A ‘Jactância’ de Abraão

Por George Knight

Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos

“Pois se Abraão foi justificado pelas obras, ele tem algo do que se orgulhar, mas não diante de Deus.” Romanos 4:2, NRSV.

Paulo começa a lidar com Abraão aludindo à crença judaica de que o grande patriarca havia sido justificado pelas obras, amplamente defendido por seus mestres judeus.

Baseando seus pensamentos em Gênesis 26:5 (que Deus abençoou Abraão porque “Abraão obedeceu à minha voz e guardou meus mandados, meus estatutos e minhas leis”) os judeus raciocinaram que o patriarca “havia cumprido toda a lei antes dela ser dada” (Kiddushin 4:14). Novamente, no livro judaico dos Jubileus, lemos que “Abraão foi perfeito em todas as suas ações para com o Senhor e foi agradável pela justiça todos os dias da sua vida” (Jubileus 23:10). A Oração de Manassés menciona que Abraão, Isaque e Jacó não tiveram que se arrepender para Deus porque eles eram justos e “não pecaram contra Ti” (Oração de Manassés 8). Por último, a Sabedoria de Sirach afirma que “Abraão foi o grande pai de uma multidão de nações, e ninguém foi considerado igual a ele em glória. Ele observou a lei do Altíssimo e fez um acordo com Ele. Ele certificou o acordo em sua carne e, quando foi provado, mostrou-se fiel” (Sabedoria de Sirach 44:19, 20).

Abraão aos olhos dos judeus era um homem perfeito. Ele guardou a lei. Deus, portanto, formou uma aliança com ele.

Se tudo isso for verdade, então Abraão certamente tinha algo do que se orgulhar. Ele seria capaz de receber o crédito por ter realizado sua própria justificação e teria o direito de “soar sua própria buzina”.

Paulo desafia toda essa estrutura de pensamento judaico. “Se”, diz ele, “Abraão foi justificado pelas obras, ele tem de que se orgulhar.” Em seguida, ele acrescenta que não tem tais motivos para se vangloriar diante de Deus. Paulo então prossegue em Romanos 4:3 e os seguintes versículos para demonstrar por que Abraão não tem base para se vangloriar. Os judeus, que ele provará com efeito, interpretaram mal sua história. Abraão, de fato, foi justificado pela fé ao invés das obras.

Encontramos aqui uma lição para cristãos de todos os matizes. É muito fácil pegar os heróis de nossa fé, de nossa denominação, de nossa igreja e colocá-los em um pedestal. Mas a pura verdade é que todos pecaram e são salvos pela graça. Essa é a única leitura cristã da história. O evangelho da graça não é apenas para os “fracos”. É para todos, até mesmo para Abraão.

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