História da Redenção Capítulos 31 e 32: A ascensão de Cristo e o Pentecostes

Capítulo 31: A Ascenção de Cristo

Todo o Céu estava à espera da hora de triunfo em que Jesus ascendesse a Seu Pai. Vieram anjos para receber o Rei da glória e acompanhá-Lo triunfalmente para o Céu. Depois que Jesus abençoou os discípulos, separou-Se deles e foi recebido em cima. E, ao subir, a multidão de cativos que ressuscitara por ocasião de Sua ressurreição, seguiu-O. Uma multidão do exército celestial estava no cortejo, enquanto no Céu uma inumerável multidão de anjos aguardava a Sua vinda.

Ascendendo eles para a Santa Cidade, os anjos que acompanhavam a Jesus clamavam: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da glória.” Os anjos na cidade clamavam com entusiasmo: “Quem é o Rei da glória?” Os anjos do séquito respondiam em triunfo: “O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos ó portais eternos, para que entre o Rei da glória.” Novamente os anjos que estavam à espera, perguntavam: Quem é este Rei da glória?” e os anjos do acompanhamento respondiam em melodiosos acordes: “O Senhor dos exércitos; Ele é o Rei da glória.” Salmos 24:7-10. E o séquito celestial entra na cidade de Deus.

Todo o exército celestial rodeia então seu majestoso Comandante, e com a mais profunda adoração prostram-se diante dEle e lançam suas brilhantes coroas a Seus pés. E então soam suas harpas de ouro, e, com doces e melodiosos acordes, enchem o Céu todo com admirável música e cânticos ao Cordeiro que foi morto, e, contudo, vive de novo em majestade e glória.

A promessa de retorno

Ao olharem os discípulos tristemente para o Céu, a fim de apanhar a última perspectiva de seu Senhor que ascendia, dois anjos vestidos de branco puseram-se ao lado deles e lhes disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Este Jesus que dentre vós foi assunto ao Céu, assim virá do modo como O vistes subir.” Atos dos Apóstolos 1:11. Os discípulos e a mãe de Jesus, que com eles testemunharam a ascensão do Filho de Deus, passaram a noite seguinte falando a respeito de Seus maravilhosos atos, e os estranhos e gloriosos acontecimentos que tinham tido lugar dentro de um breve tempo.

A ira de Satanás

Satanás de novo aconselhou-se com seus anjos, e com ódio violento ao governo de Deus disse-lhes que, enquanto ele retivesse seu poder e autoridade na Terra, seus esforços deveriam ser dez vezes mais fortes contra os seguidores de Jesus. Em nada haviam prevalecido contra Cristo, mas deveriam derrotar Seus seguidores sendo possível. Em todas as gerações deveriam procurar pôr ciladas àqueles que cressem em Jesus. Referiu-lhes que Jesus dera aos Seus discípulos poder para repreendê-los e expulsá-los, e para curar aqueles a quem eles afligissem. Então os anjos de Satanás saíram como leões a rugir, procurando destruir os seguidores de Jesus.

Capítulo 32 — O Pentecostes (Este capítulo é baseado em Atos dos Apóstolos 2:1).

Quando Jesus abriu o entendimento dos discípulos para o significado das profecias concernentes a Ele próprio, assegurou-lhes de que todo o poder Lhe era dado nos Céus e na Terra, e enviou-os a pregar o evangelho a toda a criatura. Os discípulos, com o súbito reavivamento de sua velha esperança de que Jesus haveria de tomar Seu lugar sobre o trono de Davi em Jerusalém, indagaram: “Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” Atos dos Após- tolos 1:6. O Salvador em referência ao assunto pôs a incerteza em suas mentes replicando que não lhes competia “conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para Sua exclusiva autoridade”. Atos dos Apóstolos 1:7.

Os discípulos começaram a esperar que o maravilhoso derramamento do Espírito Santo influenciasse o povo judeu a aceitar a Jesus. O Salvador absteve-Se de explanar mais alguma coisa, pois sabia que quando o Espírito fosse derramado sobre eles em medida completa, suas mentes seriam iluminadas e haveriam de compreender inteiramente o seu trabalho e retomá-lo onde Ele o havia deixado.

Os discípulos reuniram-se num aposento superior, unindo-se em orações às mulheres crentes, com Maria, mãe de Jesus e Seus irmãos.

Estes irmãos, que tinham sido descrentes, estavam agora plenamente firmados na fé pelas cenas que acompanharam a crucifixão e pela ressurreição e ascensão do Senhor. O número de pessoas reunidas era cerca de cento e vinte.

O derramamento do Espírito Santo

 “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.” O Espírito Santo, assumindo a forma de línguas de fogo, repousou sobre a assembleia, como um emblema do dom outorgado aos discípulos de falarem com fluência várias línguas diferentes, com as quais nunca tinham tomado contato anteriormente.

A aparência de fogo significava o zelo fervente com que os apóstolos trabalhariam, e o poder que assistiria suas palavras. Sob esta celestial iluminação, as passagens da Escritura que Cristo tinha explanado aos discípulos apresentavam-se a suas mentes com o brilho e a beleza de clara e poderosa verdade. O véu que os impedira de ver o fim daquilo que era abolido foi agora removido, e o objetivo da missão de Cristo e a natureza de Seu reino foram compreendidos com perfeita clareza.

No poder do Pentecostes

Os judeus tinham sido dispersados por quase todos os países, e falavam vários idiomas. Tinham vindo de longas distâncias a Jerusalém, e temporariamente fixaram residência ali, para permanecer durante as festas religiosas então em andamento e para observar seus reclamos. Quando reunidos, eram de todas as línguas conhecidas.

Esta diversidade de linguagem era um grande obstáculo para o trabalho dos servos de Deus em anunciar a doutrina de Cristo nas partes mais afastadas da Terra. Ter Deus suprido a deficiência dos apóstolos de maneira milagrosa, foi para o povo a mais perfeita confirmação do testemunho desses mensageiros de Cristo. O Espírito Santo fez por eles o que não poderiam ter feito por si mesmos em toda uma vida; de modo que eles podiam agora espalhar a verdade do evangelho no estrangeiro, falando com perfeição a língua daqueles por quem estavam trabalhando. Este miraculoso dom era a maior evidência que poderiam apresentar ao mundo de que sua comissão levava o sinete do Céu.

“Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. Estavam, pois, atônitos, e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?”

Os sacerdotes e principais ficaram grandemente irados com esta maravilhosa manifestação, que era referida através de toda Jerusalém e cercanias, mas não ousaram demonstrar sua má disposição, por temor de se exporem ao ódio do povo. Tinham levado o Mestre à morte, porém aqui estavam os Seus servos, iletrados homens da Galileia, mostrando o maravilhoso cumprimento da profecia e ensinando a doutrina de Jesus em todas as línguas então faladas.

Eles falavam com poder das maravilhosas obras do Salvador, e desdobravam aos seus ouvintes o plano da salvação na misericórdia e sacrifício do Filho de Deus. Suas palavras convenciam e convertiam milhares que as ouviam. As tradições e superstição inculcadas pelos sacerdotes foram varridas de suas mentes e eles aceitaram os puros ensinamentos da Palavra de Deus.

O sermão de Pedro

Pedro mostrou-lhes que esta manifestação era o cumprimento direto da profecia de Joel, na qual vaticinou que este poder seria derramado sobre homens de Deus, a fim de capacitá-los para um trabalho especial.

Pedro traçou a linhagem de Jesus em linha direta à nobre casa de Davi. Não usou nenhum dos ensinamentos de Jesus para provar sua verdadeira posição, pois sabia que seus preconceitos eram tão grandes que isto não teria nenhum efeito. Referiu-se, porém, a Davi, a quem os judeus consideravam um venerável patriarca de sua nação.

Disse Pedro: “Porque a respeito dEle diz Davi: Diante de mim via sempre o Senhor, porque está a minha mão direita, para que eu não seja abalado. Por isso se alegrou o meu coração e a minha língua exultou; além disto também a minha própria carne repousará em esperança, porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.”

Pedro aqui mostra que Davi não podia estar falando em referência própria, mas, definidamente de Jesus Cristo. Davi morreu a morte natural como outros homens; sua sepultura, com o venerável pó que continha, tinha sido preservada com grande cuidado até aquele tempo. Davi, como rei de Israel, e como profeta, tinha sido especialmente honrado por Deus. Em profética visão foi-lhe mostrada a vida futura e o ministério de Cristo. Viu Sua rejeição, julgamento, crucifixão, sepultamento, ressurreição e ascensão. Davi testificou que a alma de Cristo não seria deixada no inferno (a sepultura), nem Sua carne veria corrupção. Pedro mostrou o cumprimento desta profecia em Jesus de Nazaré. Deus efetivamente O havia ressuscitado do sepulcro antes que Seu corpo visse corrupção. E agora era o Ser exaltado no Céu dos céus.

Nesta memorável ocasião grande número dos que até aqui ridicularizaram a ideia de pessoa tão despretensiosa como Jesus ser o Filho de Deus, tornaram-se completamente convencidos da verdade e reconheceram-nO como seu Salvador. Três mil almas foram acrescentadas à igreja. Os apóstolos falavam pelo poder do Espírito Santo; e suas palavras não podiam ser controvertidas, pois eram confirmadas por poderosos milagres, operados por eles mediante o derramamento do Espírito de Deus. Os próprios discípulos estavam atônitos ante o resultado desta visitação, e com a rápida e abundante colheita de almas. Todo o povo estava cheio de assombro. Aqueles que não abandonavam o preconceito e fanatismo estavam tão intimidados que não ousaram nem pela voz nem pela violência tentar deter esse poderoso trabalho, e, por este tempo, sua oposição cessou.

Somente os argumentos dos apóstolos, embora claros e convincentes, não teriam removido o preconceito dos judeus, que resistira a tantas evidências. Mas o Espírito Santo enviou tais argumentos com divino poder a seus corações. Eles eram como afiadas setas do Todo-poderoso, convencendo-os de sua terrível culpa em haverem rejeitado e crucificado o Senhor da glória. “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.”

Pedro levou ao íntimo do povo convicto o fato de que haviam rejeitado a Cristo por terem sido enganados pelos sacerdotes e príncipes; e que se eles continuassem a buscar conselho desses homens, e esperassem que esses líderes reconhecessem a Cristo em vez de ousar fazê-lo por si mesmos, jamais O aceitariam. Esses homens poderosos, embora fazendo profissão de piedade, eram ambiciosos e zelosos por riquezas e glórias terrenas. Jamais viriam a Cristo para receber iluminação. Jesus havia predito a terrível retribuição que viria sobre o povo por sua obstinada incredulidade, não obstante as mais poderosas evidências dadas a eles de que Jesus era o Filho de Deus.

Desde esse tempo em diante a linguagem dos discípulos era pura, simples e correta em palavra e dicção, tanto falando eles sua língua nativa como uma língua estrangeira. Estes homens humildes, que nunca tinham aprendido na escola dos profetas, apresentavam verdades tão elevadas e puras que maravilhavam os que as ouviam.

Eles não podiam ir pessoalmente aos lugares mais afastados da Terra; mas estavam ali para a festa, homens de todos os quadrantes do mundo, e as verdades recebidas por eles foram levadas para seus vários lares e anunciadas entre seu povo, ganhando almas para Cristo.

Uma lição para nossos dias

Este testemunho com respeito ao estabelecimento da igreja cristã é-nos dado não apenas como uma parte importante da história sagrada, mas também como uma lição. Todos os que professam o nome de Cristo devem aguardar, vigiar e orar com um só coração. Toda diferença deve ser posta de lado, e a unidade e terno amor de uns para com os outros permear o todo. Então nossas orações poderão subir juntas ao nosso Pai celestial com vigorosa, fervorosa fé. Então poderemos aguardar com paciência e esperança o cumprimento da promessa.

A resposta pode vir com súbita velocidade e sobrepujante poder, ou pode demorar por dias e semanas, e nossa fé receber uma prova. Deus, porém, sabe como e quando responder nossa oração. É nossa parte do trabalho colocarmo-nos a nós mesmos em associação com o divino canal. Deus é responsável por Sua parte do trabalho. Ele é fiel ao que prometeu. A grande e importante questão conosco é ser um só coração e uma só mente, colocando de lado toda a inveja e maldade, e, como humildes suplicantes, vigiarmos e aguardarmos.

Jesus, nosso Representante e Cabeça, está pronto para fazer por nós o que fez pelos suplicantes, e vigilantes no dia de Pentecostes.

Indicamos:

. O Pentecostes

. A Grande Comissão

. Para ver mais comentários de Apocalipse 4 e 5 é só clicar neste link

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