De Escravos a Herdeiros: Gálatas 3:26-4:20 – por Matheus Cardoso

“Chegamos ao clímax de tudo que Paulo disse até agora. Na verdade, chegamos ao clímax do evangelho: ‘A ideia de que somos filhos de Deus, filhos e filhas do próprio Deus […] é a mola propulsora da vida cristã. […] Nossa condição de filhos de Deus é o ápice da criação e o objetivo da redenção.’”[1]

Uma das consequências mais profundas do fato de que somos filhos de Deus é que somos todos iguais perante Ele: “Pois todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos vocês que foram batizados em Cristo de Cristo se revestiram. Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:26-38).

O pastor Tim Keller apresenta muito bem o significado prático desses versículos dizendo que “Paulo cita as três barreiras que costumam dividir as pessoas:

“1. A barreira cultural: ‘não há judeu nem grego’. Divisões culturais não devem fazer parte da igreja de Cristo. Gente de uma cultura não precisa se tornar igual à de outra cultura para ser aceita por Deus. Portanto, devemos aceitar-nos uns aos outros, sem que um grupo considere ou declare a própria cultura superior à dos demais. Dentro da igreja, devemos nos associar uns com os outros e nos amar uns aos outros, transpassando as barreiras raciais e culturais.

“2. A barreira da classe social: ‘não há escravo nem livre’. De novo, a estratificação econômica não deve se estender para dentro da igreja. As pessoas não devem associar-se de acordo com a classe social (como acontece no mundo), mas, sim, transpor tais barreiras. Logo, não se deve fazer o pobre ou o trabalhador de salário modesto sentir-se inferior de forma nenhuma. Mas tampouco, o rico deve ser vítima de ressentimentos nem ser marginalizado.

“3. A barreira do gênero: ‘não há homem nem mulher’. Essa talvez fosse a barreira mais forte na época de Paulo. As mulheres eram consideradas inferiores aos homens em tudo. A aplicação desse princípio é muito explosiva e controversa até hoje. De qualquer forma, ele era revolucionário. Pelo fato de serem iguais em Cristo, diante de Deus, as mulheres devem ser vistas como pessoas tão dotadas e capazes quanto os homens.”[2]

A escritora Ellen G. White diz: “Deus não reconhece distinção alguma de nacionalidade, etnia ou classe social. Ele é o Criador de todos. Todos são da mesma família pela criação, e todos são um pela redenção.”[3] “O inculto e o sábio, o rico e o pobre, o gentio e o escravo, brancos ou negros – Jesus pagou o resgate da salvação deles. […] O nome do negro é escrito no Livro da Vida ao lado do nome do branco. Todos são um em Cristo. […] As pessoas poderão ter preconceitos hereditários e cultivados, mas quando o amor de Jesus inunda o coração, e elas se tornam um com Cristo, terão a mesma atitude que Ele teve.”[4]

Resumo dos estudos 5 a 7

Antes de prosseguirmos no estudo de Gálatas, será bastante útil fazer uma revisão do que vimos a respeito do capítulo 3, que muitos consideram a parte mais difícil da carta.

À primeira vista, Gálatas 3 ensina que os Dez Mandamentos foram abolidos e não mais precisam ser guardados. Porém, no estudo 5, descobrimos a chave para compreender os textos “negativos” de Paulo sobre a lei. Em Gálatas, as seguintes expressões estão intimamente relacionadas:

· “debaixo de maldição” (3:10), ou seja, a maldição da lei (verso 13);

· “debaixo do pecado” (3:22);

· “debaixo da lei” (3:23; 4:4, 5, 21; 5:18);

· “debaixo do disciplinador” (3:25);

· “debaixo de guardiões e administradores” (4:2);

· “debaixo dos elementos do mundo” (4:3).

Todos esses textos “negativos” falam sobre a condenação da lei, e é disso que Jesus nos libertou por Sua morte (Gálatas 3:13). Portanto, quem está “debaixo da lei” é quem desobedece à lei, e não quem obedece a ela (Romanos 6:14, 15).

Nos estudos 6 e 7 , vimos que, em Gálatas 3:19-25, Paulo desenvolveu o conceito da condenação da lei. Esse é um dos textos mais importantes da carta. Nele, Paulo explicou que a lei foi proclamada no Monte Sinai “por causa das transgressões” do povo de Israel (verso 19). No Egito, os israelitas haviam perdido a noção do verdadeiro Deus, do certo e do errado, e agora precisavam reaprender. O que aconteceu no Sinai teve essa função: a lei em tábuas de pedra para ensinar que eles eram pecadores e o ritual do santuário para mostrar a solução.

Quando compreendemos Gálatas 3:19-25, a chave de nosso estudo se torna completa: os textos “negativos” sobre a lei tratam de sua função em relação com o pecado. A lei de Deus tem o papel de realçar a condição do pecador e apontar para Aquele que pode tornar o livramento uma realidade. “A lei teve essa função [específica] apenas por um período limitado de tempo, até a vinda do Salvador prometido. […] Mas, obviamente, a função da lei apresentada nesse texto não é a única ou exclusiva função da lei conhecida por Paulo.”[5] Afinal, em outros textos o apóstolo menciona a lei como guia para o comportamento cristão (Romanos 8:4; 1Coríntios 10:14; Efésios 6:1-3).

Quando estudamos o que Paulo escreveu sobre a função da lei em relação com o pecado, percebemos como é absurda a ideia de que os Dez Mandamentos tenham sido abolidos na cruz. Não faria o menor sentido em a lei ter sido abolida, já que o problema jamais esteve com ela, mas com o ser humano pecador (Romanos 7:10; 8:3).

Para o povo de Deus, o papel condenatório da lei chegou ao fim com o sacrifício de Cristo. Mas isso não significa de forma nenhuma que a importância dela tenha diminuído. Ao contrário: o Messias viria para “engrandecer a lei e torná-la gloriosa” (Isaías 42:21, ARA). Essa profecia se realizou, pois Jesus não aboliu a lei, mas a cumpriu (Mateus 5:17; Romanos 3:31). Agora que a lei não mais desempenha seu papel condenatório sobre o povo de Deus, ela pode exercer com total intensidade uma função que sempre existiu e sempre existirá: de revelar a santa vontade de Deus. E, libertos da condenação da lei, estamos plenamente livres para obedecê-la (Romanos 8:1, 3, 4).

Os cristãos que divulgavam falsos ensinos entre as igrejas da Galácia acreditavam que a obediência à lei era o meio de alguém ser aceito por Deus e receber a salvação. E, para expressar isso, a pessoa deveria ser circuncidada. A ênfase de Paulo em Gálatas é que a lei de Deus não salva – sejam as leis morais (como os Dez Mandamentos) ou as leis cerimoniais (como a circuncisão e os sacrifícios). A lei apenas nos conduz a Cristo para que sejamos, de fato, aceitos por Deus, justificados e salvos. Quando vamos a Cristo, deixamos de estar sob a condenação da lei, pois aceitamos pela fé a morte de Cristo, que sofreu em nosso lugar a maldição da lei (isto é, a morte eterna). Esse é o resumo do que ensino de Paulo sobre a lei.

Herdeiros plenos

Em Gálatas 4:1-7, Paulo usou outra ilustração para mostrar o que já havia explicado. Ele escreveu: “Digo, porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo. No entanto, ele está sujeito a guardiões e administradores até o tempo determinado por seu pai” (Gálatas 4:12, NVI).

Mesmo que um herdeiro seja o senhor da propriedade de seu pai por direito, por ser menor de idade, na prática ele não é muito mais do que um escravo” Lição de Adultos, segunda-feira. Ele ainda não pode desfrutar plenamente da herança, porque isso só acontece quando ele atinge a maioridade.

Em seguida, vem a comparação: “Assim também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados debaixo dos elementos do mundo. Mas, quando veio a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam debaixo da lei, para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4:3-5, nossa tradução).

Como vimos, as expressões que começam com as palavras “debaixo de” estão relacionadas à função da lei em relação com o pecado – revelar o pecado, mostrar que o pecador merece a condenação e apontar para o Salvador. Portanto, a expressão “debaixo dos elementos do mundo” também parece estar ligada a esse aspecto da lei. Nas cartas de Paulo, a palavra “mundo” geralmente se refere ao sistema de pecado e rebelião contra Deus (Romanos 3:19; Gálatas 6:14). Além disso, note o seguinte paralelo:

· “Deus enviou Seu Filho, […] nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei” (Gálatas 4:4, 5).

· “Cristo nos redimiu da maldição da lei quando Se tornou maldição em nosso lugar” (Gálatas 3:13).

Cristo ter nascido “debaixo da lei” é o mesmo que ter Se tornado “maldição em nosso lugar”. E Cristo “redimir os que estavam sob a lei” é o mesmo que nos redimir “da maldição da lei”. Portanto, essas expressões estão relacionadas à função da lei em relação com o pecado.

Gálatas 4:1-7 apresenta a mesma ideia de 3:19-25: Com a vinda de Cristo, estamos totalmente livres da condenação da lei.

Em Gálatas 4, Paulo compara a situação do povo de Israel, antes da vinda de Cristo, a alguém menor de idade. Embora ele seja o herdeiro, ainda não pode desfrutar da herança. Assim, os israelitas estavam “debaixo de guardiões e administradores” (verso 2) e “debaixo da lei” (verso 5). Essas expressões se referem à lei em sua função condenatória. Deus não concedeu a lei aos israelitas como meio de salvação, mas para exercer a função de realçar seu estado pecaminoso (Romanos 5:20) e fazer com que sentissem a necessidade da vinda do Messias (Gálatas 3:19-25).

Porém, com a vinda de Cristo, não mais estamos “debaixo de guardiões e administradores” e “debaixo da lei”. Libertos da condenação da lei, podemos desfrutar plenamente da promessa feita a Abraão, isto é, a justificação (Gálatas 4:6, 7).

A seguinte ilustração nos ajuda a entender melhor a função condenatória da lei. Imagine que um filho faz algo de errado. O pai o chama, repreende e castiga. O filho se arrepende e pede perdão. Porém, no dia seguinte, o pai o chama novamente e mais uma vez o repreende e castiga pelo mesmo erro. E no dia seguinte acontece a mesma coisa. E isso acontece, dia após dia. É certo isso? É claro que não! O mesmo é verdade em relação à lei. Por que ela continuaria a nos condenar se já nos conduziu a Cristo para que fôssemos justificados pela fé? Na vida daquele que foi perdoado, que está salvo em Cristo Jesus, a lei não mais exerce essa função condenatória, a menos que a pessoa se afaste de Deus e volte a sua vida de pecado deliberado.

Paulo fez questão de esclarecer que não apenas os judeus, mas os pagãos também estavam sob a condenação da lei. Antes de aceitarem a Cristo, os gálatas estavam submersos na idolatria (Gálatas 4:8, 9). Portanto, o mundo inteiro é culpado perante Deus (Romanos 3:19, 23).

De volta à condenação

Em Gálatas 4:10-11, Paulo diz: “Vocês guardam dias, meses, tempos e anos. Receio que o meu trabalho por vocês tenha sido em vão.” Será que esse texto ensina que o mandamento do sábado teria sido abolido? Em primeiro lugar, é importante destacar que, segundo a Bíblia, o sábado foi abençoado e tornado santo por Deus na criação, muito antes da existência de qualquer judeu (Gênesis 2:1-3).

Além disso, conforme explica a obra Dicionário de Paulo e Suas Cartas, a maioria dos estudiosos cristãos acredita que Gálatas 4:10-11 se refere a práticas pagãs que estavam ligadas ao calendário astrológico.[6] Muitos povos pagãos dedicavam períodos de tempo – dias, meses e anos – aos deuses que supostamente eram responsáveis por esses períodos. Com isso, procuravam receber bênçãos espirituais e proteção. Os cristãos da Galácia estavam sendo tentados e misturar suas antigas crenças pagãs com as novas crenças cristãs.

Isso pode parecer estranho para nós, mas o fato é que ao longo de toda a história o povo de Deus foi tentado a fazer essa mescla que hoje é chamada de “sincretismo religioso”. No Antigo Testamento, encontramos muitas vezes pessoas adorando o Deus verdadeiro e, ao mesmo tempo, cultuando Baal ou algum outro deus pagão. Essa parece ser a ideia de Gálatas 4, porque os versículos imediatamente anteriores dizem: “Mas, no passado, quando não conheciam a Deus, vocês eram escravos de deuses que, por natureza, não são deuses. Mas agora que vocês conhecem a Deus, ou melhor, agora que vocês são conhecidos por Deus, como é que estão voltando outra vez aos rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo querem servir como escravos?” (Gálatas 4:9-10, grifo nosso).

Mesmo que os “dias, meses, tempos e anos” provavelmente se refiram ao calendário pagão e idólatra, o ensino de Paulo vai bem além: nem a celebração de dias pagãos nem a observância de qualquer dia, inclusive o sábado instituído por Deus, são formas de se obter a salvação. Esse jamais foi o propósito do mandamento do sábado ou de qualquer outra parte da lei de Deus.

O erro dos gálatas era tentar livrar-se da condenação (isto é, alcançar a salvação) por sua própria obediência (Gálatas 3:10; 4:10; 5:3-4). Ao fazer isso, estavam negando a eficácia da morte de Cristo (Gálatas 2:21), que é o único meio de salvação. Portanto, negavam a justificação que já haviam experimentado (Gálatas 3:2, 5) e voltavam ao estado de condenação em que viviam antes de conhecer a Cristo (Gálatas 4:8-11).

Salvos condenados no Antigo Testamento?

Durante o estudo de Gálatas 3:19 a 4:7, pode surgir a seguinte dúvida: antes da primeira vinda de Cristo, aqueles que confiavam em Deus já não estavam salvos? Como poderiam estar sob da condenação da lei?

Podemos entender isso ao compararmos a história da salvação ao processo de uma compra realizada por meio de cheque pré-datado ou carnê. Quando fazemos uma compra usando esses meios de pagamento, levamos o produto para casa. Mas, por direito, ele não é nosso, porque ainda não foi pago. Além disso, geralmente quem dá um cheque para uma data posterior não tem aquela quantia na conta naquele momento, mas terá até o momento do cheque ser compensado.

A salvação por meio dos animais sacrificados era como um cheque pré-datado. Deus estava dizendo a Seu povo que confiasse na promessa de que um dia Ele “cobriria esse cheque”. Na cruz, quando estava prevista a data de compensação do cheque, Deus tinha dinheiro mais que suficiente na conta.

Durante a época do Antigo Testamento, as pessoas eram salvas com base no que ainda seria realizado por Cristo. Foi somente na morte de Cristo que, perante a lei de Deus, foi realizado o pagamento de todos os pecados anteriormente cometidos (Romanos 3:25, 26; Hebreus 9:15). Então, Cristo adquiriu o direito de resgatar todos os que vão a Ele em verdadeira fé e submissão.

Ímpios salvos em nossos dias?

Também pode existir a dúvida oposta: se, na cruz, Cristo nos resgatou da maldição ou condenação da lei, isso significa que ela perdeu seu papel de condenar até sobre os ímpios?

É verdade que, em Gálatas 3:19 a 4:7, Paulo se refere primariamente à experiência do povo de Israel. No entanto, a história desse povo se repete na vida de cada um de nós. Antes de aceitarmos a Cristo, estávamos condenados como transgressores diante de Deus. Quando o Espírito Santo tocou nosso coração, a lei mostrou nosso pecado e nos conduziu a Cristo. Nesse momento, fomos justificados, isto é, libertos da condenação da lei.

O que Cristo realizou na cruz tem pleno efeito apenas para aqueles que O aceitam como Salvador. Por isso, os gálatas que negavam a justificação pela fé viviam novamente “debaixo da lei” (Gálatas 3:10; 4:21), assim como muitos judeus (1Co 9:20). Eles ainda estavam sob a condenação da lei.

Num sentido mais restrito, a mesma experiência se repete quando pecamos deliberadamente. Nesse momento, o Espírito Santo mostra que transgredimos a lei e então vamos a Cristo em busca de perdão.

Aceitos por Deus

Em Gálatas 3:19 a 4:11, Paulo descreve a escravidão sob a qual estamos sujeitos naturalmente e a plena liberdade que só Cristo pode dar. “Em certo sentido, todos nos encontramos ‘debaixo da lei’, mesmo que nunca tenhamos ouvido falar da Bíblia ou de Moisés. Por quê? Porque todos tentamos desesperadamente viver à altura de determinados padrões. Somos ansiosos e vivemos sobrecarregados pelas preocupações. Nosso relacionamento com o divino é distante ou inexistente. […] A escravidão é nosso estado natural. Mas Paulo vai mostrar, primeiro, como as pessoas podem alcançar” a plena libertação e serem aceitos por Deus.[7]

“O pecador, que está a perecer, pode falar: ‘Sou um pecador perdido; mas Cristo veio buscar e salvar o que se havia perdido. […] Sou pecador, e Ele morreu na cruz do Calvário para me salvar. Nem um momento mais preciso ficar sem ser salvo. Ele morreu e ressuscitou para minha justificação, e me salvará agora. Aceito o perdão que Ele prometeu.’”[8]

Em Gálatas 4, Paulo descreve a salvação usando duas metáforas: o escravo que é tirado do mercado e libertado, e o filho que alcança a maturidade e se torna herdeiro de todas as posses do pai. A libertação (ser salvo do pecado e da condenação) e a filiação (ser plenamente filho de Deus) são dois aspectos que não podem ser separados. Juntos, eles expressam tudo o que Jesus realizou por nós.

“A salvação de Jesus não é apenas como receber perdão e libertação do corredor da morte e da prisão. Nesse caso, estaríamos livres, mas por nossa conta e risco, abandonados para trilhar nosso próprio caminho no mundo, de volta aos nossos próprios esforços, se quiséssemos fazer alguma coisa da vida.

“Acontece que, no evangelho, descobrimos que Jesus nos tirou do corredor da morte e pendurou em nosso pescoço uma medalha de honra ao mérito. Somos recebidos e acolhidos como heróis, como se tivéssemos realizado feitos extraordinários.

“A menos que nos lembremos disso, ficaremos ansiosos e até desesperados quando pecarmos ou falharmos. Pensaremos que nossas dívidas foram apagadas, mas que nos cabe registrar boas ações em nosso carnê a fim de que Deus nos ame e aceite. E onde nos encontramos, se nos lembrarmos apenas de metade do versículo 5 [de Gálatas 4]. Mas nosso carnê foi apagado e nele Jesus anotou sua justiça, da primeira à última página. Nossa herança não é um prêmio a ser ganho. É um presente de Cristo.”[9]

Perguntas para reflexão e aplicação

1. Por que muitos cristãos se questionam se foram aceitos por Deus e são Seus filhos? Como podemos adquirir essa certeza?

2. Somos filhos de Deus, aceitos por causa do que Cristo fez por nós. Por isso, quando o Pai olha para nós, Ele não vê o que somos naturalmente, com nossos pecados, mas quem somos em Cristo. O que é verdade em relação a Cristo também é verdade a nosso respeito. Como essa verdade maravilhosa deve afetar cada aspecto de nossa existência?

3. Que barreiras sociais, culturais ou religiosas dividem as pessoas na região em que você vive? Como elas vêm sendo derrubadas dentro de sua igreja, e o que você faz para colaborar nesse sentido?

4. Leia Gálatas 4:6. A palavra “Aba” era a forma como as crianças judias chamavam seus pais. É o que hoje seria papai ou paizinho. Essa é a palavra que Jesus usava em oração (Marcos 14:36). Como filhos de Deus, também temos o privilégio de chamar Deus de Aba. Você gosta desse tipo de proximidade com Deus? Se não, por quê? O que você pode mudar para ter essa intimidade?

5. O que nos leva a ter receio da verdade de que somos salvos somente pela graça de Deus e que a recebemos somente pela fé? Por que muitos prefeririam trabalhar por sua salvação, obtendo-a por sua obediência, se isso fosse possível?

6. Mesmo sendo seguidores de Cristo, podemos estar envolvidos no tipo de escravidão espiritual da qual, teoricamente, temos sido libertados? Como isso poderia acontecer conosco? Como poderíamos saber se acontece? Como podemos ser libertos?

7. Em quais momentos ou situações você corre mais perigo de viver como um escravo e não como filho?

Referências

1. Timothy Keller, Gálatas Para Você, Série A Palavra de Deus para Você (São Paulo: Vida Nova, 2015), p. 93; citando Sinclair B. Ferguson, Children of the living God (Carlisle: Banner of Truth, 1989), p. 5-6. 2. Ibid., p. 97-98. 3. Ellen G. White Parábolas de Jesus (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008), p. 386. 4. Idem, Mensagens Escolhidas (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005), v. 2, p. 488.

5. Ángel Manuel Rodríguez, “The Adventist Understanding of the Law and the Sabbath”, em Lutherans and Adventists in Conversation: Report and Papers Presented 1994-1998 (Silver Spring: General Conference of Seventh-day Adventists; Genebra: The Lutheran World Federation, 2000), p. 112 (grifo nosso).

6. Veja D. R. de Lacey, “Dias santos”, em Dicionário de Paulo e Suas Cartas, ed. Gerald F. Hawthorne, Ralph P. Martin e Daniel G. Reid (São Paulo: Vida Nova; Paulus; Loyola, 2008), p. 399.

7. Keller, Gálatas Para Você, p. 101-102.

8. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 392.

9. Keller, Gálatas Para Você, p. 103-104.

Você pode estudar o Livro de Gálatas aqui

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