Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Eles são justificados por sua graça como um dom.” Romanos 3:24, RSV.
Martinho Lutero via a justificação como a doutrina escriturística central. É, afirmou ele, “o mestre e governante, senhor, governador e juiz de todas as outras doutrinas.” E é a doutrina cristã única que “distingue nossa religião de todas as outras”. Paulo também colocou a justificação pela fé no centro de seu evangelho (veja, por exemplo, Romanos 1:16; 17; 3:24-26; Gálatas 2:16-21).
Parte da razão pela qual Lutero e Paulo viram a justificação como central para o plano de salvação foi, sem dúvida, o tema do julgamento que corre em toda a Bíblia (por exemplo, Eclesiastes 12:14; Daniel. 7:10, 26; Mateus 25:31-46; Romanos 2:5; Apocalipse 14:7). Mas, além das imagens de julgamento, estavam as experiências pessoais dos dois homens. No início de suas vidas, ambos eram fariseus de coração. Ambos esperavam ganhar o favor de Deus acumulando méritos na balança de julgamento. Mas essa tentativa, como ambos aprenderam, era uma tarefa impossível.
Paulo e Lutero em seus dias farisaicos não estavam totalmente errados. Afinal, a justiça exige uma perfeita observância da lei. E a penalidade automática para o fracasso é a condenação e a morte (veja Rom. 6:23; 4:15). Eles também estavam corretos sobre suas falhas em obedecer à lei como Deus exigia.
O grande avanço para ambos veio quando entenderam a justificação como um dom gratuito de Deus. Justificação, um termo legal, é o oposto de condenação. Ambos são pronunciamentos de um juiz.
Justificação não significa “tornar justo”, mas sim “declarar justo”. É mais do que perdão, que é a remissão de uma pena ou dívida. Ao contrário, a justificação é uma declaração positiva do status justo do pecador arrependido.
Lutero se referiu à transação na qual Cristo se torna pecado por nós, enquanto recebemos Sua justiça (2 Coríntios 5:21), como a “troca maravilhosa”. Ellen White reflete sobre a mesma ideia: “Ele morreu por nós, e agora se oferece para tirar nossos pecados e nos dar Sua justiça. Se você se entregar a Ele e O aceitar como seu Salvador, então, por mais pecaminoso que sua vida possa ter sido, por Ele você é considerado justo. O caráter de Cristo substitui o seu, e você é aceito diante de Deus como se não tivesse pecado” (Caminho a Cristo, p. 62).
Aceito como se não tivesse pecado! Não apenas perdoado, mas declarado justo. Essa é a justificação. Esse é um presente incomparável de Deus para mim.