Efésios 1 – Comentários Pr. Benedito Muniz

1:1 “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus’.

Certeza de Salvação e chamado! Essa segurança era a força divinal do ministério de Paulo.

Atuava por vontade de Deus e decisão sua. Deus o escolhera e ele se submetera.

“Santos” são os que foram separados do mundo para glorificarem na vida o nome do Senhor.

A vida cristã tem propósito definido – dar honra ao Autor e Consumador da salvação.

Não existe coisa tal, como ser meio de Deus e meio do mundo. O Evangelho faz separação já, entre luz e trevas.

“Que vivem em Éfeso”. Uma cidade que parecia centralizar nela os mais inimagináveis pecados.

Exatamente ali viviam os santos do Senhor.

O lugar nada tem a ver com a tal influência determinante para uma vida de pecados reinantes na sociedade.

O mal influencia, mas não determina que o cristão se amoldará aos seus pecados. Jesus é sua referência!

Para o justo, consagrado ao Senhor, o lugar pecaminoso é tão somente a chance que ele tem para brilhar mais.

O segredo? Está aí no verso: “Em Cristo”!

Em Cristo se vive em Éfeso, São Paulo, aí na sua cidade e em qualquer lugar.

1:2 “Graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”.

A Graça de Deus é Sua ação salvífica em Cristo, nosso Salvador.

A Graça, para os que ainda não aceitaram a Jesus, é a oferta do Seu perdão; é Graça à disposição!

A Graça, para os que já aceitaram a Jesus, é o Seu poder dinâmico na vida; é Graça habilitadora!

Efésios 1:2 é Graça habilitadora, que mantém a paz e dá certeza de vitória sobre mal.

Vinda da parte de Deus e do Senhor Jesus é a nossa total segurança de que, de fato, saímos da morte para a vida (João 5:24).

Vamos em frente! Sempre inabaláveis nessa certeza:

Estamos em paz com Deus e Sua Graça nos basta para os triunfos DELE em nós.

1:3 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”.

Louvado seja o Senhor por tudo que tem feito em Cristo Jesus em nosso favor.

Desde a providência da salvação, bem como Sua atuação restauradora em nossa vida.

Em Cristo temos todas as bênçãos espirituais, como: a certeza do perdão e também da vitória sobre nossas paixões.

O justo não anda em busca de bênçãos, mas busca a cada dia ser bênção.

Jesus está entronizado nas alturas, e é de lá, das regiões celestiais, que procedem as bênçãos nossas de cada dia.

Suas bênçãos são comunicadas e se traduzem na mais perfeita fidelidade.

Do Seu trono o Salvador nos assiste o tempo todo.

Desse modo, é transcendente (inacessível) e imanente (próximo, atuante).

Bendigamos o nome do Senhor por todas as Suas maravilhas em nossa vida.

Bendizer é exaltar, falar bem. Nossa vida deve gritar ao mundo que, estar em Cristo, é muito bom!

1:4 “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele”.

A história da redenção humana antecede a entrada do pecado.

É caso da descoberta do remédio antes da doença.

O amor de Deus não reagiu à miséria humana, antecipou-Se a ela.

O amor de Deus não respondeu ao clamor dos perdidos, foi Seu amor que gritou por nós.

Deus não veio porque clamamos; fomos nós que ouvimos Sua voz.

O pecado afastou o homem de Deus, mas não foi capaz de afastá-Lo de nós.

Salvação é busca divina e resposta humana.

O interesse humano é despertado para responder, nunca para despertar o amor de Deus.

Quando entendemos que Ele nos buscou não tentamos apaziguar a própria fonte da paz.

Sendo o Evangelho Sua busca, NELE terminam as peregrinações e começa a caminhada; Ele segurando nossa mão!

Sempre seguros do pertencermos ao nosso ao Pai!

1:4 “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele”.

“Para sermos santos”, isto é, separados para Ele e Seus propósitos.

Em primeiro lugar essa santidade resultou da Sua declaração de que estávamos justificados em Cristo.

Em segundo essa santidade é o processo da santificação, a transformação do nosso caráter.

Por fim, o terceiro momento da santidade, quando “num abrir e fechar de olhos” (I Cor. 15:52) seremos libertos do pecado (natureza) que habita em nós.

No primeiro momento (Justificação) somos irrepreensíveis porque fomos libertos da culpa do passado.

No segundo momento (Santificação) somos irrepreensíveis porque caminhamos com Ele.

No terceiro momento (Glorificação) seremos irrepreensíveis pela libertação da natureza pecaminosa.

Graças a Deus por Sua plena salvação, com começo, meio e fim!

Passado resolvido. Presente assistido. Futuro glorioso!

1:5 “Nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de Sua vontade”.

A salvação resulta da soberania de Deus quanto a providência. Ele providenciou sem consultar o pecador Adão.

A salvação não é soberania de Deus quanto ao crédito na vida do pecador, este tem que querer.

O pecador pode aceitar ou rejeitar a salvação.

Nos dois casos é tocado pelo Espírito Santo, então aceita a Cristo como Salvador, ou não.

Graça resistível: O pecador pode resistir, rejeitar.

Graça irresistível (Calvinismo): Os que são marcados por Deus para a salvação, ou perdição, não podem dizer não.

Ele nos predestinou, isto é, desperta a vontade e indica o caminho dizendo: “Escolhe a vida” (Deuteronômio 30:19), mas não impõe.

A teoria da predestinação impositiva é antibíblica, pois viola o mais sagrado dom das criaturas para com Seu Criador – a escolha em cultuá-Lo.

Graças a Deus escolhemos aceitar Seu amor! Nossa mais acertada decisão!

1:6 “Para louvor da glória de Sua graça, que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado”.

Louvor! Eis é a resposta do justo ao Autor da sua salvação.

O louvor pela certeza de que, somente pela Graça, foi possível voltar ao relacionamento com o Criador.

Impossível ficar em silêncio ao compreender de que poço de perdição a Graça nos tirou.

Não foi preciso comprar, negociar, cambiar, foi só aceitar em arrependimento e confissão de pecados. Maravilha!

Por que a vida de muitos no cristianismo não é de louvor constante?

Com certeza é porque ainda continuam tentando comprar o presente, conquistar a oferta.

Amados, que belo texto! O cristão não se preocupa mais com sua salvação.

Agora, em Cristo, não tem mais preocupação, tem ocupação prazerosa: Louvar Seu nome!

1: 7- 10 “No qual temos a redenção, pelo Seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da Sua graça. Que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo. De fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra”.

O Sujeito oculto aqui, no qual temos a Redenção, é Cristo! E a temos pelo Seu sangue.

Jesus não resolveu o problema do pecado como um Juiz sentado no trono do Universo.

Ele descei até a rena escura deste mundo pecaminoso, e como um de nós, calçou nossos sapatos.

Ele entrou em nossa escura história, estourou o cativeiro, venceu o sequestrador e nos libertou.

Resultado: Temos NELE a redenção! Sempre NELE!

Assim foi na Justificação (salvação da condenação).

Assim é agora na Santificação (salvação do poder na nossa natureza caída).

Assim será na Glorificação (num abrir e fechar de olhos – salvação da presença do pecado, a erradicação da natureza pecaminosa).

A redenção NELE não precisa de retoques, ela é completa.

Se tentarmos ajudar é o maior pecado (Romanos 14:23), pois dizemos que Ele foi insuficiente.

Continuemos crendo que foi de um lodaçal que fomos tirados, e estamos com os pés firmes na Rocha, que é Ele! (Salmos 40:2).

Graça derramada abundantemente significa a sua superioridade sobre o pecado.

O mistério da Sua vontade é tudo que encontramos em Cristo.

O mistério de Deus não é algo impenetrável, ao contrário, é revelado por Ele, até a medida que necessitamos para compreendermos o Seu amor por nós.

Seu beneplácito em Cristo, quer dizer da Sua boa e decidida vontade em nos salvar.

Reconhecer-se pecador é fundamental para sentir necessidade de salvação.

Reconhecer a Graça derramada sobre a humanidade é o alívio diante do desespero da perdição.

O que foi proposto em Cristo não tem falha; é tudo perfeito.

Esta é a essência do viver: Ter na vida o Seu perdão oferecido, derramado a nós como uma cachoeira divina.

Vivamos hoje com esta segurança!

Jesus é o centro, o eixo do Universo!

Quando se trata da Graça redentora isso é mais do que verdade; é verdade confirmada!

No tempo certo Jesus nasceu e morreu em nosso lugar. Na plenitude dos tempos, sucessivas eras.

Ele veio para cuidar dos interesses do Seu Pai; as coisas do Céu e as necessidades da Terra!

O centro de Sua vida e obra foi dizer que Deus é amor e vindicar o caráter do Pai.

O Diabo espalhara mentiras a Seu respeito, insinuando ser Ele um déspota.

Vindicou o caráter do Pai mostrando amor aos humanos e confirmou o universo no seu estado de pureza.

Maravilhoso Jesus! Homens, anjos e mundos não caídos, para sempre render-Te-ão louvores!

Ele convergiu em Si a vida de cada um:

Os da Terra para pagar nossa dívida. Os do universo para impedir que a apostasia se espalhasse.

Jesus não viveu nem morreu isolado de nós, por isso nossa caminhada não é isolada DELE.

Nossa vida é um caminho de Emaús. Ele vai conosco. Estamos convergidos NELE.

1: 11- 14 “No qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade. A fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo. Em quem também vós, depois que ouvistes a Palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nEle também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa”.

Os justos já estamos de posse da herança, tudo o que a Graça conquistou já nos pertence.

Bênçãos espirituais e físicas; somos de Deus e do Seu Reino!

Quando Deus criou, Ele predestinou Seus filhos no universo todo para a vida eterna.

Aqui na Terra houve a escolha pelo desvio deste plano.

Em Cristo, todavia, a predestinação, isto é, Seu propósito de vida eterna, voltou a ser a oferta a todo ser humano.

Os justos escolhemos confirmar em nossa vida essa conquista divina.

Graça irresistível é o que pregam os defensores da predestinação impositiva de Deus.

Para os defensores da Graça irresistível, o pecador não escolhe, a salvação lhe é imposta.

Graça resistível é a proposta da Bíblica, a salvação oferecida pode ser resistida, rejeitada.

Os pecadores são predestinados a esse momento de escolha.

Os justos, pelo Espírito Santo, escolhemos aceitar.

O Evangelho tem esse “a fim”, que é o propósito da salvação na vida do justo.

Tudo que o cristão faz deve objetivar isso: Glorificar o nome do Senhor. É resposta, não estímulo.

Nossa ética, prática religiosa, nada, nem por um instante, são meio para merecer a Graça.

Tudo é para exaltar o Autor da Salvação que aceitamos prazerosamente.

Todo ser humano espera por salvação, mesmo os que nada sabem do plano de Deus.

Todos gemem com o vazio interior.

Bom, a verdade é que nossa espera teve fim. Cristo veio e habita em nós!

O cristianismo só é cristianismo de fato, quando a vida é um louvor à Sua glória.

Sua glória é Sua bondade em nos salvar!

O legalismo busca convencê-Lo. A justificação ela fé dá glória ao Redentor!

Ouvir o Evangelho, crer em Jesus, ser selado pelo Espírito Santo. Eis a sequência da nossa segurança!

Outro Evangelho – Saber da boa notícia que Cristo:

Em Sua vida, venceu o pecado por nós.

Na cruz sofreu nosso juízo e pagou nossa dívida espiritual.

Ressuscitou como garantia da nossa ressurreição.

E voltará em glória para nos ter para sempre.

Tendo nEle crido: Tendo abandonado o mundo e seus prazeres por Jesus.

Selados com o Espírito Santo: Confirmados no livro da vida! Validados como salvos da condenação.

Não é nenhum humano que nos (dá validade) à nossa conversão ao Senhor. É o Espírito Santo que garante tudo o que isso envolve, em termos de pertencimento.  Nada a temer ou duvidar!

1: 15 -17 “Por isso, também eu, tendo ouvido a fé que há entre vós no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos, não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações”.

Qual é a maior, a primeira, a mais importante, a fundamental alegria de um pastor?

Com certeza é saber que seu rebanho está salvo em Cristo Jesus; que não dúvida disso!

Antes orava por conversões, agora, apresenta a Deus justificados em Cristo.

Não sossega enquanto não tem a certeza de que todas as ovelhas estão seguindo a voz do Pastor.

Assim era Paulo! Seus rebanhos não andavam como ovelhas sem pastor.

Os Efésios sabiam que tinham passado resolvido, presente assistido e futuro garantido.

A Igreja de Éfeso estava sintonizada em Cristo e uns com os outros.

Esse testemunho era forte na cidade.

Efésios 1:18-20. “Iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder. O qual (poder) exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-O dentre os mortos e fazendo-O sentar à Sua direita nos lugares celestiais.”

O Evangelho iluminou nosso entendimento nessas três áreas fundamentais:

Esperança: Tudo o que a salvação oferece, opera e garante. Do perdão até o glorioso Reino da glória.

Riqueza da sua herança: Tudo que já temos e teremos em Cristo. O “já” e o “ainda não”.

O “já” é o Reino da Graça no qual já vivemos.

O “ainda não” será o Reino da Glória que terá início no glorioso dia da volta do Senhor.

A suprema grandeza do Seu poder: É a Graça habilitadora, regeneradora, santificadora.

É o poder que nos guia na vereda da Justiça. Que nos faz honrar o Seu nome.

E então, como ficam as coisas? Ou, como são as coisas?

Nossa ESPERANÇA já é realidade. Nossa HERANÇA já está assegurada. SEU PODER é o que nos move.

Tem como dar errado? Ou melhor, tem como não continuar dando certo?

Tudo flui como garante o Senhor.

O poder que ressuscitou a Cristo é o mesmo que atua em nós.

Ao assentar-Se no trono celestial o Senhor Jesus o fez como vitorioso sobre os poderes do mal.

Ele é o Soberano de todas os seres do universo, como era antes de Sua vida nesta Terra.

Sua ressurreição é a nossa segurança sobre a morte.

Sua exultação é a garantia de nossa exultação no dia final.

A vida cristã é para ser vivida neste contexto de triunfo sobre o mal e sintonia com nosso Deus.

Nada do que Cristo fez e conquistou foi feito sem que estivéssemos inseridos no projeto.

Tudo o que é dEle é nosso. Jesus vive e reina, no universo e em nós!

Um dia nós O veremos assentado nesse trono e o louvaremos face a face.

Efésios 1:22, 23. “E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, O deu à igreja, a qual é o Seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas”.

Cristo é a cabeça e a Igreja é o corpo.

Ele é o comando, o centro da inteligência.

Dele partem as mais variadas mensagens aos variados membros.

Cada órgão obedece ao que vem da cabeça.

Não inventamos função e nem somos mestres para outros.

No projeto vitorioso do Céu, a Igreja deve estar cheia de Cristo, do Seu poder e virtudes.

Na disposição divinal está a abundante Graça capaz de encher cada um de nós de Si mesmo.

O cristão, antes de ser portador de uma mensagem, é condutor da própria Divindade.  Quanta honra!

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