Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Agora estou falando com vocês, gentios. Portanto, visto que sou um apóstolo dos gentios, magnifico meu ministério a fim de deixar meus companheiros judeus com ciúmes [inveja] e, assim, salvar alguns deles.” Romanos 11:13, 14, RSV.
À primeira vista, pode parecer estranho que o apóstolo dos gentios gaste tanto tempo escrevendo sobre o ministério – para os judeus. Na verdade, seus leitores podem ter se perguntado a mesma coisa. Este apóstolo, que se identificou como um mensageiro aos gentios no primeiro capítulo de Romanos, agora se dirigiu aos judeus especificamente em dois capítulos e meio. Então, no ponto da passagem de hoje, Paulo mais uma vez se volta para os gentios e diz a eles por que ele passou tanto tempo falando aos judeus. Sua resposta básica é que ele quer provocar os judeus a seguirem o exemplo dos gentios, para que os judeus, por sua vez, abençoem os gentios.
Para Paulo, o ministério é uma unidade. Ele deplora a divisão gentio-judeu e em vários lugares afirma que a divisão é realmente artificial, visto que Deus salva todas as pessoas da mesma forma – por meio da fé em Cristo.
Mesmo assim, as lutas raciais continuaram a dilacerar a igreja nos dias de Paulo, enojando o coração do apóstolo. Mas ele não é o tipo de pessoa que se senta e chora por causa dos problemas ou, pior ainda, diz que a igreja vai enlouquecer, então por que fazer algo por isso ou mesmo permanecer fiel a ela. Não! Ao contrário, ele conclui que mesmo as divisões na igreja podem ser utilizadas de forma produtiva.
Ele espera que seu ministério aos gentios deixe os judeus com inveja ou ciúme. Isso é bom? Deixar alguém com inveja é uma motivação cristã? Essa atividade não vai apenas estimular neles motivos indignos?
Não necessariamente. Depende do que eles estão sentindo inveja.
Podemos definir a inveja como “o desejo de ter para si algo possuído por outra pessoa”. Se a inveja é boa ou má, depende do que as pessoas desejam e se têm o direito de possuí-lo.
Se algo desejado é bom, como a bênção de Deus, então ter inveja e até cobiçar tal coisa também é bom. Pode-se dizer que existe uma coisa chamada inveja sagrada.
Deus quer em nossos dias abençoar cada um de Seus filhos (nós) para que todo o mundo fique com inveja e ciúme. Ele deseja que vivamos em Cristo tão intensamente que estamos constantemente fazendo evangelismo, criando inveja, ciúme e cobiça pela alegria, paz e plenitude que temos como cristãos.