? Resposta: No pós aceitação da Graça perdoadora, onde seu papel não é convencer a Deus de que somos merecedores de Sua aceitação, mas sim, que fazemos Sua vontade porque fomos envolvidos por Graça salvífica. Nossa obediência é o efeito, nunca a causa.

6E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado aquele a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras. 

7Davi disse: “Bem-aventurados aqueles cujas transgressões são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; 8bem-aventurado aquele a quem o Senhor jamais atribuir pecado.”

A Justiça que Deus imputa (credita) ao arrependido é o Seu perdão. A Justiça punição foi imputada a Jesus. A nós é a Justiça compassiva. Qual o resultado dessa salvação? Bem-aventurança, isto, é felicidade! O cristão, inevitavelmente é feliz! Se não o é, então não compreendeu a grandeza do livramento da culpa e da condenação. Se sabe que seus pecados foram pagos e sua vida perdoada, como permanecer mergulhado em insegurança e apreensão? Temos a certeza da salvação e paz como uma conclusiva: “Bem-aventurado”! Para o justo, salvação não é possibilidade; é realidade! Uma quinta na paz dos justos!

Se Deus resolvesse imputar ao homem seus pecados este seria eliminado, pois o salário do pecado é a morte eterna. Por que é bem-aventurado? Porque “saiu morte para a vida” João 5:24). “Das trevas para a luz” (I Pedro 2:9). “Porque era cego e agora vê” (João 9:25). “Porque andava em temor, hoje não anda mais” (Romanos 8:15. “Porque estava longe de Deus, hoje está perto”. Efésios 1:13.Ao pecador Deus só tem perdão. A condenação não vem de Deus, vem da rejeição da Graça salvadora (João 3:18, 19). Oh imensa salvação, capaz de eliminar a culpa e instalar a paz.

9Esta bem-aventurança vem apenas sobre os circuncisos ou será que ela vem também sobre os incircuncisos? Porque dizemos: “A fé foi atribuída a Abraão para justiça.” 

“Circuncisão” é uma referência aos judeus que receberam as especiais revelações de Deus.”Incircuncisão” é uma referência aos povos gentios, aos nãos judeus. A Justiça de Deus é creditada a todos que confessam seus pecados e se entregam ao Senhor Deus. Quando Abrão recebeu a declaração de justo ainda era de terras pagãs (versos 10 e 11).Que boa notícia a todos os humanos: De fato Deus amou o mundo! Quitou a dívida da humanidade! Conhecimento da Sua Revelação é apenas para equipar os privilegiados de responsabilidade missionária. Fomos salvos para salvar, não para nos isolar.

10Como, pois, lhe foi atribuída? Estando ele já circuncidado ou sendo ainda incircunciso? Não foi no regime da circuncisão, mas quando ele ainda não havia sido circuncidado. 

Está falando de Abraão. A Justiça divina lhe foi imputada quando? Estando circuncidado ou antes? A resposta é: Antes! Conclusão: Esteja o pecador em que nação estiver, debaixo de que cultura viver, com o nível e noção sobre Deus que conhecer, assim que se entrega ao Senhor, o perdão para a vida eterna lhe é creditado. Israel e agora os cristãos, não eram, não são e nunca serão melhores do que qualquer pecador. A graça desconhece fronteiras, é globalizada para todas as nações e tribos. Ninguém é melhor que ninguém. Antes de Cristo chegar à vida o pecado nos nivela. Depois de Cristo, a Graça nos iguala. Somos irmãos usados por Deus para difundir a Salvação.

11E Abraão recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda não havia sido circuncidado. E isto para que ele viesse a ser o pai de todos os que creem, embora não circuncidados, a fim de que a justiça fosse atribuída também a eles. 

Abraão foi justificado pela fé quando ainda esta incircunciso. Paulo diz que isso prova que a Graça alcança o arrependido em qualquer lugar, independentemente da sua herança espiritual. Isso tem tudo a ver conosco que somos “gentios”. Dedique um tempinho e leia isso, para ver com estamos na fita: “Entre os habitantes do mundo, espalhados por toda a Terra, há os que não têm dobrado os joelhos a Baal. Como as estrelas do céu, que aparecem à noite, esses fiéis brilharão quando as trevas cobrirem a Terra, e densa escuridão os povos. Na África pagã, nas terras católicas da Europa e da América do Sul, na China, na Índia, nas ilhas do mar e em todos os escuros recantos da Terra, Deus tem em reserva um firmamento de escolhidos que brilharão em meio às trevas, revelando claramente a um mundo apóstata o poder transformador da obediência a Sua lei. Mesmo agora eles estão aparecendo em toda nação, entre toda língua e povo; e na hora da mais profunda apostasia, quando o supremo esforço de Satanás for feito no sentido de que “todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos” (Apoc. 13:16), recebam, sob pena de morte, o sinal de submissão a um falso dia de repouso, esses fiéis, “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa”, resplandecerão” Serviço Cristão, 165.

12Ele é também pai da circuncisão, isto é, daqueles que não são apenas circuncisos, mas também andam nas pisadas da fé que teve Abraão, nosso pai, antes de ser circuncidado.

Promessa e fé

13A promessa de que seria herdeiro do mundo não veio a Abraão ou à sua descendência por meio da lei, e sim por meio da justiça da fé. 

14Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa. 

Paulo diz: “Se os que são da Lei são herdeiros”, isto é, se os que querem salvação pela obediência da Lei são herdeiros das promessas que envolve a salvação, então a fé em Cristo é nula, exterminada. Mas não é assim, o que nos assegura a Salvação é a Graça, e através da fé tomamos posse dela. Aqui está nossa segurança! A obediência legalista não nos garante nada, só cansaço, tristeza e muita, muita raiva depressiva. Mas a fé em Cristo nos faz herdeiros desde agora; das coisas materiais e imateriais do reino de Deus.

15Porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão.

A função da Lei é mostrar que há condenação ao transgressor, “opera a ira”. Então a Lei é má? Não! Mau é o pecador que transgride. Mau é o inimigo de Deus que induz ao pecado. Em um mundo isento de Lei não se pode pontuar transgressão, logo, pecado só se manifesta se uma Lei é transgredida (I João 3:4). Se existe pecado é porque a Lei continua como norma do reino de Deus. A boa notícia é que a Graça (perdão de Deus) elimina a condenação, a culpa que a transgressão gera não a Lei. A Lei é inabalável, permanente! O transgressor está sob a condenação da Lei. O justo está em harmonia com ela, pela Graça.

16Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja garantida para toda a descendência, não somente à descendência que está no regime da lei, mas também à descendência que tem a fé que Abraão teve — porque Abraão é pai de todos nós, 17como está escrito: “Eu o constituí por pai de muitas nações” — diante daquele em quem Abraão creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem.

Como providência, a Salvação é obra acabada, pronta. A fé fala disso, pois se fixa no que existe fora de nós e nos é estendido como presente divino. Não é preciso nenhuma ajuda humana nessa tarefa que Jesus conduziu só. A fé toma posse de uma realidade que está à espera do pecador arrependido. Fosse pelas obra humanas e tudo seria menos que frágil. Como é pela Graça, tudo “é firme”, consistente, inabalável. Podemos cantar: “Firme nas promessas do Senhor Jesus, Em amor ligado com a Sua cruz; Cada dia mais me alegro nessa luz, Firme nas promessas de Jesus”. Hinário Adventista, 274.Firmeza irmãos! A salvação em Cristo é como um abrigo inabalável.

“A toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão”. “Posteridade da Lei” é uma referência ao povo judeu, não uma validação da salvação pelo legalismo. Veja a bênção: Pela fé em Cristo todos tem a realidade da promessa de salvação; como Abraão, quando vivia a limitação de conhecimento ainda em terra pagã. A Graça sorri em todas as partes. A fé, na maioria das pessoas, responde, frágil como um grão de mostarda, mas se agiganta pelo sopro do Santo Espírito e se firma em lugares, muitas vezes, hostis ao viver cristão. A fé se apega; a Graça triunfa.

18Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe havia sido dito: “Assim será a sua descendência.” 

19E, sem enfraquecer na fé, levou em conta o seu próprio corpo já amortecido, tendo ele quase cem anos, e a esterilidade do ventre de Sara. 

20Não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, 21estando plenamente convicto de que Deus era poderoso para cumprir o que havia prometido. 22Assim, também isso lhe foi atribuído para justiça. 

23E as palavras “lhe foi atribuído” foram escritas não somente por causa dele, 24mas também por nossa causa, visto que a nós igualmente nos será atribuído, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, 25o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou para a nossa justificação.

Na morte de Cristo temos a quitação de nossos pecados. Em Sua ressurreição encontramos vida renovada, sobrenatural, nova vida (Romanos 4:6).A Sua ressurreição prova que Seu sacrifício foi aceito; Satanás desmascarado, condenado e derrotado. Jesus ressuscita para reinar no coração do Seus filhos (Atos 13: 33). “Para nossa Justificação”, significa mais do que conceder perdão, mas conduzir em Justiça, guiar em vitória. Justificação é mais do que uma declaração de que estamos justificados; é concessão de poder para vivermos para Sua glória.

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